close

Inflação nos EUA dentro do esperado e deflação na China indicam demanda fraca

O Ibovespa apresentou queda de -0,15% ontem, cotado a 130.648,75 pontos; O dólar Futuro apresentou queda de -0,47%; destaques do dia

Bolsas na Europa e futuros nos EUA operam no campo positivo | Foto: Getty Images

A inflação ao consumidor (CPI) nos EUA mostrou ontem alta de 0,3%, em linha com as estimativas de consenso, sem mostrar novidades relevantes, com inflação de bens ligeiramente mais forte. Na China, foram divulgados na parte da noite dados de inflação ao consumidor e ao produtor dentro do esperado, em deflação, dando sinal de fraca demanda interna.

A balança comercial chinesa mostrou exportações e importações acima das estimativas de consenso, com alta de 2,3% para exportações (vs 1,5% esp.) e alta de 0,2% para as importações (vs -0,5% esp.)

Análise Técnica:

O Ibovespa apresentou queda de -0,15% no último pregão, cotado a 130.648,75 pontos. O ativo está em tendência de alta no médio prazo e neutra no curto. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 135.000 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 130.500. O próximo fica na faixa de 128.250 pontos.

O Dólar Futuro apresentou queda de -0,47% no último pregão, cotado a 4.882,50 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.820 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.745. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 4.990 e a segunda em 5.110.

Exterior:

Bolsas na Europa e futuros nos EUA operam no campo positivo. Agenda do dia conta com a divulgação de dado de inflação ao produtor nos EUA em dezembro e expectativa de consenso é de alta 0,1% na comparação mensal.

Doméstico:

Fluxo cambial semanal é único destaque da agenda. Presidente do Senado e ministro da Fazenda irão se reunir na próxima segunda-feira para discutir a medida provisória que propõe a reoneração gradual da folha de pagamento.

Commodities:

Petróleo apresenta alta com ataques dos EUA contra rebeldes Houth no Iêmen (USD80,0/b; +3,36%)
Minério de ferro registra alta com aumento nos estoques na China (USD129,7/t; -3,43%)

Empresas:

Eletrobras: Cia aprovou a incorporação da subsidiária Furnas em assembleia geral / Operação não acarretará aumento de capital, nem a emissão de novas ações, segundo a empresa
Cyrela: Lançamentos no quarto trimestre de R$ 2,74 bilhões
Iguatemi: Vendas 4T R$5,9 bi X R$5,26 bi a/a
PetroReconcavo: Produção total dez. 22.985 boe/d X 25.888 m/m
Camil: Ebitda da Camil superou as estimativas no terceiro trimestre
Hypera e Blau Farmacêutica: XP Investimentos elevou a compra
CSN: Itaú BBA elevou a market perform
Carrefour Brasil: Itaú elevou a outperform
Vale: Cia gastará R$ 29 bi com barragens até 2035: Valor

Agenda do Dia:

10:30 – EUA – PPI/Dezembro
14:30 – Brasil – Fluxo cambial/Semanal

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 130.649 (-0,15%)
S&P: 4.780 (-0,07%)
Dólar Futuro: R$4,88 (-0,47%)

Atualizações Safra:

Construtoras: prévias operacionais da Cyrela e MRV&Co no 4T23


Cyrela e MRV divulgaram suas projeções operacionais do 4T23. Resumimos os principais destaques abaixo.

