close

Economia criativa cresce e movimenta US$ 8 trilhões por ano no mundo

Por trás de uma apresentação musical existe um universo de trabalhadores de diversas áreas envolvidos no setor que mais gera renda na economia mundial

Pedro e o Lobo Guará na economia criativa

“Estamos voltando a trabalhar e a gerar empregos, levando conhecimento sobre música e meio ambiente para milhares de crianças”, comenta o compositor Anselmo Mancini | Foto: Divulgação

A Sala São Paulo, uma das mais modernas salas de concerto do mundo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado, esgotou sua capacidade para quase 1.500 pessoas na apresentação do espetáculo ‘Pedro e o Lobo-Guará’, que mistura música clássica, desenho animado, educação e história da cidade. Envolvidos na produção, 33 músicos, técnicos e produtores são representantes da economia criativa, um dos setores mais rentáveis em termos de geração de renda, riqueza e exportação, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

O termo economia criativa foi criado na Austrália para definir todos os segmentos baseados no conhecimento ou capital intelectual para gerar trabalho, renda e impulsionar desenvolvimento local, regional ou mesmo nacional. O setor ganhou importância na atual ‘era do conhecimento’.

Boa parte da economia criativa está em pequenos e médios negócios, e não só da área cultural. No exemplo da apresentação da versão paulistana de Pedro e o Lobo, inspirada no clássico russo de 1936, a produção envolve não apenas músicos, criadores e atores, mas também técnicos, fornecedores de materiais como figurinos, equipamentos audiovisuais, gráfica, alimentação e outros. Mundialmente, a economia criativa movimenta cerca de US$ 8 trilhões por ano, com crescimento anual entre 10 e 20%, segundo os dados da Unesco.

Economia criativa vive recuperação após a covid

O setor vive um momento de forte recuperação após a Covid-19, que afetou diversos setores, mas especialmente a cultura, por causa das recomendações de distanciamento social. A volta das leis federais de incentivo e apoio de organismos oficiais de cultura ajuda a impulsionar o setor no Brasil. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), para cada R$1 investido em cultura, o retorno para os cofres públicos é de cerca de R$13. O salário médio dos trabalhadores no setor cultural equivale a 3,8 salários-mínimos, 23,9% superior à média geral da economia segundo dados do IBGE.

“Estamos voltando a trabalhar e a gerar empregos, levando conhecimento sobre música e meio ambiente para milhares de crianças”, comenta o diretor Anselmo Mancini. Com apoio de doadores, o grupo conseguiu levar a apresentação de Pedro e o Lobo-Guará para dezenas de escolas públicas da periferia de São Paulo antes de chegar à Sala São Paulo. Agora, com a volta dos incentivos culturais, espera conseguir o apoio de empresas para ampliar o projeto.

Pedro e o Lobo-Guará é um concerto didático brasileiro; um projeto multilinguagens inspirado na obra “Pedro e o Lobo” de Sergei Prokofiev. Tendo a cidade de São Paulo como cenário e a música brasileira como protagonista, o expectador passeará junto com Pedro pela metrópole paulistana, onde desvendará um grande mistério. Com interpretação musical da Orquestra de Câmara ALMAI_SP, sob regência de Flávio Lago, concepção e direção geral de Anselmo Mancini, roteiro e narração de Markito Alonso, direção de fotografia, montagem e animação de Paulo Victor Mesquita, ilustrações de Lucas Longue e Dante Queiroz. O projeto terá também tradução simultânea de libras.

A Orquestra de Câmara Almai-SP (Associação Livre de Música e Artes Integradas de São Paulo) é um grupo formado pela Associação Livre de Música e Artes Integradas de São Paulo. Pioneira deste segmento no país, a Almai-SP é especializada na conexão entre a música e as mais variadas disciplinas artísticas.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra