Joaquim Levy defende agenda para aproveitar vantagens do Brasil na economia de baixo carbono

O diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, Joaquim Levy, defendeu em Londres a necessidade de uma estratégia organizada para aproveitar as vantagens do Brasil na corrida da economia de baixo carbono. “Temos uma infinidade de oportunidades de investimentos para aproveitar esse momento, com agendas que passam pelo setor industrial, na área de veículos, agronegócio, mineração e outros”, afirmou o ex-ministro da Fazenda ao participar do Lide Brazil Conference London.

A conferência internacional, que reúne um grupo de líderes empresariais, promoveu o evento Oportunidades do Brasil no Reino Unido e na União Europeia. Representantes do governo brasileiro e de países europeus se encontraram em Londres para debater a relação do país com o continente europeu. “Essa agenda, junto com a maior eficiência, são os ingredientes para o Brasil emplacar”, comentou Levy.

Joaquim Levy abordou o momento da economia brasileira e o novo arcabouço fiscal. “O caminho para cortar despesas é olhar o que existe de gastos, fazer uma análise detalhada e buscar eficiência”. Levy analisou o esforço do governo para ampliar também as receitas, além de garantir o crescimento econômico, para assegurar o crescimento e reduzir o endividamento público.

Joaquim Levy cita maquininha SafraPay como exemplo de ferramenta de eficiência

O diretor do Banco Safra citou a importância da busca da eficiência, e lembrou que a digitalização é uma das melhores formas de buscar a eficiência das empresas. Ele deu o exemplo dos serviços oferecidos pelo SafraPay, que ajuda a melhorar a qualidade de gestão das empresas:

“Usando os mecanismos de pagamento do Brasil, que hoje são um dos melhores do mundo, com a maquininha da SafraPay a gente coloca na mão da pequena empresa toda a capacidade para ela melhorar a qualidade de gestão, além de dar os instrumentos financeiros como seguro, crédito, pagamentos de Pix programados e outros”.

Falando sobre a reforma tributária que deve ser aprovada este ano, Joaquim Levy comentou a importância do IVA (imposto que vai unificar tributos e simplificar o sistema tributário brasileiro). Segundo ele, a mudança deverá revolucionar a economia brasileira.

O conjunto de esforços de digitalização, busca de eficiência e modernização tributária, segundo Levy, são ingredientes fundamentais para garantir o crescimento de 2,5% e assegurar o sucesso do arcabouço fiscal.

Levy defendeu também a importância do desenvolvimento socioeconômico e ambiental da Amazônia. “Acompanhamos discussão do dendê relacionado ao biocombustível de aviação sustentável da palma brasileira, aproveitando terras que hoje estão ociosas ou degradadas. Isso é uma oportunidade formidável”, ressaltou o ex-ministro da Fazenda, ao dar exemplos de iniciativas que merecem apoio na nova realidade da região amazônica no atual governo.

“Vamos precisar de um trabalho diplomático de todos os níveis para resolver o problema da Amazônia, criando fonte de riqueza na região. O governador Helder Barbalho tem trabalhado incansavelmente nisto”, enfatizou Joaquim Levy.

O painel contou com a presença dos presidentes do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto; da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, e do Banco J. Safra, José Olympio Pereira, além de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central.

Os debates abordaram desenvolvimento socioeconômico e ambiental, quando o governador Helder Barbalho apresentou as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Estado para preservação e regeneração do bioma amazônico. Helder Barbalho destacou a bioeconomia como alternativa de desenvolvimento socioeconômico para a região. Nesta sexta-feira (21), o evento debate regras fiscais, finanças e alimentação.