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Magazine Luiza, Itaú, Cyrela, Sabesp e outros balanços em destaque

Confira os destaques dos balanços das empresas no trimestre e as perspectivas para as ações analisadas nos próximos meses

Banco Safra

As análises apresentam atualizações nas recomendações de compra e venda dos papéis das empresas | Fotos: Getty Images

Em um cenário de juros altos, o balanço da Magazine Luiza foi o principal destaque no comércio eletrônico no trimestre. As Americanas e Via foram os destaques negativos. Entre os principais balanços do trimestre divulgados ontem o do Itaú aparece em destaque com lucro de R$ 8 bilhões. Cyrela registrou faturamento acima do esperado e a JBS apresentou resultados mais fracos.

Confira os destaques dos balanços na análise dos especialistas do Banco Safra e as perspectivas para as diversas empresas nos próximos meses. As análises apresentam também atualizações nas recomendações de compra e venda dos papéis das empresas.

Comércio eletrônico

Em um cenário macro difícil com altas taxas de juros, Magazine Luiza foi o destaque do trimestre, registrando um aumento de 45% A/A no fluxo de caixa operacional principalmente devido à melhoria do capital de giro e maior rentabilidade. Americanas e Via foram os destaques negativos com um trimestre de consumo de caixa: aumento da dívida líquida de R$2,1 bilhões no trimestre para AMER e R$1,3 bilhão para VIIA; e uma queda considerável no EBITDA: -22% AMER para AMER e -29% para VIIA. Por isso, o Banco Safra reitera a preferência pelo MGLU, a Top Pick do banco no universo de e-commerce, que continua apresentando melhorias de margens e geração de caixa.

Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco apresentou bons resultados, em linha com as estimativas do Safra. O itaú reportou lucro líquido recorrente de R$ 8,079 bilhões (LPA de R$ 0,82), alta de +19% A/A e 5% T/t. Com isso, o ROE recorrente foi de 21% (vs. 19,7% no 3T21). Os principais impulsionadores do trimestre foram o bom crescimento do crédito e a expansão da margem, com qualidade de crédito bem controlada (inadimplência aumentou +8bps T/t).

Sabesp

 A Sabesp reportou um EBITDA de R$ 2.136 milhões (+19,7% a/a) 18,8% acima das estimativas do Safra e 15,2% acima do consenso. O Lucro Líquido reportado foi de R$ 1.081 milhões (+131% a/a), muito acima do previsto pelo Safra e das estimativas de consenso de mercado, impulsionado pela variação cambial positiva da dívida externa. O Safra espera uma reação positiva do mercado, uma vez que os resultados foram, em geral, acima das expectativas. O banco tem recomendação de Compra para a Sabesp principalmente pelo valuation. Na visão do banco, o tema privatização representa um potencial gatilho de curto prazo para a valorização das ações enquanto vemos a empresa negociando em linha com níveis históricos (0,76x EV/RAB vs. 0,77x histórico), baixos riscos hidrológicos (os reservatórios estão atualmente em 45,2% da capacidade total), e nenhum evento regulatório de curto prazo

Cyrela

A Cyrela divulgou resultado positivo no 3T22. A atividade de lançamentos aquecida combinada com números robustos de vendas contribuíram para a expansão do faturamento acima do esperado, enquanto um ambiente de inflação mais estável levou sua margem bruta para perto dos padrões históricos. O resultado final da Cyrela foi parcialmente prejudicado por eventos não recorrentes, que por sua vez foram compensados pela venda de R$ 139 milhões em ações da Cury.

B3

Os resultados da B3 foram fracos, com receita líquida estável e abaixo do esperado. Além disso, as despesas foram maiores, como esperado, o que contribuiu para uma margem Ebitda menor no 3T22 (vs. 3T21). O EBITDA recorrente da B3 caiu 8,2% A/A, com redução de margem de 7 p.p. no período (para 74,0%, em linha com o previsto pelo Safra). O lucro líquido recorrente (ex-amortização de intangíveis após impostos) totalizou R$ 1,154 bilhão (LPA de R$ 0,17/ação), -10,7% A/A, 6% abaixo do esperado pelo banco.