A Cyrela reportou números operacionais robustos. No geral, a empresa apresentou outra forte atividade de lançamento, ao mesmo tempo que manteve o forte desempenho de vendas dos trimestres anteriores, o que, por sua vez, se traduziu num excelente índice de VSO trimestral de 20%.
A companhia lançou 13 empreendimentos no 4T23, representando R$ 1,72 bilhão em VGV líquido (+15% T/T; +19% A/a; e +4% vs. Safra), que alcançou um robusto índice de VSO de lançamento de 46% (+0pps T/T e -12pps em relação ao ano anterior). Enquanto isso, as vendas líquidas da empresa ficaram 7% acima de nossas estimativas, em R$ 1,82 bilhão (+8% T/T e +21% A/a), apoiadas por um impressionante índice de velocidade de vendas (SoS) de estoque de 15% (+2pps T/T e +3pps A/a). Dessa forma, o índice de VSO trimestral da Cyrela ficou 1,3pp acima de nossas estimativas, com excelentes 19,8% (+1,5pp T/T e +2,7pp A/a).
Nossa opinião. Números fortes em todos os aspectos. Continuamos acreditando que a Cyrela é uma das empresas mais bem posicionadas para continuar capturando a recuperação esperada para os resultados operacionais das construtoras residenciais no segmento de média/alta renda, enquanto continuamos confiantes de que a alocação conservadora de capital da Cyrela, a equipe de gestão qualificada, o reconhecimento da marca e um balanço sólido como uma rocha deve resistir a qualquer vento macro contra.

A MRV & Co também reportou outro conjunto de resultados operacionais trimestrais sólidos, com números permanecendo em grande parte alinhados com nossas estimativas. As vendas da empresa mantiveram o forte impulso do trimestre anterior, traduzindo-se em um inspirador índice de VSO de 31%, enquanto, impulsionada pelas vendas de recebíveis, a MRV reportou uma melhor geração de caixa de R$ 137 milhões em seu segmento principal.
No geral, os lançamentos trimestrais da MRV representaram R$ 2,1 bilhões em VGV líquido (+16% T/T e -40% A/a), enquanto suas vendas líquidas atingiram sólidos R$ 2,6 bilhões no 4T23 (+18% T/T e +28% A/a), ainda mais beneficiado pela venda de R$ 254 milhões do empreendimento Biscayne Drive da Resia. Quanto ao seu negócio principal no Brasil, manteve o forte impulso do trimestre anterior, com vendas líquidas praticamente em linha com nossas estimativas de R$ 2,3 bilhões (+4% T/T e +56% A/a), ao mesmo tempo em que registrou um crescimento de 3 % T/T e aumento de 19% A/a no preço médio de venda, para R$ 246 mil. Assim, o seu índice de VSO trimestral atingiu fortes 31,1% (+0,7pps T/T e +14,2pps A/a). Por fim, apesar do consumo de caixa de R$ 104 milhões da Resia, a empresa reportou uma geração de caixa consolidada de R$ 86 milhões, a partir de um consumo de caixa de R$ 627 milhões no 3T22. O resultado foi beneficiado pela venda de R$ 540 milhões em recebíveis, gerando uma geração de caixa significativamente melhorada de R$ 137 milhões em seu segmento core, a partir de um consumo de caixa de R$ 44 milhões no 3T23. Excluindo as vendas de recebíveis, estimamos um valor ajustado de consumo de caixa de R$ 120 milhões na operação brasileira, ainda implicando uma melhoria de R$ 150 milhões em relação aos R$ 270 milhões ajustados do 3T23 de queima de caixa.
Nossa opinião. Neutro. Apesar do forte desempenho operacional e da melhoria do fluxo de caixa trimestral, ainda vemos uma parcela relevante dos desenvolvimentos lançados durante o aumento da inflação pressionando seu fluxo de caixa e desacelerando o ritmo de sua recuperação esperada. No entanto, mantemos nossa classificação Compra para MRV devido ao seu atraente valuation P/VP de 0,7x 2024E. Além disso, o capital levantado em sua oferta subsequente, que acelerou seu processo de desalavancagem, permite que a MRV continue se beneficiando das recentes mudanças implementadas no programa habitacional do MCMV, ao mesmo tempo em que mantém uma estrutura de capital saudável.

