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Lucro do Itaú Unibanco cresce 19% no trimestre e chega a R$ 8 bilhões

Em um trimestre marcado pelo aumento da inadimplência de pessoas físicas, o Itaú apresentou piora mais contida que os rivais da iniciativa privada

agência do Itaú

No trimestre encerrado em setembro, os ativos totais do Itaú chegaram a R$ 2,422 trilhões | Foto: Estadão Conteúdo

O Itaú Unibanco fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido gerencial de R$ 8,079 bilhões, uma alta de 19,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o maior banco da América Latina aumentou o lucro em 5,2%.

Em um trimestre marcado pelo aumento da inadimplência nas carteiras de crédito voltadas a pessoas físicas, o Itaú apresentou uma piora mais contida que a dos rivais da iniciativa privada, de 2,6% para 2,8% em um ano. Ainda assim, as provisões contra a inadimplência cresceram 52,7%, para R$ 7,992 bilhões.

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O salto no custo de crédito foi compensado pela margem financeira do banco, que teve crescimento de 22,5% em um ano, para R$ 23,901 bilhões. O indicador, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi puxado pela margem com clientes, que inclui as operações de crédito, e que aumentou 33%, para R$ 23,385 bilhões, graças ao crescimento do spread (diferença entre custo de captação e juros cobrados).

A margem com mercado, que reflete o resultado da tesouraria do banco, caiu 73,2% em um ano, para R$ 516 milhões. Apesar de ter sustentado resultado positivo, o Itaú observou uma queda dos números colhidos na América Latina, o que explica a baixa do número.

As receitas com serviços, por sua vez, subiram 3,4% em um ano, para R$ 10,410 bilhões, puxadas pelas receitas com cartões de crédito, em especial.

O presidente do banco, Milton Maluhy Filho, afirmou que a transformação digital do Itaú tem se refletido no aumento dos índices de satisfação dos clientes, o chamado NPS, o que por sua vez ajuda a gerar resultados financeiros melhores. “Nosso principal objetivo é termos clientes cada vez mais satisfeitos, criando um círculo virtuoso. Clientes satisfeitos tornam-se mais engajados, o que permite ao banco conquistar melhores resultados”, disse ele, em nota.

O CFO do Itaú, Alexsandro Broedel, pontuou que os números do trimestre mostram consistência e solidez no desempenho da instituição, nas várias linhas de negócio. “Nos últimos anos, conseguimos crescer de forma sustentável nossas operações de crédito e serviços devido fundamentalmente à disciplina na gestão de riscos e na eficiência operacional”, afirmou.

Ativos totais do Itaú Unibanco chegam a 2,4 trilhões

No trimestre encerrado em setembro, os ativos totais do Itaú chegaram a R$ 2,422 trilhões, um aumento de 12,4% em termos anuais, e de 5,6% em um trimestre. Segundo o banco, o crescimento em base anual se deve à compra de uma fatia adicional na XP, de 11,4%, realizada em abril, como parte do acordo original de investimentos do banco na corretora, de 2017.

Desde então, o Itaú vendeu uma parcela das ações para evitar ter de descontar essa participação de seus índices de capital. Ainda assim, o banco mantém o restante em seu balanço, e tem dito que vai vender as ações à medida que os preços de mercado forem atrativos.

O patrimônio líquido do Itaú, por sua vez, foi de R$ 157,175 bilhões, alta de 12,8% em 12 meses. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente da instituição foi de 21%, um aumento de 1,3 ponto porcentual em um ano, e de 0,2 p.p. em três meses.

Inadimplência na carteira de crédito é de 2,8%

A inadimplência medida por atrasos acima de 90 dias atingia 2,8% da carteira de crédito do Itaú Unibanco no final do terceiro trimestre deste ano, de acordo com release de resultados publicado nesta quinta-feira, 10.

O número representa um aumento de 0,2 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano passado, e é 0,1 p.p. maior que o registrado no segundo trimestre deste ano.

A deterioração observada pelo Itaú foi mais contida que a vista em outros bancos privados de porte semelhante. Segundo o banco, o crescimento veio em especial de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas. Houve uma rolagem dos créditos que, no trimestre anterior, estavam na faixa de 15 a 90 dias de atraso, a chamada inadimplência antecedente.

O Itaú destaca ainda que no trimestre, fez a venda de R$ 437 milhões em créditos ativos com atraso superior a 90 dias, sendo que R$ 269 milhões ainda não teriam sido baixados a prejuízo caso a venda não tivesse acontecido. “Trata-se de uma carteira de pessoas físicas, com baixa probabilidade de recuperação”, diz o banco.

Sem a venda, o índice de inadimplência total do banco teria sido de 2,85% no trimestre. O maior impacto foi na carteira de pessoas físicas no Brasil, em que a inadimplência passaria dos 4,72% registrados em setembro para 4,79%.

Os atrasos em pessoas físicas subiram 1,1 p.p. em relação a setembro de 2021. Na carteira de grandes empresas, a inadimplência era de 0,1%, queda de 1 p.p. em um ano. Já entre micro, pequenas e médias empresas, houve queda de 0,3 ponto na inadimplência em 12 meses, mas alta de 0,1 em três, para 2,3%. (AE)

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