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Bolsa vai ganhar impulso e ações ligadas à economia doméstica saem na frente

Diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra explica as projeções e estratégias do Safra Report para junho

Joaquim levy

Joaquim Levy analisa o cenário e o Safra Report de junho no canal do Banco Safra no Youtube | Foto: Reprodução

Investidores pessoa física começam a voltar a acreditar na Bolsa brasileira. Para Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra, outros investidores do mercado começam a ver o cenário benigno da inflação, e consequente queda dos juros a partir de junho ou agosto, o que tende a impulsionar a Bolsa. As ações de empresas ligadas a consumo e mercado doméstico tendem a alcançar maior valorização. Grandes empresas, como Vale e Petrobras, devem subir menos na Bolsa, por serem produtoras de matérias primas (minério e petróleo), e dependem do crescimento da economia global ainda incerto.

Joaquim Levy analisa o cenário para a economia brasileira e o Safra Report de junho no canal do Banco Safra no Youtube, ao lado de Rodrigo Santin, estrategista de investimentos do Safra. Eles comentam as mudanças das projeções do banco que constam do Safra Report, relatório mais importante do banco, referente ao mês de junho. O relatório do Safra para junho está disponível neste link.

Rodrigo Santin explica que quando a Selic |(taxa básica de juros) cai, todos os ativos melhoram a performance. “E a curva de juros futuros de mercado já precifica o juro caindo a 9% no fim do ano que vem, mas a bolsa ainda não. A volta das pessoas físicas para a Bolsa reflete o cenário positivo catalizador com queda da inflação, certeza de queda de juros e melhora do ambiente fiscal”, comenta Santim. Ele explica que o Safra aumentou as alocações na Bolsa brasileira. Ao mesmo tempo, reduziu posições em juros pré-fixado em dois anos. “Cortamos pela mertade a alocação em pré-fixado e trocamos por aplicação em ativos que pagam inflação mais juro real”.

Joaquim Levy explica analisa a conjuntura global como relativamente favorável, embora não isenta de riscos geopolíticos. Os Estados Unidos superaram o impasse m torno do teto da dívida, e a inflação começa a desacelerar. “Os salários indicam crescimento sob controle e a economia vem se portando bem por uma série de razões, começando pelo fato de que os preços das commodities também estão comportados, o que se reflete no preço dos alimentos e produtos industrializados”, comenta Levy.

Ele acrescenta que o fenômeno é global, e favorece também o Brasil e a Europa, onde a inflação também vem caindo. Existe menor pressão sobre os juros nos Estados Unidos, e o risco no setor bancário americano é relativamente moderado, afetando apenas os bancos menores.

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Ucrânia e China são maiores riscos, destaca Joaquim levy

Entre os riscos, o diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra cita a guerra na Ucrânia e as dúvidas em relação ao crescimento da China. “Não vemos turbulências no curto prazo”, comenta. Ele destaca que as empresas nos Estados Unidos estão superando o descasamento entre oferta e demanda por mão de obra com investimentos em tecnologias que aumentam a produtividade, e cita o exemplo do aplicativo Chat GPT.

“O fato de os Estados Unidos vencerem a falta de mão de obra sem recessão, mas mudando processos produtivos, com mais automação especialmente em atividades de menor remuneração. Indica que teremos ainda um período de resultados ruins na bolsa americana, mas rapidamente as empresas devem se adaptar, com potencial de crescimento. Aliás, as únicas empresas que estão subindo nos EUA são as de tecnologia, o que é um presságio de que o país vai vencer o momento atual com mais tecnologia. Essas empresas estão disparando, particularmente os produtores de chips mais ligados à inteligência artificial”.

Joaquim Levy analisa o cenário para a economia brasileira ao lado de Rodrigo Santin, estrategista de investimentos, em conversa mediada pelo jornalista Marcelo Poli | Foto: Reprodução

Inflação no Brasil

Joaquim Levy comenta que o PIB do Brasil em 2023 deve ficar entre 2% e 2,3%, tendo em vista o excelente desempenho do agronegócio no primeiro trimestre e a estabilização do setor de serviços. “Em 2024, com a Selic caindo, vamos destravar o crédito e vamos ter mais recursos para as famílias”, comenta, lembrando que o governo vai lançar um programa para reduzir a inadimplência (Programa Desenrola).

“Devemos ter expansão significativa da renda disponível, permitindo crescimento acima de 2% no consumo. A queda da inflação e dos juros e o aumento do crédito favorecem a confiança do empresário, o que deve estimular o aumento do investimento, que pode crescer acima de 3%. Com mais consumo, investimento e exportações, o crescimento em 2024 deve ser de 2,5% ou mais. Esses segmentos de consumo e crédito geram arrecadação e favorecem o equilíbrio fiscal”.

O maior risco, destaca Levy, é a economia acelerar rápido demais, acima do PIB potencial, o que pode trazer pressão inflacionária. “É importante aproveitar as atuais oportunidades e investir no setor da transição energética e outros campos da economia do futuro”, destaca.

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