Ibovespa fecha estável e mantém os 110 mil pontos

Após passar boa parte do pregão no terreno negativo, o Ibovespa encerrou os negócios nesta quarta-feira em estabilidade, com os investidores preocupados com a escalada da inflação no mundo e risco de recessão global.

O índice manteve os 110 mil pontos e fechou em 110.579 pontos, após oscilar entre 109.699 e 111.006 pontos. Na véspera, depois de passar o dia no vermelho, a bolsa virou e fechou em alta puxada pelos papéis da Vale e do setor financeiro.

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Marcelo Oliveira, economista e fundador da Quantzed, afirma que nesta sessão os investidores ficaram de olho na ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Na ata, a maioria dos dirigentes do Fed defendeu que aumentos de 50 pontos-base provavelmente serão apropriados “no próximo par reuniões” nos Estados Unidos, segundo a ata da última reunião de política monetária da instituição.

De acordo com o documento, na reunião ocorrida nos dias 3 e 4 de maio, todos os dirigentes reafirmaram o seu forte empenho e determinação em tomar as medidas necessárias para restabelecer a estabilidade de preços.

O mercado já precificava uma nova alta de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões do Fed, em junho e julho, à medida em que a autoridade monetária busca reduzir a inflação das máximas de 40 anos.

Em maio, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) elevou o intervalo da taxa de juros dos Estados Unidos para 0,75% e 1% ao ano.

“Temos que analisar como, nessa nova realidade, dado o cenário de estagflação e possível recessão, com inflação galopante e Bancos Centrais apertando política monetária, ativos de risco irão se comportar”, disse Oliveira.

Segundo ele, com as taxas de juros mais altas os americanos não estão comprando imóveis, e é um “grande sinal de recessão”. “Isso já mostra desaceleração brutal da economia americana”, ressaltou.

As bolsas americanas fecharam em alta nesta sessão. Dow Jones avançou 0,60%, S&P 500 subiu 0,95% e Nasdaq evoluiu 1,51%.

Além disso, na China há o risco de crescimento menor da economia devido à política “covid Zero”. “Os grandes bancos globais, como JP Morgan, estão revisando crescimento chinês para baixo, o que afeta crescimento global”, disse Oliveira. “São pontos que aumentam a pressão dos ativos e dificulta a retomada econômica.”

Essa desaceleração da China afeta os preços das commodities pelo mundo. Os contratos futuros do minério de ferro, para entrega em setembro, na bolsa de Dalian, na China, fecharam em alta de 0,4%, a 852 yuans por tonelada.

Os preços spot do minério de ferro com 62% de teor de ferro para entrega na China ficaram estáveis em US$ 130 nesta quarta-feira, mesmo patamar do dia anterior, segundo a consultoria SteelHome.

O governo chinês implantou várias medidas de estímulo para sustentar um mercado imobiliário em dificuldades. Mas, analistas afirmam que o efeito das restrições para conter a transmissão da covid-19 está mais presente na economia chinesa do que os incentivos do governo para manter a meta de PIB.