Ibovespa fecha em baixa com temor de desaceleração da economia da China
Índice caiu 0,43% com o mercado mais receoso em relação ao crescimento chinês; Vale e Petrobras pesaram no Ibovespa
18/04/2022A tendência de desaceleração da economia chinesa contaminou os papeis relacionados às commodities nesta segunda-feira. O Ibovespa, principal índice da B3, voltou ao patamar de 115 mil pontos nesta sessão. O índice caiu 0,43%, a 115.687 pontos.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China avançou 4,8% no primeiro trimestre de 2022 em relação a igual período do ano anterior, informou o Escritório Nacional de Estatística do país (NBS, na sigla em inglês).
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No entanto, colocou a economia chinesa em uma trajetória aquém da meta oficial para este ano, de expansão de 5,5%. Mesmo se alcançado, o percentual levaria a atividade do país ao avanço mais lento visto em mais 25 anos.
Na margem, a economia chinesa registrou expansão de 1,3% no primeiro trimestre deste ano. Isso representa desaceleração em relação ao ritmo observado no quarto trimestre de 2021, quando houve crescimento de 1,6% nessa base.
Para Rafael Foscarini, da Belo Investment Research, o governo chinês terá que incentivar mais a economia para alcançar a meta de alta de 5,5% para esse ano. Segundo ele, a nova onda de covid-19 no país, que resultou em lockdoown mais longo do que o esperado, afetou o varejo na China.
“A perspectiva é de que os dados possam vir mais fracos nos próximos meses e isso puxa o mundo inteiro para baixo”, disse Foscarini. “O governo terá que dar mais incentivos para bater a meta do PIB para esse ano.”
Com a China em ritmo mais lento, os papeis de Vale e Petrobras também são afetados. A mineradora recuou 2,16% e a Petrobras, a PETR4, outros 1,82%. “Vale e Petrobras como têm peso relevante no Ibovespa, faz o índice cair”, disse Wagner Varejão, da Valor Investimentos.
Segundo ele, esta sessão foi novamente um dia forte para o Real. O dólar caiu 1,02% e é cotado a R$ 4,64, depois de atingir a máxima de R$ 4.70. “Temos que ter mais atenção à condução da política monetária dos países, o Banco Central, por exemplo, já indicou que o ciclo de alta de juros será mais longe do que o mercado previa.”