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Ibovespa recua mais de 2% e perde os 110 mil pontos

A Bolsa fechou em queda forte de 2,33%, aos 109.114 pontos, depois de oscilar entre 109.021 e 111.712 pontos; o volume financeiro foi de R$ 26,33 bilhões

Tela de computador com gráficos e caneta touch, alusivo aos fundos de investimento em crédito privado

Além da cautela no exterior, o mercado local foi pressionado pelas ações das empresas do setor financeiro; Vale e Petrobras também recuaram |Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, opera em queda firme nesta segunda-feira, 26, com o mercado mais cauteloso diante de uma possível recessão mundial. A Bolsa local foi pressionada pelas ações dos bancos e commodities, papéis de grande peso no Ibovespa, e pelo mau humor externo.

A Bolsa fechou em queda forte de 2,33%, aos 109.114 pontos, depois de oscilar entre 109.021 e 111.712 pontos. O volume financeiro girou em R$ 26,33 bilhões. Com o resultado deste pregão, o Ibovespa acumula perda de 0,37% em setembro e no ano sobe 4,09%.

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O Ibovespa seguiu o mau humor do mercado acionário americano. Em Wall Street, os índices também fecharam em baixa. Dow Jones recuou 1,11%, S&P500, 0,96% e Nasdaq, 0,60%.

O Ibovespa foi pressionado pelo setor financeiro, cuja ações de bancos caíram em bloco. Itaú recuou 1,80%, Bradesco, 1,19% e Banco do Brasil perdeu 4,42%.

Petrobras e Vale também pressionaram o Ibovespa na reta final do pregão. A estatal acelerou a queda no início da tarde, e a PETR4 recuou 1,34% e a PETR3 0,73%. O preço do petróleo também mudou o rumo nesta sessão. O Brent recuou 2,55% e foi cotado a US$ 82,86.

Já a Vale opera em estabilidade. O preço do minério de ferro recuou mais de 1% nesta segunda-feira, na China.

O contrato de referência de minério de ferro, para entrega em janeiro, na Dalian Commodity Exchange caiu 1,5%, a 710,50 yuans por tonelada. Na Bolsa de Cingapura, o contrato de outubro de minério de ferro caiu 2,7%, para US$ 95,30 a tonelada.

No exterior, ainda persiste a cautela dos investidores diante dos rumos da economia mundial.

Os mercados globais estão pressionados diante das medidas de aperto monetário implantadas em diversos países para tentar controlar a alta da inflação. Com isso, os investidores fogem de ativos de risco e procuram investimentos mais seguros.

Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou a alta da taxa de juros em 0,75 ponto percentual, o que levou o intervalo de juros nos Estados Unidos para 3% e 3,25% ao ano.

Por aqui, o Banco Central decidiu manter a Selic, taxa referencial de juros, em 13.75% e indicou o fim do ciclo de aperto monetário.

Na pesquisa Focus, os economistas do mercado financeiro reduziram mais uma vez a projeção de inflação, de 6% para 5,88%.

Foi a 13ª terceira queda seguida da estimativa para a inflação deste ano. Também é a primeira vez desde março que a previsão fica abaixo de 6%.

Já a previsão dos economistas dos bancos para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 2,67% em 2022, ante os 2,65% previstos anteriormente. A estimativa para o dólar permanece a mesma, até o fim do ano a moeda americana deve chegar ao patamar de R$ 5,20.

Rodrigo Simões, professor na Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), apesar de queda na expectativa da inflação para este ano, 2023 pode ser desafiador. “A projeção de IPCA para 2023 está acima de 5% e isto não alivia, ou seja, além de estar acima da meta de 3,5%, contribui com o enfraquecimento do poder de compra da moeda principalmente pela camada mais pobre da população”, disse Simões.

Segundo ele, a estimativa de PIB para 2023 também evidencia a desaceleração da economia. “A projeção está próxima de 0,5%, ou seja, um desempenho muito baixo, que não condiz com o nosso potencial da economia”, afirmou. “Além disso, a expectativa para a taxa Selic está em aproximadamente 11%, isso contribui negativamente e diretamente para o enfraquecimento da economia.”

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