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Ibovespa recua com expectativa de alta de juros nos EUA

Índice cai 0,75% para 101,9 mil pontos, acumulando retração de 2,74% em janeiro diante da expectativade mudança na política monetária dos EUA

Ibovespa

Analistas dizem que Bolsa brasileira tem potencial para retomar os 107 mil pontos | Foto: Getty Images

Após duas sessões de recuperação parcial ante as perdas acumuladas nos primeiros dias do ano, o Ibovespa segue em terreno negativo nesta segunda semana de 2022, na sequência de retração de 2,01% ao longo do intervalo anterior.

Nesta segunda-feira, 10, o Ibovespa fechou em baixa de 0,75%, aos 101.945,20, depois de testar o limite inferior dos 101 mil pontos, chegando na mínima aos 101.037,81 pontos, no começo da tarde, saindo de máxima, na abertura, aos 102.719,00 pontos. Em janeiro e no ano, a referência da B3 registra agora perda de 2,74%. O giro ficou em R$ 24,3 bilhões nesta segunda-feira.

Em Nova York, este começo de semana também foi majoritariamente negativo, com retração para o índice amplo (S&P 500 -0,14%) iniciada ainda na véspera da ata do Federal Reserve, divulgada na última quarta-feira, que também colocou o Dow Jones (-0,45%) em terreno negativo desde então, vindo o blue chip de renovação de máximas históricas.

Nesta segunda, o índice de tecnologia, na ponta negativa mais cedo, virou perto do fim da sessão (Nasdaq – alta de 0,05% no fechamento).

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Analistas acreditam em bons fundamentos do Ibovespa

"A Bolsa está com bons fundamentos e bem descontada, com potencial para retornar aos 107 ou 108 mil pontos no curto prazo, especialmente em setores muito descontados e que se beneficiam do ciclo de alta de juros, como os bancos", diz André Rolha, líder de renda fixa e produtos de câmbio da Venice Investimentos.

Nesta segunda-feira, o desempenho positivo de ações do setor (Bradesco ON +1,31%, Itaú PN +0,93%, Unit do Santander +1,28%), embora moderado na reta final, contribuiu para segurar um pouco as perdas do Ibovespa.

Ele acrescenta que a postura mais firme contra a inflação na política monetária americana, enfatizada na semana passada pelo Fed, traz desafios para os emergentes. Instituições como Goldman Sachs e Citi já antecipam quatro altas de juros para os Estados Unidos.

O ajuste das expectativas sobre os juros de referência tem se refletido em escalada dos rendimentos dos Treasuries, com o do vencimento de 10 anos convergindo para 1,80%, aponta Rolha. No fechamento de 2021, observa Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group, o yield da T-note de 10 anos estava em 1,5%.

Em relatório do time de estratégia divulgado nesta segunda-feira, o Itaú BBA projeta preço-alvo para o Ibovespa a 115 mil pontos no fim de 2022.

Na ponta positiva do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Usiminas (+4,77%), Fleury (+3,74%), CSN (+3,32%) e Pão de Açúcar (+2,11%). No lado oposto, Banco Inter (Unit -8,57%), Magazine Luiza (-7,72%) e Méliuz (-5,75%). Entre as blue chips, Petrobras (ON - 0,36%, PN -0,60%) e Vale (ON -1,19%) tiveram desempenho negativo. (AE)

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