close

Dados da economia dos EUA consolidam expectativa de pausa nos juros

Confira análises do dia e as atualizações do Banco Safra sobre as ações de Vale, Petrobras, bancos, Hypera, Multiplan e outras

Analises

Diversos indicadores serão divulgados, com destaque para PCE, indicador mais acompanhado pelo Federal Reserve | Foto: Getty Images

Índices futuros nos EUA operam no positivo após bons resultados de Amazon e Intel. Diversos indicadores serão divulgados, com destaque para PCE, indicador mais acompanhado pelo Fed, que poderia consolidar as apostas de que o Banco Central americano fará uma pausa nas altas de juros na próxima semana. Dados de renda e gastos pessoais e de sentimento também serão divulgados.

O Ibovespa apresentou alta de 1,73% no último pregão, cotado a 114.776,86 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio prazo e no curto. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 120.000 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 122.600 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 112.750. O próximo fica na faixa de 110.850 pontos.

O Dólar Futuro apresentou leve queda de -0,14% no último pregão, cotado a 4.991,5 pontos. O ativo perde uma região de suporte anterior e se encontra em tendência neutra no médio prazo e no curto de baixa. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.865 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.790. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.040 e a segunda em 5.200.

Doméstico:

IPCA-15 com composição mais benigna, com núcleos e índices de difusão para baixo, o que contribuiu para a performance do mercado doméstico ontem. Hoje podem sair os nomes a serem indicados para o Banco Central.

Commodities:

Petróleo apresenta alta após EUA realizarem ataques a duas instalações no leste da Síria que Washington acredita terem sido utilizadas pelo Irã e aliados (USD89,8/b; +2,13%)
Minério de ferro apresentou alta com melhora de cenário de demanda após medidas de estímulo na China (USD119,7/t; +2,22%)

Empresas:

Energisa: Cia assinou memorando de entendimento com o Bradesco em que o banco pode assumir, satisfeitas certas condições, até 35% do capital social da Energisa Participações Nordeste através da subscrição e integralização de ações no valor de até R$ 2 bilhões.

Embraer: Entrega de aeronaves da Embraer aumentou 30% ano a ano para 43 jatos no terceiro trimestre, dos quais 15 jatos comerciais e 28 jatos executivos.

Suzano: Cia teve um prejuízo maior do que esperado, de R$ 729 milhões, no terceiro trimestre.

Petrorio: Produtora independente de petróleo PRIO quer aumentar produção em 40% até o final de 2024.

Agenda do Dia:

09:30 – EUA – Renda e Consumo Pessoal/Setembro
11:00 – EUA – Sentimento Universidade de Michigan/Outubro

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 114.777 (+1,73%)
S&P: 4.137 (-1,18%)
Dólar Futuro: R$4,99 (-0,14%)

Atualizações das análises do Safra:

Serviços financeiros – Não-Bancos: prévia do 3T23 – Seguros como bom colchão

Neste relatório, assumimos a cobertura sem alterações em nossas recomendações ou estimativas, e compartilhamos nossa visão sobre a próxima temporada de resultados do 3T23 para instituições não bancárias brasileiras, que começa na próxima semana (31) com a Cielo.

Seguros: Nossa preferência nesta temporada é pela BB Seguridade, pois esperamos forte recuperação dos prêmios emitidos decorrentes do “Plano Safra” e também das contribuições previdenciárias, somadas aos sinistros controlados e sem impactos relacionados ao descasamento da inflação sobre resultados financeiros. A empresa deve novamente apresentar números fortes, com lucro líquido de R$ 1,983 bilhão (+7,7% T/t; +20% A/a), +2,4% acima do consenso. A Porto também deverá desfrutar de um forte crescimento das receitas, com uma boa dinâmica de prémios “ganhos”, tendo em conta a forte reavaliação das apólices de automóveis nos últimos 12 meses. No entanto, esperamos que um ligeiro aumento na sinistralidade, uma menor contribuição das receitas financeiras e uma alíquota efetiva de imposto mais alta levem a uma redução trimestral de -14% no lucro líquido, para R$ 608 milhões. Por fim, no IRB Re, os dados mensais disponíveis sugerem outro lucro líquido sequencial, com R$ 40 milhões já divulgados nos primeiros dois meses do terceiro trimestre. A subscrição ainda deve ter um desdobramento modesto, enquanto os resultados financeiros devem reforçar nossa expectativa de lucro de R$ 49 milhões (vs. R$ 20 milhões no 2T).

