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Economia da China desacelera e país deve crescer 5,5% no ano

PIB real da China deve crescer cerca de 5,5% nesse ano, apenas ligeiramente acima da meta do governo de 5,0%, segundo o relatório de análise macroeconômica do Banco Safra

PIB da China

O setor imobiliário chinês mantém o ajuste estrutural de desalavancagem, segundo o relatório do Safra | Foto: Getty Images

O PIB real da China cresceu 2,2% no primeiro trimestre desse ano em relação ao último trimestre do ano passado. A renda nominal pessoal disponível avançou 2,7% no período, enquanto o consumo das famílias avançou 7,0%. O forte aumento do consumo reduziu a taxa de poupança para 32,7%, ainda acima do patamar anterior da pandemia.

A taxa de poupança pessoal permanece em patamar muito alto desde o início da pandemia, o que permitiu acúmulo de US$ 554 bilhões acima do normal. Esse elevado montante de recursos disponíveis ajudará na recuperação da demanda doméstica nos próximos trimestres, mas com importante discrepância setorial, segundo relatório de análise macroeconômica do Safra (íntegra AQUI)

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O aumento da demanda interna tem sido mais concentrado no setor de serviços, especialmente em turismo e entretenimento. O faturamento de restaurantes apresentou alta expressiva no primeiro trimestre e o PMI Não Manufaturados (pesquisa realizada com empresas) continuou em patamar elevado em abril.

Enquanto isso, o setor manufatureiro tem apresentado desempenho modesto, padrão similar aos países ocidentais após o fim das restrições de mobilidade. Além disso, a desaceleração da demanda por bens industrializados nos principais parceiros comerciais tem prejudicado as exportações chinesas.

O setor imobiliário mantém o ajuste estrutural de desalavancagem. As vendas de imóveis permanecem em patamar baixo, apenas ligeiramente acima do mesmo período do ano passado. Dessa forma, o início de novas construções e os investimentos imobiliários continuam em queda.

O desempenho modesto do setor manufatureiro e da construção civil tem inibido uma alta mais relevante de importações de commodities. Os estoques de minério de ferro continuam em torno do mesmo patamar do ano passado, o que inibiu uma alta relevante de importações da commodity.

PIB da China deve crescer 5,5% em 2023

A ausência de aumento relevante na demanda por insumos pela segunda maior economia do mundo tem ajudado a reduzir o preço das commodities nos últimos meses. O preço do petróleo Brent voltou para cerca US$ 76 nesse mês (ante a média de USD 112 em maio do ano passado e US$ 89 no quarto trimestre). Além disso, o aumento da safra de grãos permitiu a redução do preço do trigo, milho e soja no último mês, o que também ajudará na redução das pressões inflacionárias ao redor do mundo.

Portanto, a atividade chinesa deverá arrefecer nos próximos trimestres com o fim dos efeitos iniciais do aumento da mobilidade na virada do ano. Além disso, o setor manufatureiro e a construção apresentam desempenho modesto. Dessa forma, o PIB real deverá expandir cerca de 5,5% nesse ano, apenas ligeiramente acima da meta do governo de 5,0%. Baixe aqui a íntegra do relatório de análise macroeconômica do Safra.

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