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Dólar inverte sinal, sobe 1,44% e fecha cotado a R$ 5,15

Dólar caiu após divulgação de novos dados mostrando a desaceleração da inflação nos Estados Unidos, mas voltou a subir em seguida

Dólar

Com a inflação desacelerando nos EUA reforça a indicação de que o Fed seja menos agressivo na condução da política monetária | Foto: Getty Images

O dólar entrou em movimento de alta na sessão desta quinta-feira, 11, e o real se descolou da valorização vista em boa parte de divisas emergentes e fortes. Analistas apontam questões internas, como as incertezas com questões fiscais e políticas, como fator que impede a moeda local de manter uma trajetória mais firme de valorização, ainda que notícias externas tenham sido mais favoráveis para o enfraquecimento do dólar no âmbito global.

Cleber Alessie Machado Neto, gerente de mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, nota que o real indicou “algum desconforto” do mercado com os níveis na região de R$ 5,05, tocados na quarta-feira. “O mercado parece aproveitar os atuais níveis entre R$ 5,05 e R$ 5,10 para zerar posições vendidas, dando a crer que ainda não estaria confortável a ponto de alimentar os movimentos desencadeados pelo CPI e PPI abaixo do esperado nos EUA”, disse.

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Assim, um dia após oscilar na região dos R$ 5,05, o dólar abriu com alta comedida. Pouco antes e logo depois da divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que veio bem menor que o consenso, o dólar bateu mínima a R$ 5,0640. Mas passou a subir com ímpeto após as 11 horas, em manhã na qual houve a leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros – Estado Democrático de Direito Sempre, que conta com aproximadamente 900 mil assinaturas.

O dólar no segmento à vista saiu da abertura cotado a R$ 5,0855 para fechar em alta de 1,44%, a R$ 5,1582, batendo em R$ 5,1713 na máxima intraday.

Matheus Pizzani, economista da CM Capital, ressalta que a volatilidade deve estar presente no mercado de câmbio brasileiro muito influenciada por questões domésticas. “Problemas internos agregam desconfiança para o investidor estrangeiro. A economia demorando um pouco para deslanchar e o adicionamento de custo à estrutura fiscal pesam. Por mais que tenhamos superávit primário este ano, que será impulsionado pela inflação, houve uma adição de custo significativa”, diz.

Na sua avaliação, essa situação impõe um piso para a cotação local. “Não acreditamos que o dólar fique abaixo de R$ 5,00 até o final deste ano. E, à medida que o período eleitoral for chegando, pode desvalorizar ainda mais”. “No Brasil, houve uma pancada para baixo com dados melhores de inflação nos Estados Unidos e, depois, um movimento de correção. Isso principalmente porque pelos problemas internos o Brasil se torna menos atrativo para absorver boa parte desses excedentes no mercado de câmbio, mesmo com nossa taxa de juros elevada”, ressalta. (AE)

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