Pagamentos: A pressão sobre as margens da Cielo provavelmente persistirá, considerando o lento crescimento da receita em comparação com os esforços recentes para aumentar o poder da força de vendas. Esperamos que o TPV cresça +1% em termos trimestrais e receitas estáveis decorrentes da nossa previsão de uma contração de -2bps no rendimento das receitas, devido a nenhuma atividade relevante de reprecificação no trimestre. Nossa estimativa de lucro líquido para a Cielo fica aquém do consenso em -1,2%, em R$ 444 milhões (-8,7% T/t; +5,2% A/a).
Mercados de capitais: Em nossa opinião, o aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA deve afetar os resultados do 3T23, impulsionando uma atividade mais lenta nos mercados de capitais em todo o mundo, conforme evidenciado pelo fraco volume médio de negociação da B3 de R$ 24 bilhões no 3T. A empresa demonstrou sólida diligência de custos no 1S23, que deve se estender até o 2S23 e mitigar os impactos do tímido crescimento da receita. Nossa expectativa para a B3 é um EBITDA estável no trimestre (R$ 1,639 bilhão; +0,5% no trimestre) e também lucro líquido (R$ 1,055 bilhão; +0,2% no trimestre), com maior pagamento (dividendos e recompra de ações) implícito na faixa de orientação para o ano fiscal de 2023 .

Hypera – Resultados do 3T23: Menores despesas gerais, com vendas e administrativas compensando ritmo mais lento de crescimento da receita
Como esperado, a Hypera relatou um trimestre positivo, com expansão de receita inferior à anterior em trimestres (+5% A/A) devido a comparações difíceis e um inverno mais quente do que o normal. A receita líquida atingiu R$ 2,1 bilhões, +5% A/A e praticamente em linha com nossa estimativa, enquanto o EBITDA totalizou R$ 797 milhões, um aumento de 10% A/A, também em linha com nossas estimativas, já que a empresa compensou a pressão de receita com maior eficiência em Despesas gerais, com vendas e administrativas. O resultado final totalizou R$ 499 milhões, um aumento de 6% A/a e 4% acima da nossa estimativa. Vale ressaltar que a Hypera também aumentou em 16% A/a seus investimentos em P&D (R$ 153 milhões no 3T23), o que é fundamental para sustentar o crescimento futuro da empresa e a expansão endereçável do mercado (produtos lançados nos últimos 5 anos representaram 24% do trimestre receita liquida). Por fim, a empresa apresentou melhora de 7% no fluxo de caixa operacional, que atingiu R$ 724 milhões. Reiteramos a nossa classificação de Compra para HYPE, visto que consideramos uma alternativa defensiva com uma perspectiva de crescimento robusta.

Multiplan: Resultados do 3T23 – Bom desempenho impulsionado por despesas menores que o esperado
A Multiplan apresentou mais um conjunto de resultados sólidos no 3T23, ficando um pouco acima de nossas estimativas. O desempenho consistente de vendas dos seus lojistas, impulsionando o crescimento real dos aluguéis, combinado com despesas imobiliárias abaixo do esperado, traduziu-se em uma expansão inspiradora de 23% do FFO. Apesar das comparações mais difíceis, as vendas da empresa cresceram +8% A/A, para R$ 5,2 bilhões no 3T23, impulsionadas ainda por um impressionante crescimento de vendas em mesmas lojas de 16% no segmento de serviços. As vendas de outubro também mantiveram o ritmo positivo, crescendo +6% A/A. Por fim, a taxa de ocupação média da Multiplan cresceu +0,7pps T/t e +0,8pps A/a, para 96,1%, já atingindo 96,4% em setembro, enquanto seu custo de ocupação permaneceu em saudáveis 13,6% (+0pp T/t e -0,4pps A/a).

Transportes: prévia dos resultados do 3T23

Prevemos bons resultados para as concessionárias sob nossa cobertura no 3T23, com Rumo e Ecorodovias apresentando desempenho superior ao da CCR. A Rumo deverá apresentar números robustos devido aos fortes volumes e tarifas trimestrais saudáveis. Espera-se que a Ecorodovias sustente margens operacionais saudáveis, controlando os custos, ao mesmo tempo que deverá continuar a beneficiar dos seus ativos recentemente adicionados, levando a um aumento sólido nos seus resultados financeiros. O bom desempenho trimestral da CCR provavelmente será apoiado por um melhor tráfego, com suas medidas custo-efetivas levando a um aumento no EBITDA.

Quanto às locadoras, esperamos resultados mistos em geral, com a Localiza superando a Movida e a Vamos. Do lado positivo, a Localiza deverá apresentar números ligeiramente positivos, com um bom desempenho do faturamento parcialmente compensado por maiores depreciações e despesas financeiras. Já a Movida e a Vamos deverão apresentar desempenho fraco. O desempenho do RAC da Movida deverá continuar pouco animador, parcialmente compensado pela melhoria esperada para sua divisão de Frotas. No entanto, uma depreciação mais elevada, combinada com margens mais baixas na sua divisão de Seminovos, deverá resultar num resultado final fraco. Quanto à Vamos, o bom desempenho da sua divisão de Locações deverá ser compensado pelos números decepcionantes da sua divisão de Concessionárias.

