Drex: o que se sabe sobre a nova moeda digital do Banco Central do Brasil
Versão digital do Real é uma nova forma de representação da moeda oficial brasileira regulada pelo BACEN, e estará disponível em 2024
08/08/2023O Real Digital ganhou um nome oficial: Drex. A iniciativa do Banco Central do Brasil (BACEN) pretende ampliar as possibilidades de negócios e estimular a inclusão financeira em um ambiente seguro e com mínimas chances de fraudes, sem intermediários.
O Drex será a versão eletrônica da moeda brasileira utilizada com a tecnologia blockchain, mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede.
Saiba mais detalhes sobre o assunto:
O que é Drex?
- É a moeda digital oficial do Brasil, uma versão digital do Real.
A moeda digital será implantada na modalidade Central Bank Digital Currency (CBDC) – ou Moeda Digital Emitida por Banco Central, em tradução livre. CBDCs são versões digitais das moeda oficiais de países e tem o mesmo valor do dinheiro físico, sendo uma nova forma de representá-lo.
Saiba mais
- Por que a moeda digital do Brasil se chama Drex?
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Parecido com o Pix, mas diferente
- A ideia ideia do Banco Central é que o Drex seja usado no atacado para serviços financeiros
O Drex é uma moeda digital, enquanto o Pix é uma forma de transação financeira – como TED ou DOC – ou de pagamento já em vigor desde 2020. No Pix, a transferência ocorre em reais e obedece a limites de segurança impostos pelo BACEN e pelas instituições financeiras.
A versão digital da moeda brasileira será para grandes quantias, utilizando a tecnologia blockchain, que permite transações com valores maiores. O consumidor usará o Drex para diferentes finalidades e terá de converter Reais em Drex para enviar dinheiro – e o contrário para receber.
É uma criptomoeda?
- Não. O Drex é uma moeda digital oficial emitida pelo Banco Central do Brasil, não uma criptomoeda brasileira.
Por ser regulado e produzido pelo Banco Central do Brasil, o Drex tem cotação fixa e terá o valor garantido pela autoridade monetária: cada 1 Drex terá valor de R$ 1 real. A oscilação do Drex se dá da mesma forma que de outras moedas oficiais, conforme a taxa diária de câmbio e de acordo com fundamentos e políticas econômicas de cada país.
As criptomoedas, por outro lado, obedecem à lei da demanda e da oferta. Tem um valor flutuando diariamente, como uma ação de uma empresa. Não são regulamentadas e nem tem a garantia de bancos centrais ou de governos.
Como vamos utilizar?
- O Drex funcionará como uma moeda de atacado, trocada entre instituições financeiras.
O cliente fará operações com a moeda digital, mas não terá acesso direto a ela. Para utilizar a versão digital do real, o cliente deverá depositar em reais a quantia desejada numa carteira virtual sob a supervisão do BACEN, que converterá a moeda física em Drex.
Após a conversão de ativo real em ativo digital, também chamada de tokenização, o cliente poderá transferir a moeda digital por meio da tecnologia blockchain. O receptor converte os Drex em Reais e faz a retirada.
Quando será lançado?
- A previsão é que chegue ao consumidor no fim de 2024 ou início de 2025.
A plataforma está em fase de testes desde março deste ano e as primeiras operações simuladas estão previstas para setembro.
Como próximos passos, os testes com os consórcios devem começar em setembro. A testagem será feita em etapas até pelo menos fevereiro do próximo ano, quando passam a acontecer operações simuladas com títulos do Tesouro Nacional.
Moedas digitais pelo mundo
- Atualmente não há tantos países com CBDC em vigência e o andamento e adesão das moedas digitais oficiais varia.
A China é pioneira e tem o projeto mais avançado do mundo. A e-CNY, também chamada de Yuan Digital, já se consolida como a moeda digital mais popular.
Outros projetos, como o do Brasil, estão na fase piloto. A CBDC da Índia, conhecida como Rúpia Digital, foi lançada pelo Reserve Bank of India (RBI) e o objetivo é que funcione sem a necessidade de conexão com a Internet.
Estados Unidos e Japão estão em fase de discussão sobre a iniciativa. O país asiático criou um fórum para avaliar a iniciativa por três anos antes de dar início a uma implantação ou não.
Há, ainda, moedas digitais que não tem data para serem lançadas. É o caso da Libra Esterlina Digital, do Reino Unido. Um documento divulgado no início de 2023 revela que é a conclusão atual é que ainda é muito cedo para tomar qualquer decisão e que a discussão de viabilidade de uma CBDC britânica ainda será iniciada.