FMI defende aperto fiscal e monetário contra a recessão
Na abertura do encontro do G-20, o Fundo Monetário Internacional alerta para a combinação de ventos contrários ao crescimento da economia mundial
14/11/2022Na visão do Fundo Monetário Internacional (FMI), as perspectivas de crescimento econômico global estão enfrentando uma combinação única de ventos contrários, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia, aumentos das taxas de juros para conter a inflação e efeitos pandêmicos persistentes, como bloqueios na China e interrupções nas cadeias de suprimentos. Em artigo preparado visando o encontro do G-20, o organismo aponta que indicadores recentes de alta frequência confirmam que as perspectivas são mais sombrias.
Na China, os bloqueios pandêmicos intermitentes e o setor imobiliário em dificuldades estão contribuindo para uma desaceleração que pode ser vista no investimento, produção industrial e vendas no varejo, avalia o FMI.
“Isso terá inevitavelmente um impacto significativo em outras economias devido ao grande papel da China no comércio”, aponta o FMI.
FMI cita evidências de desaceleração global
“Apesar das crescentes evidências de uma desaceleração global, os formuladores de políticas devem continuar priorizando a contenção da inflação, que está contribuindo para uma crise de custo de vida, prejudicando mais os grupos de baixa renda e vulneráveis. Como nosso relatório do G-20 enfatiza, o ambiente de política macroeconômica é incomumente incerto”, diz documento do FMI.
“O aperto fiscal e monetário contínuo é provavelmente necessário em muitos países para reduzir a inflação e lidar com as vulnerabilidades da dívida – e esperamos mais aperto em muitas economias do G20 nos próximos meses. Ainda assim, essas ações continuam a pesar sobre a atividade econômica, especialmente em setores sensíveis aos juros, como a habitação”, avalia o Fundo. (AE)