JBS

Os números do 3T ficaram aquém das previsões do Safra e acima do consenso. A JBS reportou resultados operacionais mais fracos do que o esperado no 3T22 devido a pressões de margem acima do esperado, apesar das receitas em linha e resultados abaixo do consenso. Na visão do Safra, a Seara é o principal destaque com um desempenho estelar tanto em termos de crescimento quanto de margens. Embora o 3T22 tenha ficado aquém das projeções, o Safra mantém classificação de Compra no JBSS3 com base no valuatuion atraente da ação de 4,2x EV/EBITDA 2023, sua execução premium e diversificação global.

Hermes Pardini

Lucro por ação de R$0,27, 11% abaixo das estimativas do Safra e em linha com o consenso Bloomberg. Pardini registrou resultados fracos no 3T22, com margens pressionadas, à medida que as receitas relacionadas à Covid diminuem. No entanto, o crescimento da receita ex-Covid foi decente em 19% A/A. O Safra mantém o rating de Compra para PARD3 pois, além de um valuation razoável de 16,4x P/L 2023E (considerando Fleury), o banco acredita que há uma perspectiva positiva da combinação de negócios com Fleury.

Helbor

A Helbor apresentou um bom resultado no 3T22, com um sólido desempenho de vendas promovendo seus números operacionais. No entanto, o alto endividamento somado ao aumento das taxas de juros impulsionou as despesas financeiras pressionando para baixo o resultado. A Helbor lançou dois empreendimentos que somaram R$ 79 milhões em VGV (-73% T/t e -58%). Apesar da atividade de lançamentos mais suave no trimestre, a Helbor teve um ótimo desempenho comercial com vendas totais atingindo R$ 257 milhões (+4% T/t e -4% A/a), apesar da base de comparação mais forte no 2T22 quando a empresa promoveu um evento de liquidação. Como tal, o índice de velocidade de vendas trimestral da empresa atingiu um resiliente 11,5% (+1,2p.p. T/t e -2,3p. A/a).

Randon

A Randon apresentou um bom resultado no 3T22, com lucro líquido ajustado de R$ 148 milhões (-4% A/A mas +41% T/t e 9% acima do Safra). A empresa conseguiu superar diversos desafios no trimestre, como o aumento da inflação sobre seus custos e despesas pressionando as margens operacionais, maiores despesas financeiras impulsionadas pelo aumento da taxa de juros, maiores impostos devido aos benefícios acumulados no ano passado e base de comparação mais forte dado o pior ambiente de mercado em 2022.

CCR

A CCR divulgou resultados neutros para o 3T22, com lucro líquido ajustado de R$ 146 milhões, queda de 19% A/A e 15% T/t, com recuperação de volumes e tarifas sendo ofuscada pelo aumento do CPV e despesas financeiras. A receita líquida comparável da CCR aumentou 20% A/A, como resultado (i) do crescimento de 15% A/A em suas receitas comparáveis de rodovias, reflexo do aumento de 9% A/A em suas tarifas e do aumento de 6% A/A do volume de tráfego, impulsionado pela recuperação do tráfego de veículos leves. No entanto, vale destacar que a receita consolidada das rodovias da CCR aumentou 7% A/A, inferior à receita comparável, pois o término das concessões “Nova Dutra” e “Rodonorte” foi suficiente para compensar o início da cobrança de pedágio na concessão “RioSP”; (ii) crescimento de 17% A/A nas receitas comparáveis da divisão de mobilidade, após o fim das medidas de restrição social impactando positivamente o tráfego; e (iii) aumento de 41% A/A na receita comparável da divisão de aeroportos, seguindo o contínuo aumento observado no tráfego aéreo.

Multilaser

A Multilaser apresentou outro resultado fraco, principalmente pelo menor desempenho de vendas e contração de margem. Como resultado, o lucro líquido atingiu R$ 69 milhões, -70% A/A, bem abaixo das expectativas do Safra. Além disso, a empresa divulgou um fato relevante descontinuando seu guidance para o ano de desempenho de vendas (10-12% A/A para 2022), sugerindo agora um crescimento de receita estável para 2022.