Utilidades básicas: Luzes acesas – Renovação da concessão em destaque; Atualizando Equatorial e Energisa e mantendo visão positiva

Atualização de modelos para inclusão de novos ativos, novas revisões e novos prazos de renovação de concessões. Atualizamos nossas estimativas e apresentamos nossos novos preços-alvo de 12 meses para: (i) Equatorial (EQTL3, PA de R$ 41,0, de R$ 35,7); e (ii) Energisa (ENGI11, PA de R$ 59,8, de R$ 59,2), mantendo nosso rating de Compra em ambas as nomes. Nossos cenários base atualizados incorporam: (i) resultados do 1S23 e resultados recentes de revisão tarifária; (ii) estimativas consolidadas para ativos adquiridos, como ES Gás, no caso da Energisa, e CELG, no caso da EQTL; (iii) novas premissas para renovações de concessões (prorrogação dos contratos por mais 30 anos); e (iv) um novo cenário macro. Em suma, mudamos nossa preferência para a Energisa principalmente devido à maior TIR implícita (10,2% para ENGI vs. 9,6% para EQTL). Vemos ambos os nomes sendo negociados abaixo de seus múltiplos históricos EV/RAB (ENGI11 em 1,8x vs. 2,1x; EQTL em 1,7x vs. 2,3x).

Vale: Dividendos foram destaque do trimestre

O destaque do trimestre foi o anúncio de US$ 2 bilhões em dividendos e um programa de recompra de mais US$ 2 bilhões. Apesar de ligeiramente abaixo da nossa previsão, os resultados operacionais apresentaram as tendências esperadas. O EBITDA consolidado da Vale no 3T23 aumentou 12% A/A para US$ 4,5 bilhões, impulsionado por maiores volumes de minério de ferro e melhores preços realizados, conforme detalhado em nosso relatório preliminar. O valor ficou 4% abaixo da nossa previsão, principalmente devido aos custos superiores ao previsto para soluções de ferro e níquel. Apesar dos custos C1 de US$ 21,9/t estarem alinhados com nossa previsão, custos mais elevados de compra de terceiros e participação CFR nas vendas em relação à nossa previsão fizeram com que os custos das soluções de ferro fossem maiores do que o previsto. Além disso, o negócio de níquel registrou um trimestre desanimador, com custos impactados negativamente por obras de manutenção. Por outro lado, o cobre apresentou melhores tendências, apoiado pelo ramp-up de Salobo III. O lucro líquido de US$ 2,8 bilhões no trimestre foi superior ao nosso número de US$ 2,7 bilhões, já que as despesas tributárias foram significativamente menores do que o esperado e mais do que compensaram a diferença nos resultados operacionais, custos financeiros e despesas relacionadas a Brumadinho e descaracterização da barragem vs. nossa previsão.

Petrobras: Espera-se que maiores volumes e preços impulsionem os resultados do 3T

A produção total da Petrobras no 3T23 foi de 2.877 mil boed, 9,1% superior em relação ao trimestre anterior. Esse aumento decorreu do aumento da produção no pré-sal (+9,6% T/t; 1.872 mil boed) e no pós-sal (+19,1% T/t; 412 mil boed). Além da melhoria no desempenho operacional das plataformas do pré-sal, os maiores números de produção são atribuídos ao ramp-up dos FPSOs P-71, Almirante Barroso e Anna Nery, à redução de perdas por manutenções e paradas e ao início de uma novo poço na bacia de Campos. Para o 4T, a Petrobras prevê a entrada em operação do FPSO Sepetiba, na bacia de Santos, que tem capacidade de produção de 180 mil boed.

JHSF: Negociação em meio à turbulência macro – atualização de estimativas e preço-alvo

Atualizamos nossas estimativas para JHSF (JHSF3), introduzindo nosso preço-alvo de 1 ano de R$ 6,80/ação (de R$ 10,70/ação), implicando um upside de 56%, o que nos levou a manter nosso rating de Compra nas ações da empresa. Revisamos nosso modelo incorporando: (i) resultados do último trimestre; (ii) premissas macroeconômicas atualizadas; (iii) taxa de desconto atualizada; e (iv) estimativas ajustadas para os resultados futuros da empresa adotando uma abordagem mais conservadora nas vendas de novos empreendimentos, para os quais assumimos índices de velocidade de vendas reduzidos. Com base em nossas novas estimativas, a empresa está negociando a um P/L atraente de 2024E de 5,3x, o que implica um desconto de 51% em relação à sua média histórica de 5 anos de 10,8x.

Abra sua conta no Banco Safra.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra