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Ibovespa avança quase 3% na semana e enfrenta tensão pré-superquarta

Com quatro altas nas sessões anteriores, o Ibovespa obteve ganho de 2,99% até a sexta-feira, no melhor desempenho desde o início de junho

Tensão pré-superquarta

Dólar à vista encerrou o pregão desta sexta-feira, 15, em baixa de 0,03%, cotado a R$ 4,8712 | Foto: Getty Images

Investidores evitaram riscos na última sessão da semana que antecede decisões sobre a Selic e a taxa de juros de referência dos Estados Unidos, ambas na próxima quarta-feira, a “superquarta”. Assim, o Ibovespa permaneceu em faixa relativamente estreita esta sexta-feira, de mínima a 118.666,46, no fim da tarde, à máxima de 119.780,20, em variação de pouco mais de 1,1 mil pontos até o fechamento aos 118.757,53, em baixa de 0,53%. O giro financeiro subiu a R$ 29,6 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre ações. Em Nova York, as perdas ficaram entre 0,83% (Dow Jones) e 1,56% (Nasdaq) na sessão.

Na semana, com a alta nas quatro sessões anteriores, o Ibovespa obteve ganho de 2,99% até a sexta-feira, no que foi o melhor desempenho desde o intervalo entre 5 e 9 de junho, quando havia avançado 3,96%. Dessa forma, mais do que reverteu a baixa de 2,19% da semana passada, que havia sucedido ganhos de 1,77% e 0,37%. O índice progrediu em três das últimas quatro semanas, vindo de perdas nas quatro anteriores, no intervalo iniciado em 24 de julho e que se estendeu a 18 de agosto. No mês, o Ibovespa sobe 2,61% e, no ano, 8,22%.

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As projeções dos analistas sobre as decisões de juros da próxima semana estão bem próximas de “consenso”, mas há “divergência” sobre o que pode emergir nos comunicados, como indicação para os próximos passos na condução das políticas monetárias.

Tensão pré-superquarta no Ibovespa: maiores altas e baixas

Para o Copom, existe amplo consenso de que na próxima semana haverá mais um corte de 0,5 ponto porcentual na Selic e as dúvidas recaem sobre se já será revelado que o Comitê considera a possibilidade de acelerar o ritmo de redução para 0,75 ponto porcentual ainda este ano.

Com a cautela que prevaleceu nesta véspera de fim de semana, as ações de maior liquidez na B3, que ontem haviam subido em bloco, hoje tiveram desempenho majoritariamente negativo, em variações que ganharam impulso perto do encerramento da sessão.

Assim, Vale ON cedeu 0,83%, na mínima do dia no fechamento; Petrobras ON e PN, que mostravam perdas inferiores a 1% mais cedo, encerraram o dia sem sinal único, com a ON em queda de 1,47%, na mínima do dia no fechamento, e a PN, em leve alta de 0,06%. As ações de grandes bancos tiveram variação negativa nesta sexta-feira, entre -0,20% (Bradesco PN) e -3,63% (Unit do Santander, piso do dia no encerramento). BB ON se desgarrou, em leve alta de 0,34% nesta sexta-feira.

Na semana, contudo, o desempenho foi positivo para as principais ações do Ibovespa, com Petrobras (ON) e Vale (ON) mostrando ganhos na casa de 6,8% em setembro – na semana, destaque para Vale, que avançou 4,24%. Entre os grandes bancos, destaque na semana para Bradesco PN, em alta de 3,76% no intervalo – apenas Unit do Santander (-1,81%) não avançou no período, entre as maiores instituições financeiras.

Aparando os ganhos na semana, as ações da Petrobras não acompanharam hoje o desempenho moderadamente positivo do petróleo, com o Brent subindo mais um degrau, agora a US$ 94 por barril, após uma nova sequência de dados reanimadores sobre a economia chinesa, nesta sexta-feira. Na China, a produção industrial subiu 4,5% em agosto, e as vendas do varejo, 4,6%, números bem acima do esperado. O único dado que veio abaixo da expectativa foi o de investimento em ativos fixos, que cresceu 3,2%”, observa em nota a Guide Investimentos.

Na ponta ganhadora do Ibovespa na sessão desta sexta-feira, Energisa (+4,90%), Azul (+3,36%) e São Martinho (+3,00%), com Via (-15,56%) – ainda na esteira da precificação do follow on -, IRB (-7,24%) e Carrefour Brasil (-7,04%) no canto oposto.

Dólar fecha cotado a R$ 4,87

Em sessão morna e de liquidez moderada, o dólar à vista encerrou o pregão desta sexta-feira, 15, em baixa de 0,03%, cotado a R$ 4,8712. Houve oscilação de pouco menos de dois centavos entre mínima (R$ 4,8599) e a máxima (R$ 4,8794). Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para outubro movimento pouco mais de US$ 10 bilhões.

Segundo operadores, após a desvalorização de 1,61% da divisa nos últimos dois pregões, investidores preferiram adotar uma postura mais cautelosa à espera da decisão de política monetária aqui e nos Estados Unidos, na chamada superquarta, dia 20. A recuperação recente dos preços das commodities, após sequência de dados mais animadores da economia chinesa e de estímulos monetários pelo Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês), já estaria incorporada à taxa de câmbio.

Após se aproximar do teto psicológico de R$ 5,00 na semana passada, o dólar encerrou esta semana em baixa de 2,24%, voltando a se situar em níveis vistos no fim de agosto. Novas rodadas de apreciação do real dependeriam, segundo operadores, de anúncio de mais estímulos à economia chinesa e recuo das taxas dos Treasuries. Por aqui, investidores aguardam sinais de que o governo vai conseguir aprovar no Congresso projetos que ampliem a receitas para se aproximar da meta de resultado primário neutro em relação ao PIB no ano que vem. (AE)

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