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Onde estão as pechinchas e os micos da Bolsa com Selic em alta

Grandes bancos e seguradoras ainda podem render oportunidades neste cenário de aperto monetário, mas há ações que saem perdendo

Bolsa de valores

Mais importante que o anúncio dos juros é a sinalização do Banco Central quanto aos próximos movimentos do atual aperto monetário | Foto: Getty Images

O anúncio da alta de um ponto percentual na Selic pelo Copom, hoje à noite, é dado como certo pela maioria do mercado, levando a taxa básica de juros dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano.

Para o investidor mais detalhista, mais importante que o anúncio dos números, é a sinalização do Banco Central quanto aos próximos movimentos do atual aperto monetário.

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“Hoje, a curva de juros coloca no preço 94% de chance de mais um ajuste em maio, 100% de chance de aumento de 0,5 ponto percentual em junho e 80% de mais um aumento de 0,5 ponto percentual, chegando em 13,75%. Em dezembro, a curva precifica 72% de chance de uma queda de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para 13,50%”, afirma Cauê Pinheiro, estrategista de renda variável do Banco Safra.

Apesar da alta desta quarta-feira já se tratar da nona vez consecutiva que o Banco Central eleva a Selic, ainda há espaço para garimpar oportunidades na Bolsa com a alta dos juros.

Os grandes bancos, por exemplo, possuem uma operação de crédito mais representativa em seu resultado e devem conseguir capturar maiores spreads, segundo Pinheiro.

As ações do Itaú (ITUB4), por exemplo, acumulam alta de 21% em 2022, contra 4,5% do Ibovespa.

Seguradoras também se beneficiam com alta da Selic

“As seguradoras também devem se beneficiar do aumento no resultado com juros, uma vez que o prêmio dos seguros vendidos fica investido no mercado financeiro e boa parte da performance está atrelada ao CDI, que sobe com a Selic mais alta”, explica o estrategista.

Os papéis de BB Seguridade (BBSE3) estão entre os preferidos na avaliação do estrategista e, no ano, já acumulam ganhos de 12%.

Já os setores que devem sofrer com os juros mais altos são construção civil, onde a demanda é diretamente afetada por maiores taxas de hipotecas, e as chamadas bond-like-stocks, ações que negociam conforme os títulos públicos, como concessão de rodovias e shoppings.

As ações ordinárias da Gafisa (GFSA3) negociam hoje em queda de 1,3% e, em 2022, já amargam um tombo de 22%. 

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