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Ibovespa sobe pelo 3º dia e encosta nos 117 mil pontos; dólar cai a R$ 5,05

Com alta de 1,37%, Ibovespa após susto causado pela guerra entre Israel e o Hamas e acumula ganho no mês de outubro; dólar cai a R$ 5,05

Ibovespa

Depois de subir 2,69% na semana passada,, dólar cai 1,44% e fecha cotado a R$ 5,05 | Foto: Getty Images

Em alta pelo terceiro dia, o Ibovespa conseguiu mudar de sinal no mês, passando a acumular leve ganho de 0,15% em outubro. Nesta terça-feira, 10, o índice oscilou entre mínima de 115.157,90 e máxima de 116.899,51 pontos, para fechar em alta de 1,37%, aos 116.736,95 pontos, no maior nível de encerramento desde 20 de setembro, então perto dos 118,7 mil pontos, e com o maior ganho, em porcentual, desde 1º daquele mesmo mês, há 40 dias, quando havia avançado 1,86%. Na semana, o Ibovespa avança 2,25% e, no ano, ganha 6,38%. O giro financeiro desta terça-feira ficou em R$ 20,1 bilhões.

Na B3, o dia foi de avanço bem distribuído pelas ações de maior peso e liquidez, de Vale (ON +0,60%) e Petrobras (ON +1,03%, máxima do dia no fechamento; PN +0,74%) às de grandes bancos, à exceção de Itaú (PN -0,11%) e de BB (ON -0,16%), com destaque para Bradesco (ON +0,79%, PN +1,12%) e Santander (Unit +1,20%) no encerramento da sessão. Na ponta do Ibovespa nesta terça-feira, CVC (+16,48%) – que chegou a superar oscilação máxima permitida e foi à leilão durante o pregão -, à frente de Pão de Açúcar (+9,33%), Azul (+7,41%), Gol (+7,26%) e Magazine Luiza (+6,99%).

No lado oposto, apenas sete dos 86 papéis da carteira Ibovespa, com Alpargatas (-4,34%) bem à frente de Klabin (-0,81%), BB Seguridade (-0,78%), Suzano (-0,44%) e Prio (-0,41%), além de Banco do Brasil e Itaú. A acomodação dos rendimentos dos Treasuries, com o de 10 anos hoje a 4,65% – bem mais perto da mínima (4,61%) do que da máxima (4,80%) do dia – contribuiu para que os principais índices de ações em Nova York mostrassem alta entre 0,40% (Dow Jones) e 0,58% (Nasdaq) no fechamento da sessão desta terça-feira.

Recuo nos rendimentos dos títulos do tesouro americano e na cotação do dólar favorecem Ibovespa

O recuo nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, em meio a falas de autoridades do Federal Reserve, entre na segunda-feira e na terça-feira, foram consideradas de forma favorável pelo mercado, em tom interpretado como suave (‘dovish’).

Nesta terça, o barril da referência americana do mercado de petróleo, o WTI, fechou em queda de 0,47%, um pouco abaixo de US$ 86 nos contratos para novembro. A referência global, o petróleo tipo Brent, caiu 0,56% nesta terça-feira, a US$ 87,65 por barril, nos contratos para dezembro.

Além dos juros futuros norte-americanos, o câmbio tem sido outro canal de transmissão da maior aversão a risco no exterior, que precedia o recente conflito no Oriente Médio, com as atenções ainda concentradas na extensão do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos e os efeitos decorrentes para a precificação de ativos, especialmente nos emergentes, e para a atividade econômica global como um todo.

Neste contexto, a depreciação do real em relação ao dólar, em função da menor diferença entre os juros brasileiros e americanos, impõe o risco de que o Banco Central tenha menos espaço para reduzir a taxa Selic, afirma o Bradesco, em relatório. O banco reiterou a expectativa de redução da taxa básica doméstica a 11,75% no fim de 2023 e a 9,25% ao término do ciclo de cortes, mas reconhece riscos na projeção, para cima.

Dólar fecha em queda firme cotado a R$ 5,05

O dólar à vista fechou em queda firme nesta terça-feira, 10, abaixo da linha de R$ 5,10, acompanhando o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior e a queda das taxas dos Treasuries. Novos sinais de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de que pode não haver alta adicional dos juros neste ano abriram espaço para valorização dos ativos de risco, favorecidos também pela possibilidade de estímulos econômicos na China.

Após subir mais de 4% na segunda-feira, as cotações internacionais do petróleo apresentaram recuo moderado nesta terça, em meio a apostas de que a guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas não vai ter impactos severos na oferta da commodity.

Afora um alta pontual e restrita na abertura, a divisa operou em baixa ao longo do dia. Com mínima a R$ 5,0552 na última hora de negócios, em meio a máximas do Ibovespa, o dólar à vista fechou em baixa de 1,44%, cotado a R$ 5,0562, voltando a níveis vistos no fim de setembro.

Depois de subir 2,69% na semana passada, que abrangeu os cinco primeiros pregões de outubro, a moeda já acumula desvalorização de 2,05% nas duas última sessões. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para novembro teve bom giro, acima de US$ 14 bilhões.

No exterior, o índice DXY – referência do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes – recuou e voltou a ser negociado abaixo da linha dos 106,000 pontos. A moeda norte-americana caiu em bloco na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com destaque para o peso colombiano e o real. A taxa da T-note de 10 anos desceu do nível de 4,80% para operar ao redor de 4,65%.

À tarde, o porta-voz do Departamento dos Estados Unidos, Matthew Miller afirmou que o Irã provavelmente estava ciente da intenção do grupo palestino Hamas de atacar alvos em Israel, mas não sabia o cronograma nem os detalhes da ofensiva iniciada no sábado.

O Bradesco aumentou a projeção para o dólar no fim de 2023, de R$ 4,80 para R$ 5,0, mas reiterou a expectativa de fortalecimento do real ao longo do ano que vem, a R$ 4,80 no fim de 2024. A estimativa já incorpora uma elevação nas estimativas para a taxa básica de juros americanas no ano que vem, da faixa de 3,25% a 3,5% para a de 4,25% a 4,5%.

“Ainda que sujeito a um menor diferencial de juros em nossas novas projeções, a queda prevista para a Selic ainda mantém uma distância para os juros dos EUA compatível com alguma apreciação do real, especialmente quando o movimento de corte de juros pelo Fed ficar mais claro”, afirmou o economista-chefe do banco, Fernando Honorato. (AE)

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