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Bolsa cai a 112 mil pontos, menor nível desde 5 de junho; dólar vale R$ 5,01

O Ibovespa fecha no negativo pela quinta sessão, aos 112.696,32 pontos; dólar desvaloriza 0,29% em um dia de queda forte das ações da Petrobras

Ibovespa cotação

No mês, o índice da B3 cai 3,24%, limitando ganho a 2,78% no ano | Foto: Getty Images

Com a Petrobras em acentuação de perdas bem acima da correção da commodity na sessão, o Ibovespa resistiu em parte do dia, não o suficiente para mostrar sinal positivo no fechamento desta segunda-feira, apesar do suporte proporcionado pela maioria das ações de primeira linha. Além do mergulho da Petrobras (ON -6,03%, PN -6,61%), Vale também fechou abaixo da superfície, embora discretamente (ON -0,19%). Assim, sem o apoio das duas gigantes das commodities, o Ibovespa oscilou entre 112.164,36 e 113.679,63, encerrando o dia aos 112.784,52 pontos, em baixa de 0,33% nesta abertura de semana, com giro a R$ 21,2 bilhões na sessão. No mês, o índice da B3 cai 3,24%, limitando ganho a 2,78% no ano.

O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira, 23, em queda de 0,29%, cotado a R$ 5,0169, acompanhando o comportamento da moeda americana no exterior. É o menor valor de fechamento desde 26 de setembro (R$ 4,9871).

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Nas últimas cinco sessões, o Ibovespa mantém fechamento negativo, permanecendo nesta segunda no menor nível de encerramento desde 5 de junho, então aos 112.696,32 pontos.

Petrobras despenca e afeta o Ibovespa

A Petrobras anunciou que o Conselho aprovou a apresentação da proposta de revisão do Estatuto Social. No quadro mais amplo, o mercado monitorou também o resultado do primeiro turno da eleição na Argentina e os desdobramentos do conflito no Oriente Médio, assim como a escalada dos juros de mercado nos EUA, que, mais cedo, superaram o limiar de 5% para o vencimento de 10 anos.

Ao participar de um evento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que começa a se consolidar uma interpretação menos benigna, e mais estrutural, para a elevação dos juros nos Estados Unidos, referência para o resto do mundo. “Em sendo estrutural, existe a pergunta de por quanto tempo os juros seguirão mais altos”, acrescentou Campos Neto, que espera mais uma alta da taxa de juros do Federal Reserve, na reunião de política monetária do BC americano em dezembro.

Campos Neto observou também que a reversão dos estímulos fiscais concedidos na pandemia para evitar uma depressão econômica não se deu de forma sincronizada. As condições fiscais, destacou, seguem bem frouxas tanto nos Estados Unidos como em parte da Europa, pressionando os juros de todo o mundo.

Nesse contexto amplo, apesar da cautela que ainda mantém na defensiva o apetite global por risco, alguns papéis da carteira Ibovespa conseguiram andar bem na sessão, com CVC (+9,20%), Gol (+5,51%) e MRV (+5,28%) à frente.

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta primeira sessão da semana, além das duas ações de Petrobras no topo da lista, destaque também para Magazine Luiza (-1,95%), Prio (-1,73%) e Suzano (-0,91%).

Dólar cai 0,29% e fecha cotado a R$ 5,01

O dólar encerrou a sessão em queda de 0,29%, cotado a R$ 5,0169, no menor valor de fechamento desde 26 de setembro (R$ 4,9871). No início dos negócios, a divisa até ensaiou uma alta mais firme e superou o nível de R$ 5,05 na máxima (R$ 5,0543), em meio a uma arrancada dos juros longos nos EUA que levou a taxa da T-note de 10 anos a tocar pontualmente a marca psicológica de 5%. Ainda pela manhã, com as taxas longas americanas trocando de sinal, o dólar perdeu força por aqui e chegou a romper o piso de R$ 5,00 na mínima (R$ 4,9963).

Com a desvalorização de 1,12% na semana passada e o recuo desta segunda-feira, o dólar à vista – que chegou a superar o nível de R$ 5,20 em máxima diária na primeira semana de outubro – agora passa a acumular leve baixa no mês (-0,20%). No ano, a moeda recua 4,98%. Segundo analistas, o quadro externo continua a ter papel preponderante na formação da taxa de câmbio. A tramitação da agenda econômica no Congresso – com destaque para a reforma tributária no Senado e os projetos de lei para tributar fundos exclusivos e offshore na Câmara – é monitorada de perto, mas não tem conseguido ditar o rumo do dólar por aqui.

As atenções dos investidores seguem voltadas ao andamento do conflito no Oriente Médio e aos indicadores econômicos nos EUA, base para as apostas em torno dos próximos passos do Federal Reserve. Esta semana traz uma agenda carregada, com divulgação da primeira leitura do PIB americano no terceiro trimestre, na quinta-feira, 26, e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), na sexta-feira, 27.

Lá fora, o índice DXY – referência do comportamento do dólar frente a seis moedas fortes – operou em queda firme e trabalhava no nível de 105,641 pontos no fim da tarde. A taxa da T-note de 10 anos, que registrou máxima a 5,0209%, orbitava os 4,85%. As cotações internacionais petróleo recuaram e voltaram a ficar abaixo de US$ 90 o barril, em meio a redução e temores de que a guerra entre Israel e Hamas envolva diretamente outros atores relevantes da região. Houve adiamento da invasão terrestre de forças israelenses à Faixa de Gaza, que recebe nova leva de ajuda humanitária. (AE)

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