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Dólar fecha em baixa, mas cotado acima de R$ 5,30

O dólar chegou a abrir em forte alta, mas por volta das 12h virou a rota e passou a operar em baixa; com isso, recuou 0,50% e foi vendido a R$ 5,34 nesta sessão

Dólar

Depois de uma abertura em instabilidade, o dólar se firmou no campo negativo, com a piora do desempenho frente às outras moedas | Foto: Getty Images

Após uma manhã volátil, o dólar se firmou no terreno negativo nesta quarta-feira, 28, mesmo com o aumento do sentimento de aversão ao risco no mercado externo após indicação de bancos centrais de contração da economia mundial.

A moeda americana chegou a abrir em forte alta, mas por volta das 12h virou a rota e passou a operar em baixa. Com isso, a divisa recuou 0,50% e foi vendida a R$ 5,34. Na cotação máxima, a divisa chegou a valer R$ 5,42 e na mínima intradiáira valia R$ 5,32. Com o resultado desta sessão, o dólar passou a acumular alta de cerca de 2% na semana e de 2,88% no mês. No ano, tem queda de mais de 4% frente ao real.

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No exterior, os mercados operaram em dia de aversão ao risco diante das políticas monetárias mais contracionistas pelo mundo para controlar a inflação persistente. Nesta quarta-feira, o índice DXY, que mede a divisa americana em relação a uma cesta de seis moedas fortes, chegou a bater seu maior dos últimos 20 anos, em alta que não se sustentou ao longo do dia. O dólar perdeu força e o índice fechou em 112,70, recuo de 1,18%.

Se o dólar perdeu fôlego, os investidores se voltaram para o ouro. O metal, na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), com entrega prevista para dezembro, fechou com ganhos de 2,28%, a US$ 3,3585 por onça-troy.

Segundo o analista Edward Moya, da Oanda, o movimento desta quarta é um lembrete de que o ouro se dará bem quando terminar a cautela recente dos mercados por conta do aperto monetário global.

“Os preços do ouro receberam bem a dramática intervenção do BoE, que evitou um colapso iminente dos Gilts e reduziu drasticamente os rendimentos dos títulos globais”, disse Moya.

O Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) vai comprar bônus do governo britânico – os chamados Gilts – de longo prazo.

Em comunicado, o BoE disse que as compras começarão nesta quarta e se estenderão até 14 de outubro, e serão feitas “em qualquer escala que for necessária” para restaurar a ordem nos mercados financeiros.

Nesta semana, o rendimento do Gilt de 10 anos alcançou os maiores níveis desde 2008 e a libra atingiu mínima histórica frente ao dólar, em reação a planos de cortes de impostos e aumentos de gastos revelados pelo governo britânico, na última sexta-feira (23).

Além disso, na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reforçou, nesta quarta-feira, o compromisso da autoridade monetária em subir juros “nos próximos vários encontros”, como parte dos esforços para conter a escalada da inflação na zona do euro.

No início deste mês, a instituição subiu suas principais taxas em 75 pontos-base, após aumento de 50 pontos-base em julho.

Em fórum organizado pelo Atlantic Council, Lagarde explicou que o objetivo primário do BCE não é induzir uma recessão, mas assegurar a estabilidade de preços. “Precisamos garantir que as expectativas de inflação sigam ancoradas em 2%”, disse.

Lagarde ressaltou que há diferenças entre as raízes da espiral inflacionária nos Estados Unidos e na Europa. De acordo com ela, boa parte da inflação no Velho Continente é guiada pelo lado da oferta, enquanto o componente da demanda é mais forte nos EUA. A banqueira central destacou ainda que o avanço dos preços é alimentado sobretudo pelo encarecimento da energia.

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