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Inflação menor que a esperada favorece investimento em fundos

IPCA abaixo do previsto indica que a queda da Selic está próxima; especialistas recomendam atenção à renda variável e aos fundos multimercados

IPCA investimentos em fundos

A expectativa de gestores de recursos é de uma volta gradual ao risco, e alguns definem o cenário atual como a hora da virada | Foto: Getty Images

A desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio estimula alta do Ibovespa, diante do aumento da percepção de o processo de recuo da Selic está próximo. Além de animar a Bolsa de Valores, a proximidade cada vez maior do início do ciclo de corte de juros indica que os investimentos em renda variável voltaram a ganhar atenção.

A expectativa de gestores de recursos é de uma volta gradual ao risco, e alguns definem o cenário atual como “a hora da virada”. Entre as apostas estão os fundos de investimento, em especial os multimercados, que tendem a favorecer quem investe antes do início da queda da Selic. Esse tipo de produto financeiro conta com um mecanismo de múltipla gestão, distribuindo os recursos entre diferentes gestores especializados em buscar as melhores alternativas a cada momento em diferentes mercados.

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“A principal notícia no Brasil é a desaceleração da inflação medida pelo IPCA. Veio um número bem abaixo do esperado, até mesmo da mínima, e isso faz com que cresça a expectativa de início do ciclo de corte dos juros em agosto. A curva de juros precifica que a redução pode começar em 0,25 ponto porcentual, só que o IPCA de hoje aumenta a probabilidade de um corte maior no início do processo”, avalia Marianna Costa, economista-chefe do TC.

De acordo com Bruna Centeno, sócia, economista e especialista em investimentos da Blue3 Investimentos, o arrefecimento do IPCA a 0,23%, depois de 0,61% em abril (piso em 0,24%), com a taxa em 12 meses em 3,94% (piso: 3,95%), era uma ótima notícia.

Queda do IPCA eleva aposta em queda da Selic e favorece investimentos em fundos

“Era a notícia que agrada ao mercado, ao Banco Central, ao governo e à população como um todo, dado que a inflação elevada encarece o poder de compra e esvazia a renda. E o grupo que ajudou muito foi o de Alimentação, com o índice de difusão mede o quanto a alta de preços está espalhada no IPCA desacelerando. Isso pode ajudar a atenuar algumas medidas de núcleos do BC”, avalia Bruna.

Como observa Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos, a alta das medidas de núcleos ainda é um ponto de dúvida em relação a um eventual inicio de redução do juro básico.

“A questão dos núcleos ainda preocupa o Banco Central, que tem deixando muito claro que são essas medidas ainda estão elevadas. No IPCA de maio, caíram bem, mas ainda estão o dobro da meta comparativo em 12 meses; teto da meta é de 4,75%”, afirma.

Paulo avalia que o IPCA mais baixo eleva a possibilidade de uma queda em breve da Selic. “Acreditamos que junho isso ainda não acontecer, mas talvez na próxima. O BC deve se preocupar em preparar o mercado primeiro antes de decidir cortar, para não surpreender o mercado”, avalia.

Conforme o operador de renda variável da Manchester, o Índice Bovespa só não sobe mais por conta da moderação externa e após dados fracos do setor externo chinês de maio.

No exterior, os investidores demonstram certa cautela em meio ao aumento das incertezas em relação ao crescimento econômico mundial, após dados fracos da balança chinesa e alertas da OCDE de que a recuperação mundial deverá ser fraca. (Com AE)

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