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Ibovespa cai 10,11% em abril, maior queda desde março de 2020

Índice caiu 10,11% no mês e fechou aos 107.876 mil pontos. Na semana, queda foi de 2,88%, após o recuo de 1,86% nesta sexta; dólar subiu 3,81% em abril

Dedo apontando para gráfico candle de mercado fiannceiro, alusivo à queda do Ibovespa

O desempenho negativo do Ibovespa em abril foi puxado pela queda das ações da Vale e Petrobras no período | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, reverteu a sequência de altas mensais em abril. O índice caiu 10,11% no mês, fechando a sexta-feira, 29, aos 107.876 mil pontos. O desempenho negativo da Bolsa não se via desde novembro de 2021. Além disso, esse foi a pior queda desde março de 2020, início da pandemia de covid-19.

Na semana, a queda foi de 2,88% e no dia, o recuo foi de 1,86%. No ano, a Bolsa ainda acumula alta de 2,91%.

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Para Rafael Foscarini, da Belo Investment Research, a razão para o desempenho negativo do Ibovespa em abril foi a queda das ações da Vale e Petrobras no período. Segundo ele, os papeis da mineradora saíram de R$ 95,87 para R$ 83,29. Já a Petrobras saiu de R$ 33,45 em março para R$ 30,21.

“É o maior peso do Ibovespa”, disse Foscarini. “Coronavírus na China afetou as expectativas de crescimento chinês e, consequentemente, da Vale e Ibovespa.”

Outro fator que afetou o índice no mês de abril foi a política mais austera dos Estados Unidos na condução da política monetária, com o início de uma sequência de altas dos juros.  Em contrapartida, segundo Foscarini, o Brasil pode entrar no ciclo de baixa da taxa Selic já a partir do segundo semestre.

“Isso leva o investidor para mercados mais maduros”, disse. “Além disso, há o risco inflacionário no Brasil que continua alto e afugenta capital estrangeiro da bolsa de valores.”

Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, diz que o Ibovespa teve performance negativa, seguindo o mau humor externo, principalmente com dados alarmantes de inflação americana, e mensagens mais duras referente a alta dos juros americanos, o que fazem com que os investidores procurem mais a Renda Fixa nos Estados Unidos, que é o ativo com menor risco no mundo.

“Esse fator de corrida para a Renda Fixa americana favorece ao fortalecimento do Dólar frente ao real que vimos no mês de abril também, com a moeda americana saindo da região de R$ 4.78 para chegar a testar regiões acima dos R$ 5 reais”, afirmou Oliveira.

O dólar fechou esta sessão com leve alta de 0,06% e na semana acumulou ganhos de 2,86%. Já no mês, a valorização da moeda americana foi de 3,81%.

Com essa fuga de risco por parte dos investidores estrangeiros, segundo Oliveira, abril foi o primeiro mês do ano com fluxo negativo do estrangeiro na Bolsa, com uma retirada de R$ 5,3 bilhões, até o dia 27/04.

“O destaque negativo no mês foi o setor de varejo que segue fraco perante a uma inflação ainda muito alta, seguido do setor siderúrgico que sofre bastante com um possível desaquecimento Chinês dado pelos novo lockdowns”, disse Oliveira.

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