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Juro a 12,75% garante inflação na meta, reitera Campos Neto

Presidente do Banco Central reitera que a alta de mais um ponto percentual da Selic em maio vai garantir a inflação na meta em 2023

Fluxo alto de dólares, devido à alta das commodities, favorece a valorização do real, destaca presicente do BC | Foto: Getty Images

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reiterou neste domingo, 27, a mensagem de que o ciclo de aperto monetário vai terminar em maio, com a Selic a 12,75% ao ano.

Durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, ele deixou, porém, a porta aberta para o BC voltar atrás na avaliação, e continuar subindo os juros na reunião seguinte do Comitê de Política Monetária (Copom), em caso de escalada da guerra na Ucrânia.

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“Se houver impacto da guerra, podemos mudar. Mas entendemos que 12,75% seria taxa capaz de levar a inflação à meta no horizonte relevante (da política monetária)”, sustentou Campos Neto, em referência a meta de inflação apra 2023.

Na entrevista, Campos Neto reconheceu a dificuldade de projetar o comportamento do câmbio. Mas observou que há um fluxo alto de entrada de dólares no Brasil, devido à alta das commodities, o que favorece a valorização do real, um amortecedor da inflação. “Obviamente a alta das commodities causa inflação, mas também a entrada de recursos”, comentou. Ele também atribuiu a maior atração de fluxo de capital à credibibilidade da política monetária.

Inflação atinge pico em abril e volta à meta em 2023, diz Campos Neto

Ao comentar as previsões de mercado que apontam inflação acima da meta central no ano que vem, o presidente do BC considerou que os prognósticos dos economistas mudam o tempo todo. Ele reafirmou a expectativa de que o pico da inflação será abril – 11% em 12 meses -, e depois começaria a ceder.

“Mas obviamente estamos em ambiente de alta incerteza”, ponderou Campos Neto, sem descartar possíveis choques, em especial decorrentes da crise no Leste Europeu.

Segundo Campos Neto, o salto do preço das commodities de energia, como o petróleo, produzirá em algum momento um choque reverso, de desaceleração econômica, com consequente reequilíbrio da inflação global. “O reequilíbrio pode vir com menos consumo de energia e menos crescimento”, afirmou. (AE)

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