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Federal Reserve volta a elevar os juros nos Estados Unidos

Banco Central dos Estados Unidos promove novo aperto monetário de 0,75 pontos base para conter a maior inflação em mais de quatro décadas

Estados Unidos

A subida nos juros americanos para conter a maior inflação em mais de 40 anos afeta investimentos e o câmbio no Brasil e no mundo | Foto: Getty Images


O Federal Reserve (banco central americano) voltou a elevar os juros nos Estados Unidos em 75 pontos-base, repetindo a dose de aperto monetário das últimas duas reuniões de política monetária. Com a decisão, os juros sobem do intervalo de 2,25% a 2,5% para o intervalo de 3% a 3,25% ao ano. A decisão foi anunciada no fim da reunião de política monetária na tarde desta quarta-feira.

A subida nos juros americanos para conter a maior inflação em mais de 40 anos afeta diretamente os investimentos e o câmbio no Brasil e no mundo. A decisão do Federal Reserve era amplamente esperada pela maioria dos economistas do mercado financeiro. Desde a última elevação a taxa básica nos EUA, a dos Fed Funds, já chegou ao maior patamar desde dezembro de 2018. Leia aqui a íntegra do comunicado do Federal Reserve.

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O comunicado do Federal Reserve cita crescimento robusto do emprego nos últimos meses e inflação ainda elevada, refletindo desequilíbrios entre oferta e demanda desde a pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões mais amplas sobre os preços.

“A guerra da Rússia contra a Ucrânia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas”, cita o comunicado, destacando que o conflito cria uma pressão crescente e adicional sobre a inflação e pesam n atividade econômica global.

O comunicado reforça que o Comitê está “altamente atento aos riscos inflacionários” e trabalha para trazer a inflação para 2% ao ano no longo prazo. Além de elevar os juros, o Comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências.

“O Comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos”, acrescenta o comunicado.

Desde a última reunião o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve alertou que novos aumentos nas taxas de juros seriam apropriados, tendo em vista o cenário da inflação.

Bolsas da Europa fecharam em baixa diante da expectativa com a decisão do Federal Reserve

As principais bolsas europeias fecharam em alta nesta quarta-feira, 21, na esteira dos ganhos em Wall Street e com a expectativa sobre a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americana) no radar. O avanço se deu apesar da pressão pelo presidente russo, Vladimir Putin, e o anúncio de mobilização parcial de tropas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,90%, a 407,05 pontos, às 12h43 (de Brasília). Em Londres, o FTSE 100 fechou com alta de 0,63%, a 7.237,64 pontos, e em Paris, o CAC 40 avançou 0,87%, a 6.031,33 pontos.

No continente, as bolsas abriram em leve baixa, com o anúncio de Putin de que irá realizar uma mobilização parcial das tropas no país, por conta da guerra na Ucrânia. Analista-chefe de mercados na CMC Markets, Michael Hewson afirma que a notícia de movimentar 300 mil reservistas diante das perdas recentes serviram como lembrete de que a Rússia ainda terá a opção de usar armas nucleares caso sua integridade territorial esteja ameaçada.

“Como um exercício para aumentar a aposta, é uma intervenção notável, mas também é um lembrete de como a guerra está indo mal para a Rússia e de que os ganhos atuais pelas forças ucranianas são às custas da Rússia”, diz Hewson, que avalia que as armas nucleares sequer estariam em debate se a guerra estivesse a favor de Moscou.

Diante do anúncio, os ativos do petróleo subiram 3% no mercado futuro, antes de perder forças ao longo da manhã. Ainda quando energia, a Alemanha fechou acordo nesta quarta para nacionalizar a Uniper, gigante do setor.

Em Frankfurt, o DAX avançou 0,76%, a 12.767,15 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB teve alta de 1,20%, 22.035,81, às vésperas da eleição italiano no domingo, 25. (Com AE)

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