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Federal Reserve decide pela manutenção da atual taxa de juros nos EUA

Intervalo dos juros nos Estados Unidos está em 5% e 5,25% ao ano; decisão já era esperada pelo mercado, após desaceleração da inflação

Federal Reserve

O Fed começou a elevar os juros em março de 2022, quando estava próxima de zero, e desde então aumentou a taxa por dez encontros seguidos | Foto: Getty Images

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu manter os juros no patamar atual nesta quarta-feira. O intervalo da taxa nos Estados Unidos está em 5% e 5,25% ao ano.

O Fed começou a elevar os juros americanos em março de 2022, quando a taxa estava próxima de zero, e desde então aumentou os juros por dez encontros consecutivos.

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“Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica segue crescendo em ritmo modesto. Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixo. A inflação continua elevada”, diz o comunicado que acompanha a decisão do Fed.

Segundo o Federal Reserve, mantendo a faixa-alvo estável nesta reunião permite que o comitê avalie informações adicionais e suas implicações para política monetária no futuro.

“O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas devem pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação”, informa o Federal Reserve.

De acordo com o documento, ao determinar a extensão do endurecimento adicional da política que pode ser apropriado para retornar a inflação a 2% ao longo do tempo, o comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com os quais a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os fatores econômicos e financeiros. desenvolvimentos.

A decisão não surpreendeu o mercado, que já esperava pela pausa na condução dos juros, após os dados positivos da inflação nos Estados Unidos.

Na terça-feira, o Departamento do Trabalho americano divulgou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) desacelerou em maio em relação a abril.

Segundo os dados, o índice de inflação do consumidor subiu 0,1% no mês passado, ante 0,4% em abril. No comparativo anual, a taxa passou de 4,9% para 4% em maio.  

O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, também avançou 0,4% na comparação mensal, em linha com a projeção.

Segundo Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra, o discurso do presidente do Fed pode dar pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária.

“A curva de juros já precifica uma alta na próxima reunião. Então a fala do Powell pode dar uma correção das expectativas do mercado para as próximas decisões e ajudar o mercado a ajustar as expectativas”, disse Pinheiro durante o Morning Call Safra desta quarta-feira.

Nas projeções do colegiado, que saíram junto com a decisão, o comitê prevê juros na faixa de 5,6% ao final de 2023. No ano que vem a estimativa é de juros em 4,6% e de 3,4% em 2025.

Pinheiro ressaltou que a expectativa do Safra é de que o Fed deve seguir com este intervalo na taxa americana até o final do ano e somente no começo do próximo ano comece a cortar os juros nos Estados Unidos.

Para Rodrigo Cohen, da Escola de Investimentos, o Federal Reserve deve se manter atento aos indicadores econômicos para as próximas decisões de juros nos Estados Unidos.

“Manter os juros dá ao Fed a condição de medir o que acontece com a economia, com as instituições. Se esta decisão terá um resultado mais favorável ao cenário econômico e assim, pensar em uma redução dos juros ainda este ano”, disse Cohen.

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