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Ibovespa reage após queda de 6,5% no seu pior mês do ano

Ibovespa encerra setembro com queda 6,5%, apesar da recuperação na última semana, e inicia outubro tentando recuperar as perdas

Ibovespa

Índice da B3 reflete a preocupação de investidores com o ritmo mais lento de crescimento da economia da China | Foto: Divulgação

Em meio a dias agitados, o Ibovespa encerrou a última semana de setembro com queda de 0,34%, após subir na sexta-feira e minimizar as perdas dos outros dias.

Em setembro, o índice teve seu pior desempenho do ano e encerrou o mês com queda de 6,5%. As bolsas nos EUA, tiveram um respiro na sexta-feira, mas também fecharam setembro como pior mês do ano.

Durante a semana, a crise da incorporadora Evergrande, a sinalização de redução do programa de estímulos do Fed e o possível aumento de juros nos EUA, colocaram pressão nas bolsas ao redor do mundo.

China pesa sobre o Ibovespa

O mercado segue preocupado também com o ritmo mais lento de crescimento da economia da China. A desaceleração no mercado de construção e crédito deve impactar o avanço do PIB chinês.

No mercado interno, a alta da Selic e o avanço da inflação também preocuparam os investidores. Na semana, por exemplo, o IPCA-15 atingiu 10,05% no acumulado de 12 meses e agora projetamos o IPCA fechando 2021 em 8,3%.

O Focus, relatório que contempla a mediana das projeções do mercado, aumentou a projeção do IPCA para 8,45, ficando bem acima da meta de 3,75%.

O mercado local acompanhou de perto a divulgação da ata da última reunião do Copom, onde o BC elevou em 100 pontos base, para 6,25%, a Selic.

O documento destacou ser apropriado um patamar “significativamente contracionista” da taxa de juros e manutenção do atual ritmo de aperto para que as metas de inflação de 2022 e 2023 sejam cumpridas.

Variante delta paira como ameaça ao crescimento

Em relação ao quadro externo, o Banco Central se atenta a possível redução do crescimento asiático devido a evolução da variante Delta e o aperto nas condições monetárias dos países emergentes.

Assim, a instituição julga apropriada a manutenção do atual ritmo de ajuste, prevendo um novo aumento de 100 p.b. na próxima reunião.

Outro dado divulgado ontem e que teve boa recepção na B3 foi o Caged. O indicador que mostra a criação de postos de trabalho, teve resultado de 372 mil novas vagas em agosto, número que também veio acima do esperado por nós e pelo mercado.

Já a taxa de desemprego no trimestre terminado em junho foi de 13,7%, ficando abaixo da nossa projeção e do consenso do mercado.

Por fim, o mercado segue monitorando os impasses quanto ao destino das contas públicas. A pressão do governo e do congresso para garantir a extensão do auxílio emergencial continua preocupando os investidores.

A intenção do governo é de usar a PEC dos Precatórios para criar um fundamento legal para renovar o auxílio.

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