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Sinal de maior aperto monetário nos EUA preocupa o mercado

Bolsas asiáticas acomparam as quedas da véspera no mercado americano após o Federal Reserve dar sinais de maior aperto monetário

Federal Reserve

O mercado foi pressionado pelas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de outras autoridades monetárias | Foto: Getty Images

Indícios de maior aperto monetário nos Estados Unidos preocupam o mercado e abalam as bolsas de valores. As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta sexta-feira, 22, acompanhando perdas em Wall Street, na véspera, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, sinalizar que o ritmo de aumento de juros precisa ser mais rápido para combater a alta da inflação.

O índice acionário japonês Nikkei caiu 1,63% em Tóquio nesta sexta, a 27.105,26 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,21% em Hong Kong, a 20.638,52 pontos, o sul-coreano Kospi cedeu 0,86% em Seul, a 2.704,71 pontos, e o Taiex registrou perda de 0,60% em Taiwan, a 17.025,09 pontos.

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Apesar de bons resultados de companhias como Tesla e American Airlines, o mercado foi pressionado na quinta-feira pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e de outras autoridades monetárias do país.

O índice Dow Jones fechou a quinta-feira em baixa de 1,05%, em 34.792,76 pontos, o S&P 500 recuou 1,48%, a 4.393,66 pontos, e o Nasdaq teve queda de 2,07%, a 13.174,65 pontos.

Jerome Powell sinaliza necessidade de maior aperto monetário

O presidente do Federal Reserve afirmou, durante painel do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, que acredita ser apropriado que o Fed aja em ritmo “um pouco mais rápido” e reiterou que um aumento de juros de 50 pontos-base será uma opção na reunião de política monetária do BC americano em maio.

Powell disse que é absolutamente fundamental reconquistar a estabilidade dos preços e que seu objetivo é reduzir a inflação para a meta de 2% do Fed sem causar uma recessão. Para ele, o conflito entre Rússia e Ucrânia pressionará a inflação dos EUA, ainda que o país esteja menos vulnerável e mais distante dos efeitos imediatos da guerra do que a Europa.

A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse que “provavelmente” o banco central americano adotará “algumas” altas de 50 pontos-base nos juros básicos ao longo deste ano. A dirigente, que não vota nas decisões monetárias neste ano, avalia que este é o caminho para alcançar a taxa neutra, em 2,5%, até o fim de 2022.

O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, afirmou que o dólar de fato está “um pouco forte”, mas ponderou que a moeda não está muito distante da média dos últimos cinco anos. Com direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Bullard considerou que o aperto monetário em andamento do Fed “está parcialmente precificado” pelos mercados e que o restante desse movimento virá conforme o BC age.

Já entre papéis em foco, a ação da Tesla registrou alta de 3,1% após a companhia reportar ontem, depois do fechamento, seu maior lucro trimestral na história.

A American Airlines teve avanço de 4,3%, após informar que sua receita mais do que dobrou no primeiro trimestre. A United Airlines subiu 9%, beneficiada pelo aumento nas viagens pós-lockdown. (AE)

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