Construtoras: aprofunde-se nas mudanças no rendimento do FGTS e nos possíveis impactos nas residências de baixa renda

Uma longa disputa com alguns desvios. Em 2014 foi ajuizada ação direta de inconstitucionalidade pelo partido Solidariedade questionando a regra de correção monetária do FGTS (TR+3%), que era inferior ao índice de inflação. Na primeira decisão proferida em 2018, o Tribunal Federal de Recursos (STJ) votou pela manutenção da norma. A ação foi então encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que adiou a decisão três vezes (2019, 2020 e 2021), retornando ao STF em abril de 2023. A decisão foi novamente adiada a pedido do ministro Nuno Marques, mas não antes dos ministros Barroso e Mendonça votarem a favor da alteração do rendimento do fundo para igualá-lo ao da caderneta de poupança (atualmente em TR+6,17%), levantando questões sobre a viabilidade futura do FGTS como única fonte de financiamento do Programa habitacional Minha Vida (MCMV).
O que há de novo? Na retomada da sessão judicial para decidir sobre o assunto, no dia 8 de novembro, o Ministro Barroso (relator) propôs um ajuste em seu voto, implicando: (i) novo rendimento apenas para novos depósitos a partir de 2025 – este é um cenário melhorado, uma vez que os depósitos têm uma esperança de vida de 5 a 10 anos e demoraria até cerca de 2030 para que os depósitos do fundo correspondessem integralmente ao rendimento da poupança; e (ii) distribuição obrigatória de dividendos de 100% – o rendimento atual prevê o payout mínimo de TR+3% + 50%, sendo importante ressaltar que já houve payout de 99% em 2021 e 2022. Assim, a nova regra recebeu votos positivos. dos ministros Mendonça e Marques, mas a decisão foi novamente adiada pelo ministro Zanin, provavelmente para ser retomada após a Páscoa (31 de março).
E agora? Muita coisa pode mudar, pois o governo e as entidades do setor ainda estão trabalhando com o STF para melhorar as condições de rendimento, mas estamos assumindo de forma conservadora o cenário atual como nosso cenário base. Neste relatório, nos aprofundamos em diferentes cenários de taxas de juros para melhor avaliar seus impactos futuros, bem como analisamos diferentes soluções que ainda poderiam melhorar o rendimento atual do FGTS sem comprometer a habitação popular, o que tem um impacto positivo no PIB do país, bem como nos níveis de emprego.
Nossa opinião? Impacto limitado no curto prazo, mas financiamento mais restrito do FGTS no longo prazo, com taxas hipotecárias potencialmente mais altas, poderia levar a taxas de desconto mais altas para o segmento. Os novos ajustes implicam um longo período de transição (5 a 10 anos), adiando qualquer interrupção de curto prazo no programa MCMV pelo menos durante a próxima década, sustentando assim o aumento da atividade de lançamento dos intervenientes de baixos rendimentos no curto prazo. No entanto, se a mudança se confirmar, serão necessárias mudanças graduais para garantir a sustentabilidade do fundo a longo prazo, incluindo nas políticas do fundo para originação de crédito, taxas e/ou subsídios. Como resultado, o financiamento mais restrito do FGTS no longo prazo será uma fonte adicional de risco, potencialmente levando os investidores a aumentar as taxas de desconto do segmento. Enquanto isso, acreditamos que um rendimento mais elevado sobre os depósitos do FGTS teria um impacto maior sobre a Tenda, dada a exposição da empresa às famílias nas camadas mais baixas do programa, que são as mais dependentes das taxas hipotecárias mais baixas e dos subsídios oferecidos. Por outro lado, Cury deverá ser a menos impactada, pois seus lançamentos estão majoritariamente concentrados no nível 3 do MCMV, cuja taxa fixa de hipoteca TR+7,67% tem a menor diferença em relação às taxas de hipotecas de mercado, enquanto ~40% das vendas da empresa no ano passado foram financiadas com fundos de poupança (SBPE).

Abra sua conta no Banco Safra.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra