PIB de 2023 deve crescer 1,4% com impulso do setor agropecuário

O IBGE divulga o PIB do 1º trimestre de 2023 na quinta-feira, dia 1 de junho. O Banco Safra projeta alta de 1,2% no período, na esteira da alta no setor agropecuário, que deve crescer 7,1%. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, o banco espera alta de 3%. No último trimestre do ano passado foram registradas variações de -0,2% em relação ao trimestre anterior e 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para o ano de 2023, o relatório macroeconômico semanal do Banco Safra projeta alta de 1,4% no PIB.

Na avaliação do banco, o PIB deve ter crescido 1,2% no primeiro trimestre de 2023. O grande destaque do período deve ser o desempenho extraordinário do agronegócio. Apesar do trimestre forte, o Safra espera expansão moderada da indústria e dos serviços, sinais de uma economia morosa nas cidades e aquecida no campo. Pela ótica da oferta, o grande destaque é a agropecuária, que deve crescer 7,1%. A produção de grãos no 1T23 foi 13,5% maior que o mesmo período de 2022. A produção de soja e de milho foi, respectivamente, 18,5% e 10,0% maior que o produzido no primeiro trimestre do ano passado, enquanto a exportação desses produtos e seus derivados cresceu 3,0% no caso da soja e 224,2% no do milho.

Produção de Grãos no Primeiro Trimestre de cada Ano (milhões de toneladas)

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O escoamento de grãos para a exportação é provavelmente a causa do crescimento de 0,7% do item transportes na PMS trimestre. O Safra espera que a indústria fique de lado, crescendo apenas 0,1%. A PIM mostrou que a indústria como um todo ficou estagnada durante o primeiro trimestre do ano, com recuo de 0,3% da indústria de transformação. A produção de bens de capital caiu 1,8% no trimestre, depois de ter subido 6,3% em março, sugerindo indefinição nos investimentos.

A produção de veículos cresceu 13,4% em março, após um fevereiro muito afetado pelo carnaval e pelas chuvas, resultando em crescimento de apenas 1% no primeiro trimestre, que prolonga uma tendência de queda desde meados de 2022.

Para os serviços, o Safra espera crescimento de 0,3%. Os serviços excluindo comércio caíram 0,3%, apesar do pequeno crescimento de 0,3% nos serviços prestados às famílias, e em grande parte puxados para baixos pela linha ‘Outros serviços’, que reverteu a alta do último trimestre do ano passado e caiu 4,0%.

O comércio ampliado subiu por conta principalmente de veículos, cuja produção subiu em março. As vendas no varejo ampliado subiram 3,7% no trimestre, com altas fortes em vestuário, veículos e materiais de construção. Os resultados da PMC vêm sendo afetados nos últimos meses pela inclusão da linha de ‘Atacado de produtos alimentícios’, para a qual ainda não existe ajuste sazonal. A queda do preço da alimentação deve contribuir para dados melhores no comércio à frente. Pela ótica da demanda, o banco espera um crescimento moderado da absorção interna, de 0,4% em relação ao último trimestre. Os juros em terreno contracionista e o comprometimento de renda das famílias com o serviço da dívida ainda em patamar elevado devem contribuir para uma demanda doméstica modesta.

O emprego segue resistente, mas a PNAD indicou que a massa de rendimentos efetivos das famílias recuou 0,2% no 1T23. O consumo das famílias deve ter um repique, conforme sugerido pela PMC, crescendo 0,7% em relação ao último trimestre de 2022, enquanto o consumo do governo terá crescido 0,4%.

A queda da produção e das importações de bens de capital é compatível com a queda de 0,8% projetada para os investimentos. O Safra projeta alta de 0,3% nas exportações e queda de 4,6% nas importações, com o efeito positivo das supersafras de grãos sendo mais percebido nas exportações no próximo trimestre, uma vez que as exportações cresceram com maior força a partir do mês de março.

O Safra espera bom avanço no PIB do 1T23. Mas com o destaque de que o crescimento deve vir quase que inteiramente do campo. Nem a indústria e nem os serviços devem apresentar avanço muito forte neste trimestre, reflexo de uma demanda interna morosa. Para o ano de 2023, o Safra projeta alta de 1,4% no PIB. A alta do ano também deve ser reflexo de uma alta mais forte no campo: na abertura pela ótica da oferta, o Safra esperam alta de 8,1% na agropecuária, 0,2% na indústria e 1,1% em serviços. Leia a íntegra do relatório macroeconômico semanal do Safra AQUI.