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IPCA-15 registra maior alta da inflação em 19 anos

Com pressão da conta de luz, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 sobe 0,89% em agosto, após alta de 0,72% em julho

calculadora no supermercado

A inflação do grupo Alimentação e bebidas acelerou para 1,02% em agosto, de 0,49% em julho, pelo IPCA-15 | Foto: Getty Images

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), uma prévia da inflação mensal, subiu 0,89% em agosto, após ter avançado 0,72% em julho, informou nesta quarta-feira, 25, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a maior alta da inflação para o mês de agosto desde 2002, quando o índice avançou 1,00%.

O resultado superou as estimativas de analistas. Com a leitura de agosto, o IPCA-15 acumulou alta de 5,81% no ano. Em 12 meses, o IPCA-15 foi de 9,30%. A última vez que a inflação em 12 meses ultrapassou a barreira de 9% foi em maio de 2016 (9,62%).

O IPCA-15 mediu a variação de preços coletados de 14 de julho a 13 de agosto. O indicador acompanha a inflação para famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas e duas cidades.

Um quarto da inflação (0,23 ponto porcentural da taxa de 0,89) vem da energia elétrica. A energia elétrica residencial ficou 5% mais cara  no IPCA-15, exercendo o maior impacto entre os subitens acompanhados pelo IBGE. A alta dos preços da energia elétrica foi, inclusive, mais intensa do que a verificada no IPCA-15 de julho, quando havia ficado 4,79% mais cara.

Inflação de alimentos e bebidas pressiona IPCA-15

A inflação do grupo Alimentação e bebidas acelerou para 1,02% em agosto, de 0,49% em julho, pelo IPCA-15. O grupo contribuiu com 0,21 ponto porcentual para o índice do mês (0,89%).

O encarecimento dos alimentos era esperado por analistas, após as baixas temperaturas, registradas em parte do País no fim de julho e início de agosto, terem atingido plantações. O cenário já era desafiador por causa do impacto da estiagem sobre a oferta de produtos in natura.

Os itens de alimentação no domicílio – comprados em supermercados e mercados, por exemplo – ficaram 1,29% mais caros em agosto, após alta de 0,47% em julho. Os destaques foram produtos como tomate (16,06%), frango em pedaços (4,48%), frutas (2,07%) e leite longa vida (2,07%).

Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-6,46%), do feijão-preto (-4,04%), do arroz (-2,39%) e do feijão-carioca (-1,52%).

Alimentação fora do domicílio sobe 0,35%

A alimentação fora do domicílio – produtos consumidos em restaurantes, lanchonetes, bares – ficou 0,35% mais cara, com a desaceleração da refeição (0,10%), que havia registrado alta de 0,53% em junho. O subitem lanche subiu 0,75% no IPCA-15 de agosto.

As taxas de juros negociadas no mercado futuro registram oscilações contidas ou moderadas na manhã desta quarta-feira, 25, com alta mais evidente nos vencimentos mais curtos, que refletem as estimativas para a política monetária.

Às 9h57, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2022 tinha taxa de 6,740%, ante 6,713% do ajuste de terça-feira. O DI para janeiro de 2023, o mais líquido, projetava 8,53%, contra 8,43%. Na ponta longa, o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,01%, ante 10,00 do ajuste anterior.

Nesta manhã, a Fipe divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 1,40% na terceira quadrissemana de agosto, acelerando em relação à alta de 1,35% verificada na segunda quadrissemana do mês. A difusão do índice avançou de 72,79% para 74,73% no período. A taxa mede quantos dos 463 itens que compõem o indicador tiveram aumento de preços. (AE)

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