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Aumento do déficit já estava precificado e Bolsa segue em tendência de alta

O Ibovespa apresentou leve alta de +0,33% no último pregão, cotado a 126 mil pontos, mesmo após o governo elevar a projeção de déficit público

Cotações

O Dólar Futuro apresentou leve alta de +0,12% no último pregão, cotado a 4.908 pontos | Foto: Getty Images

O governo federal revisou a projeção para o déficit fiscal em 2023, mas com ajustes mais técnicos e sem impacto nos preços dos ativos, pois já estava precificado pelo mercado. O Ibovespa apresentou leve alta de +0,33% no último pregão, cotado a 126.035,30 pontos. O ativo está em tendência de alta no médio e no curto prazo. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 128.300 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 130.750 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 125.000 O próximo fica na faixa de 122.500 pontos.

O Dólar Futuro apresentou leve alta de +0,12% no último pregão, cotado a 4.908 pontos. O ativo se encontra em tendência de baixa no médio prazo e neutra no curto. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.810 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.700. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.070 e a segunda em 5.220.

Exterior:

Destaque para os índices PMIs na Zona do Euro que trouxeram números um pouco acima do esperado, embora o nível siga ainda muito baixo. Às 09:30h o destaque fica para a Ata do BCE, mas não esperamos muitas mudanças, devem seguir dependentes de dados.

Commodities:

Petróleo apresenta baixa (USD81,2/b; -0,96%)
Minério de ferro registra baixa com intensificação de campanha do governo chinês para tentar esfriar alta da commodity (USD133,2/t; -1,05%)

Empresas:

Americanas: Debenturistas da 14ª emissão da empresa adiaram para 4 de dezembro sua decisão sobre o plano de recuperação judicial
Eletrobras: Cia concluiu a aquisição da participação da Cemig e da Orteng na hidrelétrica Retiro Baixo, por R$ 222 milhões
Marfrig: Conselho da Marfrig aprovou a recompra de até 31,5 milhões de ações em 18 meses

Agenda do Dia:

06:00 – Zona do Euro – PMI Serviços e Manufatura/Novembro
08:00 – Brasil – IPC-S/Novembro

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 126.035 (+0,33%)
S&P: 4.557 (+0,41%)
Dólar Futuro: R$4,91 (+0,12%)

Atualizações Safra:

Cemig e Copasa: Mudança de rumo? Da privatização à federalização…
O que há de novo? No dia 22 de novembro, segundo jornais locais, o governador do Estado de Minas Gerais concordou com a federalização das empresas do Estado (mais a transferência de alguns recebíveis) como alternativa à negociação de um plano de recuperação fiscal com o governo federal. A decisão segue a proposta apresentada na semana passada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Não foram fornecidos detalhes sobre esse processo, que ainda será analisado pelo governo federal. A discussão pode levar algum tempo para ser concluída.
Não é tão simples… A federalização das empresas mineiras pode revelar-se um processo complexo, em nossa opinião, baseado em: (i) exigência de aprovação local – uma mudança de controle nas empresas mineiras provavelmente exigirá a aprovação de a Assembleia Legislativa do Estado e até uma alteração da Constituição do Estado (devido à mudança de controle); (ii) especificidades do contrato de saneamento – no caso da Copasa, a mudança de controle também poderia causar problemas nos contratos de concessão existentes (a nova lei de saneamento permite alterações nos contratos em caso de privatização, mas não há disposições relativas à federalização); (iii) acionistas minoritários – tanto a Cemig quanto a Copasa são listadas e uma mudança de controle poderia desencadear direito de tag along para as ações ordinárias (ON) da Cemig (80% do valor da operação; nenhum direito para as ações preferenciais (PN) da Cemig), e para ações ON da Copasa (Novo Mercado); (iv) implicação para outros ativos – a discussão sobre o valuation de ambas as empresas não é simples, especialmente no caso da Cemig, que é uma empresa integrada que detém participações em outros ativos listados (uma mudança de controle na Cemig pode ter impactos sobre Taesa – TAEE11; TP R$ 33,80; Neutro); (v) impactos fiscais – a dívida total do Estado de Minas Gerais com o governo federal é muito maior que o valor de mercado dessas empresas; além disso, após absorver novos ativos do Estado de Minas Gerais, o governo federal também teria que alterar suas estimativas orçamentárias para 2024; e (vi) dívida – uma mudança no controlo também poderia desencadear discussões importantes com os detentores de obrigações.

Avaliação após federalização? Antes de sua privatização em 2022, a Eletrobras era o principal ativo energético controlado pelo governo federal e enfrentava muitos desafios. A empresa teve fraco desempenho operacional, especialmente no braço Disco, com excesso de investimentos com retornos pouco atrativos em todos os segmentos em que atuava, e apresentou geração de fluxo de caixa sequencialmente negativa, o que rendeu uma alavancagem extremamente elevada (9x dívida líquida/EBITDA). Consequentemente, durante muitos anos a empresa negociou muito abaixo do seu valor contabilístico (0,3x–0,6x, com volatilidade significativa) e era quase impossível ter estimativas precisas do FCF (portanto, a TIR não era uma boa métrica para a avaliar). Supondo que Cemig e Copasa teriam eficiência muito menor, alocação de capital incerta e risco muito maior se sua federalização fosse confirmada, as desvantagens poderiam ser significativas. No caso da Cemig, considerando seu valuation atual (em 5,6X EV/EBITDA, mais rico que os 3,8x da Copasa) e suas métricas operacionais razoáveis (especialmente nos braços de G&T), acreditamos que a desvantagem poderia ser mais significativa – a empresa atualmente negocia a 1,2x P/BV (contra 0,8x P/BV da Copasa).
Nossa opinião: Negativa e ainda incerta. Neste ponto, acreditamos que vários passos ainda precisam ser dados antes que a federalização seja aprovada e concluída, envolvendo mais de um ministério, o Tesouro Brasileiro, a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, a agência reguladora do setor, para citar alguns. De qualquer forma, o cenário de federalização implica grandes desvantagens potenciais, especialmente para a Cemig. Com isso, mantemos nossas preferências por Copel (CPLE6, TP R$ 11,30; Compra) e Eletrobras (ELET3/ELET6, TP R$ 47,50/53,10; Compra) no segmento integrado e pela Sabesp no setor de saneamento.

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