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Adriano Pires será o terceiro presidente da Petrobras na atual gestão

Nova mudança no comando da petroleira estatal afeta ações da empresa e Ibovespa fecha em queda de 0,29%, aos 118.737 pontos

mercado financeiro

O mercado também precifica as medidas de isolamento na China o que pode impactar o consumo no país | Foto: Getty Images

O presidente Jair Bolsonaro decidiu mais uma vez demitir o presidente da Petrobras. Após novas críticas do presidente à política de preços da estatal, o general Joaquim Silva e Luna, que tomou posse há menos de um ano em 19 de abril do ano passado, vai deixar o cargo. Em fevereiro do ano passado, o presidente demitiu Roberto Castello Branco, também motivado pela insatisfação com o preço dos combustíveis.

Para o lugar do general Silva e Lula, o governo indicou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, que será o terceiro presidente da estatal na atual gestão. Ele é conhecido como defensor da atual política de preços, assjnto que tem motivado críticas do presidente.

Para a presidência do conselho de administração da estatal, o governo Bolsonaro indicou Rodolfo Landim, que também é presidente do Flamengo. Ele ocupará o lugar do almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que pediu para sair alegando razões pessoais. Landim é ex-funcionário da Petrobras, onde trabalhou por 26 anos antes de se juntar ao antigo grupo empresarial de Eike Batista.

A decisão de trocar novamente o comando da estatal foi tomada no mesmo dia em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou o cargo ao presidente. Ele é investigado por suspeita de envolvimento com pastores que cobravam propina para intermediar recursos para escolas, como revelou o Estadão.

Demissão do presidente da Petrobras derruba ações da empresa

Depois de subir mais de 3% na semana passada, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, inverteu a tendência e caiu nesta segunda-feira, 28, afetado pela Petrobras. As ações da empresa passaram a cair com rumores de troca em seu comando. O general Joaquim Silva e Luna deve ser substituído por Adriano Pires que, atualmente, está à frente da consultoria de energia, CBIE. O índice fechou em queda de 0,29%, a 118.737 pontos.

Até a metade da tarde desta segunda-feira, o que influenciou o Ibovespa foi a queda do petróleo no mercado internacional e as preocupações com confinamento mais rigoroso na China.

O petróleo se manteve em queda em toda a sessão com mais uma reunião entre Rússia e Ucrânia para por fim no conflito. Em uma indicação do que deve ser a pauta do encontro, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensly, disse que está pronto para neutralidade, mas com algumas condições.

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Com isso, o barril do tipo Brent, o mais negociado, fechou em queda de 6,71%, a US$ 109,49. No ano, o óleo acumula alta de 75,73%.

Aliada aos rumores de troca na presidência da Petrobras, a queda do petróleo levaram as ações das petroleiras para o terreno negativo na sessão. As ações da Petrobras, inclusive, ficaram entre as maiores baixas no dia. A PETR4 caiu 2,17%, a R$ 31,60 e a PETR3 recuou 2,63%, a R$ 32,08.

O mercado também precificou as medidas de isolamento mais rigoroso na China o que pode impactar o consumo no país tanto de petróleo como de outras commodities, o que afeta os papeis de Vale e siderúrgicas. A mineradora operava estável a alta de 0.12%, a R$ 95,34.

Para Silvio Campos, economista da Tendência Consultoria, a bolsa pode entrar em um processo de ajuste depois da alta dos últimos dias. Isso porque a perspectiva de um aumento mais forte dos juros nos Estados Unidos o que poderia diminuir o ingresso de capital estrangeiro no País, o que vem sustentando a alta do Ibovespa.

“Tem um certo esgotamento das altas recentes, queda do petróleo pesando na Petrobras e preocupações com a China afetando Vale e siderúrgicas”, disse Campos. “No exterior há certo desconforto também com a perspectiva de um aumento mais forte dos juros nos EUA, o que ameaça a economia e reduz o apetite ao risco no Brasil.”

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