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PIB deve crescer 3,1% em 2023, com influência positiva do agronegócio

Relatório semanal do Banco Safra explica os fatores que levaram o banco a rever para cima o crescimento do PIB em 2023

Porto do Rio de janeiro

Os dados do segundo trimestre levaram o Safra a elevar a projeção de crescimento real do PIB em 2023 de 2,1% para 3,1% | Foto: Getty Images

A atividade está sendo impulsionada pela produção de matérias primas agrícolas e energéticas. A agricultura deverá crescer mais de 16% nesse ano, ante queda de 1,7% no ano passado. O IBGE estima que a produção de soja crescerá 26% nesse ano, o que significa uma contribuição em torno de 0,9 pontos percentuais à expansão do PIB real. O Banco Safra estima que a produção de milho contribuirá com mais 0,3 ponto porcentual ao crescimento econômico. Outras safras também devem apresentar expansão relevante, como trigo, café e cana de açúcar. Assim, o impacto direto da safra agrícola no crescimento do PIB será de 1,4 ponto porcentual.

O PIB industrial deverá crescer 1,5% nesse ano, praticamente o mesmo ritmo do ano passado. O destaque positivo tem sido o segmento extrativo mineral, especialmente a extração de petróleo. Segundo a ANP, a produção de petróleo subiu 11% entre janeiro e julho desse ano em relação ao mesmo período do ano passado, o que também tem impulsionado as exportações.

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A produção de petróleo continua a crescer aos saltos devidos à entrada em funcionamento de novas plataformas, seguidos de algum declínio relacionados à exaustão de poços antigos. Enquanto isso, a indústria de transformação segue estagnada, com recuo na produção de bens de capital e pequeno aumento em bens de consumo.

O forte aumento da produção de commodities gera efeito secundário sobre outros segmentos da economia, como transportes e armazenagem. Apesar disso, o setor de serviços crescerá apenas 2,2% em 2023, contra 4,2% no ano passado.

O forte aumento da oferta doméstica da agropecuária e a queda dos preços internacionais das commodities, aliada à estabilidade do câmbio, têm contribuído para a redução da inflação ao consumidor, com queda de preços de alimentos.

O processo de desinflação aumenta o poder de compra das famílias, que somado à redução da poupança pessoal, apoia a expansão do consumo. Assim, utilizando a hipótese de manutenção da taxa de poupança do segundo trimestre de 2023 para os próximos trimestres, o Banco Safra elevou a projeção de consumo das famílias para 2,7% nesse ano.

Banco Safra revisa PIB de 2023 para 3,1%

A recuperação do consumo e a queda da taxa Selic ajudam a estabilizar os investimentos das empresas, razão pela qual o Safra reduziu a retração esperada para a formação bruta de capital fixo, apesar de manter um nível de importações modestas. Além disso, as exportações deverão crescer em mais de 7% em volume, por conta das vendas das commodities ao exterior.

Os dados do segundo trimestre divulgados pelo IBGE em setembro levaram o Safra a elevar a projeção de crescimento real do PIB em 2023 de 2,1% para 3,1%. A maior parte dessa revisão se deu pelo forte desempenho da agricultura na primeira metade do ano e de seus efeitos multiplicadores sobre a atividade econômica.

Além disso, o aumento de oferta em um ambiente de moderação dos preços internacionais das commodities tem se traduzido em quedas desses preços em moeda local no atacado e da alimentação no varejo, com reflexos favoráveis no poder de compra da população e nos juros.

Leia a íntegra do relatório macroeconômico semanal do banco Safra.

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