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Ibovespa inicia semana em baixa de 0,11%, aos 119,3 mil pontos

Ações de grandes bancos e da Petrobras pressionaram o Ibovespa, que permanece no menor nível desde 20 de julho; dólar sobe a R$ 4,89

Ibovespa

Ambiente externo incerto e desconforto com o quadro político doméstico em meio a negociações para minirreforma ministerial afetaram a Bolsa | Foto: Getty Images

Com Petrobras (ON +0,67%, PN +0,63%) em alta apesar do recuo do petróleo, e com a ação da Vale oscilando do negativo ao positivo (ON +0,50%), o Ibovespa fechou em leve baixa de 0,11%, aos 119.379,50 pontos, permanecendo no menor nível de encerramento desde 20 de julho. Em agosto, o Ibovespa cai 2,10%, mas avança 8,79% no ano. Dólar fecha em leva alta cotado a R$ 4,89.

O dia foi mais uma vez negativo, ainda que moderadamente, para as ações de grandes bancos, com destaque ainda para Bradesco (ON -0,64%, PN -0,71%) após o balanço do segundo trimestre, divulgado na noite de quinta-feira – exceção para Santander no fechamento, em leve alta de 0,07% nesta segunda-feira. Na ponta ganhadora do Ibovespa, BB Seguridade (+2,38%), com o balanço trimestral, à frente de Embraer (+2,17%) e de Dexco (+1,71%) neste começo de semana, enquanto Méliuz (-6,95%), CVC (-3,97%) e Lojas Renner (-3,16%) puxaram a fila oposta.

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“Empresas que vinham numa toada boa tiveram certa realização hoje, na ausência de notícias. E Vale e Petrobras, com peso grande no índice, contribuíram para dar uma segurada no Ibovespa hoje, em um começo de semana agitada, com muitos indicadores para sair. Assim, realizou um pouco, em compasso de espera”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

“O relatório Focus trouxe, pela manhã, aumento nas projeções para PIB e redução para as de câmbio e Selic, com manutenção para IPCA (estimativa para 2023, a 4,84%). A semana será movimentada, com balanços trimestrais de empresas (como Itaú), além de novos dados de inflação no Brasil e em países como Estados Unidos e China, bem como a aguardada ata do Copom, amanhã”, diz Rosiane Duarte, analista da Toro Investimentos.

“A tendência do dia, desde a abertura, era mais de baixa para a Bolsa, refletindo um cenário de incerteza também lá fora, com o dólar tendo ganhado força no mundo inteiro desde o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch, na semana passada”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos. No Brasil, o dólar à vista fechou esta segunda-feira em alta de 0,40%, a R$ 4,8946.

“O Ibovespa tem encontrado dificuldade para dar continuidade à alta, com uma queda mais forte, hoje, entre as small caps ações de menor capitalização de mercado – diferentemente da semana passada, quando essas ações avançaram cerca de 1,5%, contra queda do Ibovespa no intervalo”, acrescenta o operador, referindo-se também a um leve avanço da curva de juros na sessão, refletindo a cautela dos investidores nesta véspera de ata do Copom, da qual se espera explicação adicional para o corte de meio ponto porcentual, e não de 0,25 ponto, efetivado na Selic na noite da última quarta-feira.

“Depois de balanços mais fracos de Petrobras e Bradesco, na semana passada, o mercado aguarda, agora, os números do Itaú, outro banco bastante relevante para o índice, com expectativa de resultado melhor do que o do Bradesco”, analisa Lourenço, qualificando a atual temporada de balanços do segundo trimestre, em geral, como “mista”.

Em Nova York, o sinal que prevaleceu no fechamento foi positivo Dow Jones +1,16%, S&P 500 +0,90%, Nasdaq +0,61%. As bolsas europeias, por sua vez, foram afetadas pela queda na produção industrial da Alemanha, em retração de 1,5% em junho, superior à que se antecipava, de cerca de meio ponto para o mês. O dia foi negativo também para os preços do petróleo, em Londres e Nova York, e para o minério de ferro na China”, diz Dennis Esteves, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.

Dólar sobe menos e fecha cotado a R$ 4,89

Após ter superado o nível de R$ 4,91 na manhã desta segunda-feira, 7, o dólar à vista arrefeceu o ritmo de alta ao longo da tarde em sintonia com o exterior e o ensaio de melhora do Ibovespa. Entre máxima a R$ 4,9146 e mínima a R$ 4,8701, a moeda encerou a sessão cotada a R$ 4,8946, avanço de 0,40%. Com ganhos em quatro dos cinco pregões de agosto, a divisa já acumula valorização de 3,49% no mês. A liquidez foi comedida, com o contrato de dólar futuro para setembro movimentando menos de US$ 10 bilhões.

Segundo operadores, o real sofreu com o sentimento de cautela diante da agenda carregada da semana – que traz como destaques índices de inflação ao consumidor nos EUA, na China e no Brasil, além da ata do Copom – e da queda dos preços das commodities como minério de ferro e petróleo. Às incertezas em relação ao próximo passo do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) soma-se certo ceticismo com o sucesso dos estímulos monetários na China.

Além do ambiente externo mais incerto, operadores notam certo desconforto com o quadro político doméstico, em meio a negociações para minirreforma ministerial, a que estaria supostamente condicionada à votação final do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. (AE)

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