Sinqia

Sinqia anunciou bom resultado. Além da forte evolução da receita (+73% A/a), impulsionada principalmente por aquisições cirúrgicas, houve ganhos de eficiência nos negócios de software e serviços, garantindo um algarismo de um dígito de Expansão da margem EBITDA no ano (de 7,5 p.p. A/a para 25,6%). Sequencialmente, também tivemos bons números, com evolução de um dígito na receita e no EBITDA, enquanto as margens ficaram estáveis.

PetroReconcavo

A PetroReconcavo apresentou bons resultados no 3T22 que refletem a implementação bem-sucedida de sua estratégia, principalmente no que diz respeito ao crescimento da produção e monetização de gás, o que corrobora a visão positiva do Safra sobre as perspectivas da empresa e a recomendação de Compra. O EBITDA ajustado foi de R$ 423 milhões no trimestre (+11% T/t; +1% vs estimativas), uma vez que os preços de gás realizados, que continuaram nos surpreendendo positivamente, foram compensados por uma provisão vinculada a um contrato de processamento de gás. O lucro líquido de R$ 212 milhões (+62% T/t) foi 13% inferior à estimativa do Safra devido a maiores despesas financeiras. Vale ressaltar que uma decisão judicial recente que permite a retomada da negociação do cluster Bahia Terra é um desdobramento positivo e, se concluída, a aquisição do cluster pela PetroReconcavo traz um potencial de valorização adicional que ainda não está refletido nos números do Safra.

Vibra Energia

A Vibra apresentou resultados mistos no 3T22, com aumento no volume de vendas e menores despesas, mas prejudicado por uma perda pontual de estoque. O EBITDA ajustado do 3º trimestre de R$ 925 milhões foi 44% inferior ao trimestre anterior, principalmente devido à perda de estoque de R$ 1,7 bilhão devido à queda nos preços dos combustíveis no período. Essa queda levou a uma margem EBITDA de R$ 90/m3 (vs R$ 179/m3 no 2T22), abaixo do nosso valor de R$ 97/m3. Se ajustado pelos efeitos não recorrentes de perdas de estoque e ganhos de hedge, a margem seria de R$ 215/m3, o que indica o bom desempenho da Vibra apesar do cenário desafiador. Prejuízo líquido de R$ 61 milhões comparado ao lucro de R$ 707 milhões do 2T devido ao menor resultado operacional, parcialmente compensado por um crédito fiscal de R$ 239 milhões (vs. uma despesa de R$ 358 milhões no 2T).

Eztec

A Eztec divulgou resultado positivo no 3T22, em linha com as estimativas do Safra. O trimestre foi marcado por uma atividade de lançamento estável e fortes números de vendas, que se traduziram em uma receita sólida. Enquanto isso, o ambiente de inflação mais estável e o impacto positivo da variação do INCC contribuíram para a expansão do resultado.

Rumo

A Rumo apresentou excelente resultado no 3T22, com lucro líquido de R$ 309 milhões (+509% A/A e +927% T/t), positivamente influenciado por maiores volumes e maiores tarifas, o que foi suficiente para superar o aumento observado nos custos e despesas financeiras.

Tecnisa

A Tecnisa apresentou resultado levemente positivo no 3T22. Seu desempenho foi impulsionado por uma sólida atividade de lançamentos que impulsionou o desempenho de suas vendas e impulsionou seu faturamento, que combinado com a redução de suas despesas financeiras líquidas resultou em um lucro líquido simbólico de R$ 2 milhões, vs prejuízo líquido de R$ 45 milhões no 3T21 e R$9 milhões no 2T22. A Tecnisa lançou dois empreendimentos no 3T22, representando R$233 milhões em VGV (-19,2% A/A). Enquanto isso, a receita líquida saltou para R$ 112 milhões (+26%T e +41% A/a), uma vez que a empresa vem recuperando gradativamente seu desempenho de vendas, especialmente graças ao lançamento do projeto “Bosque Pitangueiras” no bairro Jardim das Perdizes com 66% do seu VGV já vendido. Assim, seu índice de velocidade de vendas subiu para 12% (+120bps T/t e +60bps A/a).

