Elon Musk é convidado a explicar compra do Twitter no Parlamento britânico
Governo do Reino Unido está preocupado com recentes declarações do bilionário de que a rede social dará mais liberdade aos usuários sobre os posts
04/05/2022O Parlamento do Reino Unido enviou um convite a Elon Musk para que o empresário explique a aquisição de US$ 44 bilhões (R$ 220 bilhões) do Twitter.
Julian Knight, que preside o comitê parlamentar sobre digital, cultura, mídia e esporte, enviou a Musk uma carta solicitando que ele compareça perante os legisladores para discutir o negócio “com mais profundidade”. Até aqui, o CEO da Tesla e da SpaceX – e futuro dono do Twitter – não se manifestou.
Saiba mais
- Novo dono do Twitter, Elon Musk promete rede mais humana
- Após comprar o Twitter, Elon Musk vende mais ações da Tesla
- Commodities ganham espaço entre os BDRs recomendados para maio
“Em um momento em que as empresas de mídia social enfrentam a perspectiva de regulamentações mais rígidas em todo o mundo, estamos ansiosos para saber mais sobre como Musk equilibrará seu claro compromisso com a liberdade de expressão com novas obrigações para proteger os usuários do Twitter de danos online”, Knight disse em comunicado nesta quarta-feira, 4.
O motivo do convite a Elon Musk se dá pelos planos que o bilionário tem para o Twitter.
Antes de realizar o movimento de compra da rede social, ele criticou de forma contundente que a empresa não respeitava integralmente os princípios de liberdade de expressão.
Isso acabou por preocupar governos, como o britânico, com relação a moderação de conteúdos falsos por redes sociais e plataformas similares e que estimulem ódio ou ataques à democracia.
No Reino Unido, o governo trabalha em novas leis que vão nesse sentido, como a Online Safety Bill. Se aprovada, a legislação permitirá que o órgão regulador Ofcom cobre multas de até 10% da receita anual global de uma empresa por violações.
Executivos de tecnologia também poderiam ser eventualmente presos em caso de repetidas falhas em cooperar com os reguladores.
Essa não é a primeira vez que um bilionário do mundo da tecnologia é convidado para ir ao Parlamento britânico. Em 2018, a Casa chamou Mark Zuckerberg, CEO da Meta (Facebook) para depor sobre escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, que desrespeitou a privacidade de dados de milhões de pessoas. À época, ele rejeitou o convite.