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Inflação brasileira está mais bem comportada que a de países desenvolvidos

Enquanto países desenvolvidos enfrentam inflação persistente e ainda distante das metas, o IPCA continua surpreendendo para baixo

Gráfico de inflação

A combinação de processo desinflacionário e redução da taxa de juros beneficiarão o consumo das famílias nos próximos trimestres | Foto: Getty Images

Enquanto muitos países desenvolvidos vêm encarando uma inflação persistente e ainda distante das respectivas metas, o IPCA continua surpreendendo para baixo. Em outubro, a inflação oficial brasileira teve alta de 0,24%, resultado abaixo do esperado por nós (0,30%) e do consenso de mercado (0,29%), destaca o relatório macroeconômico semanal do Banco Safra.

No acumulado em 12 meses, a inflação cedeu de 5,19% em setembro para 4,82% no mês passado e deve continuar em trajetória descendente nas duas leituras finais do ano, rumo à projeção do Banco Safra de 4,6% para dezembro.

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As métricas de núcleo de inflação variaram conforme a expectativa do Safra e mantiveram comportamento benigno. Isso se deveu porque a maior parte das surpresas nessa leitura ocorreu em itens que, em geral,
não compõem os principais núcleos. Esse é o caso de energia elétrica e gasolina, ambos com deflação maior que a prevista.

Por outro lado, a inflação de alimentos veio levemente acima do esperado, com destaque para a alta de alimentos in natura, principalmente tomate e frutas. Índices de difusão seguem arrefecendo, flutuando nos menores patamares da série histórica, iniciada em 1999.

O relatório do Safra destaca também a moderação das medidas subjacentes de serviços, cuja dinâmica favorável tem sido observada pelos membros do Copom em discursos recentes. Em suma, o resultado de outubro
reforça o cenário de inflação bem comportada e eleva a probabilidade de cumprimento da banda da meta de inflação neste ano.

Olhando para os próximos meses, o Safra vê mais riscos baixistas do que altistas ao cenário base. Por um lado, as coletas de alimentos têm indicado um fim de ano mais pressionado, com elevação adicional de alimentos
in natura e de carnes, incluindo aves. Essa aceleração é típica do período de festas, quando há maior demanda por proteínas, e correlacionada com um regime de chuvas mais intenso, que pode prejudicar algumas plantações de ciclo curto.

Combustíveis favorecem queda da inflação

Dos riscos baixistas, o Safra destaca para a possibilidade de alívio adicional no preço dos combustíveis. Dada a queda recente do preço da gasolina do golfo do México e a leve apreciação da taxa de câmbio, não se pode
descartar um corte no preço doméstico da gasolina. Além disso, o mês de novembro é caracterizado por descontos em bens duráveis e semiduráveis, em especial eletrodomésticos e eletrônicos, e há uma incerteza a respeito da magnitude desse evento.

Para o médio prazo, a menor inércia e a ausência de pressão relevante de custos de produção suportam nossa projeção de IPCA em 3,5% no próximo ano, já incluindo 0,2 p.p. de aumento de impostos sobre combustíveis.

A redução da inflação nesse ano possibilitará menor reajuste salarial, contribuindo para uma dinâmica mais favorável dos preços de serviços. Além disso, nosso indicador sugere ausência de pressão relevante nos custos de produção, o que também antecipa a continuidade do processo de desinflação em direção ao centro da meta.

Portanto, o comportamento benigno da inflação corrente e a expectativa de convergência para o centro da meta no horizonte relevante suportam a nossa expectativa de manutenção do atual ritmo de cortes na taxa básica de juros nas próximas reuniões até 8,75% a.a. no final de 2024. A combinação de processo desinflacionário e redução da taxa de juros beneficiarão o consumo das famílias nos próximos trimestres.

Confira a íntegra do relatório do Banco Safra sobre a inflação brasileira.

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