Panvel

A Panvel reportou outro conjunto de bons resultados apesar da desaceleração na receita de serviços. A receita líquida cresceu 27% (apenas 1% acima das estimativas do Safra) A/A, e o EBITDA Ajustado aumentou 39% A/A, com uma melhora de 40bps na margem EBITDA A/A. A empresa também aumentou sua participação de mercado na região sul em 90bps atingindo 12%, atestando sua execução de alto nível. O lucro líquido de R$ 24M foi 16% maior A/A e 4% abaixo das estimativas do Safra devido a maiores despesas financeiras. O Safra reitera o rating de Compra e preço-alvo de R$ 20,8/ação.

Eneva

A Eneva registrou EBITDA de R$ 597 milhões (+9,1% A/A), 6,0% acima das estimativas do Safra e 1,1% abaixo do consenso. O Lucro Líquido reportado foi de R$ 238 milhões (-34,4% A/A), 15% acima das estimativas do Safra e 17% abaixo do consenso. A empresa reconheceu os seguintes itens não recorrentes: (i) +R$ 216 milhões referente à compra vantajosa da Térmica Fortaleza (CGTF); e (ii) -R$ 63 milhões referente a multas por indisponibilidade aplicadas em Jaguatirica II. Excluindo esses itens, o EBITDA comparável de R$ 442 milhões ficou 22% abaixo das estimativas do Safra e 26,8% abaixo do consenso. Esperamos uma reação ligeiramente negativa do mercado, pois os resultados comparáveis ficaram abaixo das expectativas do Safra e do consenso.

Mitre

A Mitre apresentou resultados ligeiramente negativos no 3T22. Sua atividade comercial mais fraca desacelerou seu crescimento de receita, levando a números financeiros pouco inspiradores. No total, os dois lançamentos da empresa somaram R$ 548 milhões em VGV (+127% T/t e +89% A/a), com R$ 130 milhões já vendidos (~24% do VGV), enquanto a receita líquida totalizou R$ 165 milhões (-13% T/t e +12% A/A), com apenas R$59 milhões de vendas de estoque. Por fim, a empresa anunciou o lançamento do “Raízes Premium Butantã” em outubro, com R$ 454 milhões em VGV e 30% já vendidos.

Plano & Plano

Uma sólida atividade de lançamentos e um desempenho recorde de vendas, seguidos pela expansão do faturamento e pela recuperação da margem bruta da empresa, levaram a um 3T22 forte para Plano & Plano. a Plano & Plano lançou seis empreendimentos no 3T22, representando R$ 424 milhões em VGV líquido (+18% T/t e -4% A/a). Enquanto isso, a P&P manteve seu forte impulso de vendas, com vendas totais atingindo R$ 461 milhões (+14% T/t, +28% A/a e +1% vs Safra), quebrando recordes de vendas em trimestres consecutivos. Além disso, vale destacar que a empresa conseguiu repassar parte da alta inflação da construção para os preços, com o preço médio dos lançamentos crescendo +16% T/t e +8% A/a, enquanto o preço médio das vendas também aumentou +2% T/t e +6% A/A. Assim, o índice de velocidade de vendas da Plano & Plano atingiu sólidos 42,4% (+1,7p.p T/t e -0,6p.p. A/a), refletindo o melhor desempenho de vendas da empresa.

JHSF

A JHSF apresentou um bom resultado no 3T22. Apesar das condições macroeconômicas mais difíceis, a empresa continua se beneficiando de seu forte posicionamento no setor de luxo no Brasil e, mais uma vez, apresentou resultados financeiros sólidos.

Grupo Mateus

O Grupo Mateus reportou mais um trimestre forte com um lucro sólido, mas o Safra espera melhorias no ciclo de caixa nos próximos trimestres. A receita líquida cresceu 36% a/a (+3% vs Safra), enquanto o EBITDA cresceu 43% a/a (+4% vs Safra) e o lucro líquido também cresceu 36% a/a. Por outro lado, o ciclo de caixa aumentou 6 dias a/a como resultado de maiores estoques e recebíveis, enquanto os fornecedores apresentaram uma ligeira melhora. O Safra reitera a classificação de Compra e preço-alvo de R$ 7,9/ação para GMAT, pois continua otimista com as perspectivas de receita da empresa e acredita que o Grupo Mateus (e o novo CFO) poderá melhorar o ciclo de caixa no futuro próximo.

