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Ibovespa sobe 0,78% em dia de tensão internacional

A Bolsa caiu após o resultado forte do payroll nos Estados Unidos, mas encerrou o dia em ligeira alta aos 114,1 mil pontos; dólar cai a R$ 5,16

dólar Ibovespa

encerrou a sessão desta sexta-feira em baixa de 0,14%, cotada a R$ 5,1622 | Foto: Getty Images

Os números fortes do emprego nos Estados Unidos provocaram uma reação cautelosa do mercado financeiro na manhã desta sexta-feira, mas o Ibovespa acentuou ganhos e conseguiu retomar a linha dos 114 mil pontos no fechamento do pregão, em linha com a melhora do humor externo ao longo da tarde. Pela manhã, a Bolsa brasileira chegou a recuar aos 111.598,57, na mínima. Em Nova York, os três principais índices de ações encerraram o dia com ganhos entre 0,87% (Dow Jones) e 1,60% (Nasdaq) – e apenas o Dow Jones cedeu terreno na semana, levemente (-0,30%).

O Ibovespa subiu 0,78%, aos 114.169,63 pontos, não muito distante da máxima do dia, de 114.491,00, em alta então pouco acima de 1%, saindo de abertura a 113.282,50. O giro financeiro subiu a R$ 23,1 bilhões nesta última sessão da semana. Na primeira semana de outubro a perda da Bolsa ficou em 2,06%. No ano, o índice avança 4,04%.

Nos picos da sessão, renovados a partir do meio da tarde, o Ibovespa contou com forte apoio das grandes ações de commodities (Petrobras ON +2,51%, PN +2,38%; Vale ON +1,46%, no fechamento), que buscavam então as respectivas máximas do dia, e do setor financeiro, com destaque para Banco do Brasil ON, que mostrou ganho de 4,07%, em sexta-feira na qual Itaú (PN) subiu 0,94% e Santander (Unit), 1,91%.

No encerramento, além das duas ações de Petrobras, que andaram bem à frente das cotações do petróleo na sessão, e de Banco do Brasil, destaque também para alta de 8,93% em Grupo Casas Bahia e de 3,22% para Carrefour Brasil. Na ponta oposta, Yduqs (-7,66%), Petz (-5,03%) e Cogna (-3,49%).

Ainda que a retomada desta tarde venha a se mostrar pontual, o mercado tomou nota, em segundo momento, dos sinais emitidos no mesmo payroll de setembro quanto a arrefecimento no ritmo de alta da renda salarial média, o que contribui para mitigar, em parte, os temores sobre inflação e juros. Contudo, o cenário de fundo, especialmente para emergentes como o Brasil, permanece o mesmo: desafiador.

No mês de outubro até o momento, considerando apenas os investidores estrangeiros, houve retirada de R$ 1,111 bilhão da B3, resultado de compras acumuladas de R$ 30,216 bilhões e de vendas de R$ 31,327 bilhões no intervalo até a quarta-feira, dia 4 – ou seja, um período de três sessões, iniciado na segunda-feira. No ano, o capital externo ainda está positivo em R$ 8,122 bilhões, de acordo com os dados da B3 reportados por Caroline Aragaki, do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Dólar encerra a sessão em ligeira baixa cotado a R$ 5,16

Após superar os R$ 5,20 pela manhã, em meio ao impacto da divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos, o dólar à vista experimentou uma acomodação ao longo da tarde desta sexta-feira, 6. Com melhora do apetite ao risco lá fora, na esteira de releitura de números do payroll, a moeda encerrou a sessão desta sexta-feira em baixa de 0,14%, cotada a R$ 5,1622.

Apesar do refresco desta sexta, a divisa termina a semana, que corresponde aos cinco primeiros pregões de outubro, com valorização de 2,69%, em linha com o fortalecimento global da moeda norte-americana. Foi a maior alta semanal desde a primeira semana de agosto (+3,05%).

Mais uma vez, a formação da taxa de câmbio nesta sexta foi ditada pelo exterior. Pela manhã, o payroll mostrou criação de 336 mil vagas nos EUA em setembro, bem acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast (175 mil). Foi a senha para mais uma onda avanço do dólar e das taxas dos Treasuries.

Com o mercado de trabalho norte-americano apertado, ganhou força a leitura de eventual alta adicional da taxa básica pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) neste ano e, sobretudo, a visão de juros mais elevados por período prolongado.

No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a seis moedas fortes – esboçou atingir os 107,000 pontos, ao registrar máxima aos 106,874 pontos. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities mergulharam. Por aqui, o dólar à vista até 5,2207, máxima da sessão, com zeragem de posições ‘vendidas’ no mercado futuro.

Já no fim da manhã, a maré começou a virar. As bolsas em Nova York passaram a subir e o dólar trocou de sinal em relação ao euro e às moedas emergentes. Esse movimento se acentuou ao longo da tarde, com reflexos no mercado local, levando o dólar a tocar mínima R$ 5,1467.

Operadores atribuíram o alívio a ajustes técnicos, dado que os ativos de risco já se depreciaram bastante ao longo da semana. Outro ponto mencionado foi a desaceleração do ritmo de alta taxa da T-note de 10 anos, que, após atingir 4,859% pela manhã, passou a operar abaixo de 4,80%, com investidores digerindo o payroll e dando mais ênfase à desaceleração no crescimento dos salário a estabilidade da taxa de desemprego.

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