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Maior aeronave do mundo, dirigível decola este ano

O co-fundador do Google, Sergey Brin, nona pessoa mais rica do mundo, está construindo um "iate aéreo" para ajuda humanitária

Dirigível

O dirigível que a LTA está construindo tem 198 metros de comprimento e será a maior aeronave do mundo | Foto: Getty Images

O co-fundador do Google, Sergey Brin, nona pessoa mais rica do mundo, decidiu construir um dirigível gigante, uma espécie de “iate voador”.

A sua empresa de dirigíveis, a LTA Research and Exploration, quer usar os dirigíveis em projetos de ajuda humanitária. A sigla LTA significa Lighter Than Air (mais leve que o ar).

Inicialmente o empresário dizia que o plano era construir um “iate aéreo” para sua família e amigos.

Mas agora a empresa informa que os dirigíveis terão a capacidade de complementar e até mesmo acelerar os esforços humanitários de resposta a desastres e socorros, especialmente em áreas remotas que não podem ser facilmente acessadas por avião e barco devido à infraestrutura limitada ou destruída, informa o portal SFGate, de San Francisco.

A vantagem do dirigível sobre o avião

Ao contrário dos aviões a jato, os dirigíveis têm a capacidade de pousar ou entregar mercadorias em quase qualquer lugar.

O site da LTA diz que seus dirigíveis destinam-se a servir como uma alternativa de emissões zero aos aviões, tanto para o transporte de mercadorias quanto para pessoas em movimento.

As mudanças climáticas fizeram com que os dirigíveis parecessem mais atraentes para os cientistas nos últimos anos. Embora mais lentos que aviões, os dirigíveis são mais rápidos que os navios de carga e têm menos emissões do que barcos e aviões. Eles produzem 80% a 90% menos emissões do que as aeronaves convencionais.

Dirigível será maior aeronave do mundo

O dirigível que a LTA está construindo tem 198 metros de comprimento. Com esse tamanho, a máquina voadora seria seria a maior aeronave do mundo na atualidade — embora ainda seja menor que o Zeppelin Hindenburg da década de 1930, que tinha 245 metros de comprimento.

O jornal The Guardian informou que o dirigível vai custar aproximadamente US$ 150 milhões para ser construído, o equivalente a R$ 828 milhões pelo câmbio atual. Isso não é problema para ao empresário, que tem fortuna estimada em mais de US$ 86 bilhões, ou R$ 475 bilhões aproximadamente.

O hidrogênio ganhou má reputação com o desastre de Hindenburg, quando um dirigível alemão cheio de hidrogênio pegou fogo durante a tentativa de atracar em Nova Jersey em 1937, matando 36 pessoas. Após esse desastre, a maioria dos dirigíveis se voltou para hélio não inflamável como um gás de elevação, embora o hidrogênio seja muito mais barato que o hélio e forneça mais de 10% de elevação. Mas Brin abraça o hidrogênio.

Para seu mais novo dirigível, a LTA está usando o material — não para elevação flutuante como no catastrófico Hindenburg, mas como combustível para evitar transportar baterias pesadas de íons de lítio. O dirigível resultante ainda usaria o hélio tradicional para voar.

Primeiro protótipo deve voar este ano

Uma descrição recente do trabalho publicada no site da LTA revelou os planos da empresa de construir um sistema de propulsão de células de combustível de hidrogênio de 1,5 megawatts (células de combustível combinam hidrogênio e oxigênio para produzir água e eletricidade, e são frequentemente comparadas com as baterias).

O primeiro protótipo de aeronave da LTA, chamado Pathfinder 1, poderá voar a partir do Vale do Silício já neste ano, informa a TechCrunch. A aeronave deverá ter capacidade para 14 pessoas e deverá ter aproximadamente o mesmo tamanho que o Zeppelin que oferece passeios turísticos na Alemanha e na Suíça e é o único dirigível de passageiros atualmente em operação. Um bilhete para um passeio de 45 minutos custa cerca de US$ 450, ou R$ 2,4 mil.

Embora os objetivos da aeronave de Brin sejam anunciados como estritamente humanitários, a LTA também tem o potencial de explorar os dirigíveis em viagens de passageiros — particularmente entre viajantes conscientes das mudanças climáticas. Flutuar para o seu destino pode ser um passeio mais lento, viajar em um “iate aéreo” silencioso sem prejudicar o meio ambiente pode ser uma experiência mais relaxante e atraente para muita gente.

O desastre do dirigível Hindenburg em 1937

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