Copel

A Copel reportou um EBITDA de R$ 1.106 milhões (-58% a/a, excluindo Equivalência Patrimonial), 12,6% abaixo das estimativas do Safra e 17,5% abaixo do consenso. Os resultados foram afetados por (i) (i) -119 milhões relacionados aos impactos contábeis do IFRS no braço da TransCo; (ii) -R$ 14 milhões de atualização da inflação da base de ativos (VNR), sem impacto no caixa; (iii) +R$20mm de outros itens não recorrentes não caixa. O EBITDA comparável de R$ 1.259 milhões ficou 0,5% abaixo das estimativas do Safra e 6,0% abaixo do consenso. O Lucro Líquido de R$ 363 milhões (-79% a/a) ficou 1,7% abaixo das estimativas do Safra. O banco espera uma reação neutra do mercado, uma vez que os resultados operacionais ficaram em linha com as expectativas.

CPFL

A CPFL registrou EBITDA de R$ 2.967 milhões (+14% a/a), 5,6% acima das estimativas do Safra e 11,2% acima do consenso. O Lucro Líquido reportado foi de R$ 1.408 milhões (+0,4% a/a), 9% acima das estimativas do Safra e 12% acima do consenso. O EBITDA reportado foi afetado pelos seguintes itens não recorrentes: (i) -R$ 67 milhões de atualização financeira dos ativos financeiros das concessões (VNR), sem impacto no caixa; (ii) +R$ 114 milhões de reconhecimento de margens de construção de linhas de transmissão; (iii) -R$ 47 milhões de baixa de ativos; (iv) -R$ 60 milhões de despesas judiciais não recorrentes; e (v) +R$ 75 milhões de receitas atuariais de pagamento de saldo de previdência complementar. O EBITDA comparável de R$ 2.952 milhões ficou 5,1% acima das estimativas do Safra e 10,6% acima do consenso. o Safra espera uma reação positiva do mercado, uma vez que os resultados foram, em geral, acima das expectativas.

Energisa

A Energisa registrou EBITDA de R$ 1.974 milhões (+13% a/a), 13,7% acima das estimativas do Safra e 26,2% acima do consenso. Lucro Líquido de R$ 402 milhões (-50% a/a), 31% abaixo das estimativas do Safra e 14% abaixo do consenso. O EBITDA ajustado de R$ 1.681 milhões (+11,1% a/a) ficou 3,2% abaixo das estimativas do Safra e 7,5% acima do consenso. O Safra espera uma reação ligeiramente positiva do mercado, pois os resultados ficaram acima das expectativas do consenso.

Light

O EBITDA reportado de R$ 459 milhões (+25,4% a/a, excluindo equivalência patrimonial) ficou 27% abaixo das estimativas do Safra e 25% abaixo do consenso. O Lucro Líquido de R$ 7,9 milhões (-97,8% a/a) ficou 90% abaixo das estimativas do Safra e 90% abaixo do consenso. O resultado foi afetado por (i) +99R$mn provenientes da atualização do ativo financeiro (VNR), sem impacto caixa, e (ii) +R$57mm de outras receitas operacionais. O EBITDA comparável de R$ 615 milhões ficou 1,9% abaixo das estimativas do Safra e 0,4% acima do consenso. A empresa anunciou um programa de recompra de ações de até 10% de todas as ações emitidas. O Safra espera uma reação ligeiramente positiva do mercado sobre o programa de recompra anunciado.

Locaweb

A Locaweb reportou um sólido conjunto de resultados no terceiro trimestre, com a receita líquida mantendo seu ritmo de dois dígitos (impulsionado por aquisições). O principal destaque em nossa visão foi a recuperação do EBITDA em base trimestral, que superou as expectativas do consenso da Bloomberg, em 16,6% (vs. ~15% do Street) e em linha com o nosso número.

IRB Brasil RE

Conforme parcialmente antecipado pelos números mensais da Susep, o IRB Brasil RE apresentou resultados muito fracos. As linhas pressionaram os resultados da empresa. O prejuízo líquido ficou abaixo das expectativas já baixistas do Safra, em -R$299 milhões (vs. -R$109 milhões esperados pelo banco). Em suma, o Safra vê o IRB ainda apresentando resultados negativos. Embora o recente aumento de capital tenha levado a companhia a se equiparar momentaneamente aos índices de suficiência e cobertura da Susep, o Safra ainda vê os fracos resultados operacionais e a incerteza de melhoria daqui para frente como riscos de descasamento futuro e necessidade de mais recursos. O Safra mantém a visão cautelosa (recomendação Neutra; preço-alvo de 2023 de R$1,7/ações) para a empresa, pois ainda vê uma tendência de recuperação devagar para o resultado do IRB.

Even

A Even apresentou resultado negativo no 3T22. O resultado superior ao esperado foi ofuscado por padrões de margem bruta ainda fracos, que combinados com provisões mais altas contribuíram para o resultado suave. Na frente operacional, o 3T22 da Even foi marcado por uma atividade de lançamentos reduzida, que foi compensada por um desempenho resiliente de vendas de estoque e sólidos números de vendas atribuídos a seus lançamentos. No total, a Even lançou 3 empreendimentos totalizando R$ 161 milhões em VGV líquido no 3T22 (-65% t/t e -76% a/a), enquanto sua receita líquida atingiu R$ 342 milhões (-29% t/t e +23% a/a). O Safra mantém a recomendação de Compra para EVEN3, devido à sua estratégia de longo prazo e o valuation atraente de 0,6x P/VP para 2023E. Além disso, o banco acredita que o forte balanço patrimonial e a estrutura mais enxuta da Even devem segurar qualquer efeito macro negativo até o início do próximo ciclo positivo, impulsionando as vendas em geral. 

Melnick

Melnick apresentou resultado misto, mas levemente negativo no 3T22. A empresa apresentou um desempenho operacional misto, com a atividade de lançamentos ainda boa sendo ofuscada por um desempenho de vendas mais fraco. Enquanto isso, seu faturamento decente foi seguido por margens operacionais estáveis, mas ainda pouco inspiradoras. No entanto, o lucro da empresa foi ajudado por um ganho financeiro líquido mais forte que levou a um lucro líquido de R$ 23 milhões. A Melnick lançou 2 novos empreendimentos totalizando R$155 milhões em VGV líquido no 3T22, crescendo +35% no trimestre, mas ficando ligeiramente abaixo do 3T21. Enquanto isso, as vendas líquidas atingiram R$ 151 milhões (-47% t/t e +87% a/a), com a queda trimestral atribuída principalmente ao lançamento bem-sucedido do evento “Melnick Day”, contribuindo para os R$ 279 milhões alcançados em vendas de estoque no 2T22 (+115% vs 3T22). Dessa forma, o índice de velocidade de vendas trimestral da Melnick atingiu uma redução de 12% (-9p.p t/t e +3p.p a/a), o que foi parcialmente compensado pelo ainda sólido índice de velocidade de vendas de 34% de seus lançamentos (-6p.p t/t e + 13p.p a/a). Apesar do desempenho pouco inspirador, o Safra continua confiante na estratégia de longo prazo da Melnick, principalmente considerando seu longo histórico de empreendimentos rentáveis e sua destacada posição de liderança de mercado em Porto Alegre. Com um valuation atraente de 0,7x P/VP para 2023E, o Safra mantém a classificação de compra para MELK3.  

Syn

A Syn reportou resultados fracos no 3T22. Após o severo declínio das taxas de ocupação financeira da Syn em toda a divisão de escritórios corporativos, o novo portfólio da empresa apresentou números ruins, terminando em um prejuízo líquido de R$ 2 milhões, com FFO de R$ 6 milhões. O Safra está deixando a cobertura da empresa em Revisão, até incorporar ao modelo de avaliação os resultados recentes da Syn e os principais impactos da pandemia e da venda de ativos sobre suas operações.  

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