Ibovespa acelera queda com piora do cenário global

A volta do feriado não trouxe bons ventos para os mercados mundiais. A indicação de que o Federal Reserve (Fed) irá ser mais austero na condução da política monetária fez com que as bolsas pelo mundo caíssem nesta sexta-feira. Com o Ibovespa, principal índice da B3, não foi diferente.

O Índice iniciou a sessão em queda em 114 mil pontos, mas acelerou a baixa e cai mais de 3% e opera, ao final do pregão, a 110 mil pontos. Por volta de 15h50, o Ibovespa  recuava 3,05%, a 110.852 pontos.

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O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros americana estará em discussão na próxima reunião da instituição marcada para os dias 3 e 4 de maio.

Com a inflação atingindo cerca de três vezes a meta de 2% do Fed, “é apropriado avançar um pouco mais rapidamente”, disse Powell em uma discussão sobre a economia global nas reuniões do Fundo Monetário Internacional. “Cinquenta pontos básicos estarão na mesa para a reunião de maio.”

Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, disse que era esperado esse recuo no Ibovespa nesta sexta-feira, pois, o mercado está repressificando a inflação para este ano e para 2023, com a indicação de aceleração do cliclo de alta dos juros nos Estados Unidos e a desaceleração da China.

“Isso fez um movimento de rotação, com os investidores saindo de empresas de commodities”, disse Oliveira. “As mineradoras e até mesmo as petroleiras apresentaram queda com o indício de desaceleração da China, que é a locomotiva do crescimento mundial.”

Ontem, a Fitch reduziu sua previsão de crescimento do PIB em 2022 para a China de 5,2% para 4,5% e agora espera um crescimento do consumo privado em 4,5%, em comparação com 6,0% previstos anteriormente. A meta do governo chinês é de um crescimento de 5,5% esse ano.

Os papeis da Vale caem 5,23% e os da Petrobras, o PETR4 recuam 3,33%

O Ibovespa também é afetado pelo mercado interno. Segundo Oliveira, as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que haverá mais uma alta de 1 ponto percentual na próxima reunião pesam principalmente em papeis locais. Hoje, a Selic está em 11,75% ao ano.