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Ásia fecha no vermelho, petróleo cai e mercado enfrenta volatilidade

Agenda carregada de indicadores promete trazer volatilidade para os mercados, assim como fala de dirigentes do Federal Reserve

Dólar Futuro apresentou alta de +2,00% no último pregão, cotado a 5.186 pontos | Foto: Getty Images

Mercados reagiram negativamente aos dados do mercado de trabalho nos EUA acima do esperado. Hoje, mercados na Ásia fecharam no vermelho, bolsas na Europa operam com ligeira alta e futuros nos EUA negociam próximos da estabilidade. Agenda carregada de indicadores promete trazer volatilidade para os mercados, assim como fala de dirigentes do Fed.

O Ibovespa apresentou queda de -1,42% no último pregão, cotado a 113.419,04 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio prazo e no curto. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 120.000 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 122.700 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 113.300. O próximo fica na faixa de 110.850 pontos.

Dólar Futuro apresentou alta de +2,00% no último pregão, cotado a 5.186 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio prazo e no curto de alta. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 5.020 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.850. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.210 e a segunda em 5.310.

Doméstico:

Produção industrial de agosto mostrou crescimento abaixo do esperado, veio com alta de 0,4%. Curva de juros acompanhou a elevação dos yields das treasuries e começou a colocar na conta a possibilidade de redução do ritmo de corte na Selic, o que não é nosso cenário base. Agenda doméstica conta com dados do setor de serviços. Ministro da Fazenda informa que apresentará hoje soluções para problemas relacionados a novas regras tributárias para o JCP.

Commodities:

Petróleo apresenta queda com selloff dos mercados globais (USD89,3/b; -1,75%); Minério de ferro cai (USD115,4/t; -1,09%)

Empresas:

Petrobras: Cia avalia a Bacia de Pelotas, na região Sul
Americanas: Cia encerrou a prospecção de uma possível venda de participação no Grupo Uni.co porque “as condições comerciais propostas não refletem o real valor do ativo”
Allos – Aliansce Sonae: Cia fechou a venda de participações em dois shoppings por um total de R$ 444,4 milhões
3R Petroleum: Produção média em setembro é de 52.618 boe/d, +16% m/m

Agenda do Dia:

09:15 – EUA – ADP Variação dos Empregos/Setembro
10:00 – Brasil – PMI Composite e Serviços/Setembro
10:45 – EUA – PMI Serviços e Composite/Setembro
11:00 – EUA – Pedidos de Bens Duráveis/Agosto
11:00 – EUA – ISM Serviços/Setembro

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 113.419 (-1,42%)
S&P: 4.229 (-1,37%)
Dólar Futuro: R$5,18 (+2,0%)

Atualizações Safra:

Transporte e Indústria: Conclusões da nossa Conferência J. Safra Brasil 2023

Nos dias 26 e 27 de setembro realizamos nossa J. Safra Brazil Conference. O evento contou com a presença da administração das principais companhias listadas do setor: CCR, Ecorodovias, Localiza, Vamos, Movida, Armac, Simpar, JSL, Weg, Embraer, Randon, Frasle, GPS e Tupy. Dentre as diversas discussões importantes, destacamos:

Concessões – perspectiva permanece positiva. Tanto a CCR quanto a Ecorodovias destacaram que o pipeline de novas concessões é robusto e que estão estudando os próximos leilões federais da BR-381 e BR-040, bem como o leilão do Litoral Paulista, no Estado de São Paulo. Os executivos também enfatizaram que esperam um ambiente competitivo mais ameno, dado o baixo número de players capitalizados no Brasil. As empresas mencionaram ainda que foram analisados os lotes 1 e 2 das rodovias paranaenses, mas a taxa interna de retorno (TIR) esperada não era atrativa considerando os riscos dos projetos. Na frente operacional, os números de tráfego têm superado as estimativas, enquanto a frente regulatória continua melhorando, com questões de longo prazo envolvendo o poder concedente sendo resolvidas por meio do reequilíbrio dos contratos.

Locadoras – um futuro melhor pela frente. Para as locadoras de veículos pesados Vamos e Armac, o destaque foi a continuação da forte demanda por seus produtos proveniente de diversos segmentos da economia, ainda impulsionada por seu mercado fragmentado e pouco penetrado. No entanto, as empresas têm sofrido com desafios de curto prazo colocados por um ambiente de crédito mais rigoroso e mais caro, além de dificuldades internas decorrentes do seu rápido crescimento. Para as locadoras de veículos leves Localiza e Movida, os executivos reforçaram a boa expectativa para suas operações de aluguel de frotas (GTF), com o forte crescimento ainda impulsionado pelas oportunidades em seu mercado pouco penetrado, enquanto os resultados de aluguel de carros (RAC) devem melhorar gradualmente, suportado pelo cenário macroeconómico mais favorável.

Empresas de logística – resiliência empresarial em avaliação. Os executivos do Grupo Simpar reforçaram sua visão otimista para o futuro de suas operações: (i) a Automob deverá continuar se beneficiando da estratégia de consolidação adotada pelo grupo, maximizando receitas e melhorando a eficiência operacional; (ii) o CSInfra deverá aumentar o seu fluxo de caixa livre após quatro anos de maior investimento exigido pelos seus ativos; (iii) Vamos, após superar alguns desafios de curto prazo, deverá ver seus resultados melhorando gradativamente a partir do 3T23; e (iv) a JSL deverá continuar se beneficiando da maior escala e eficiência geradas por sua estratégia de crescimento inorgânico.

Industriais – Expansão de M&A abrindo novas fronteiras. (i) A Weg detalhou os benefícios da aquisição do negócio de motores e geradores elétricos da Regal Rexnord, com sinergias a serem capturadas com a verticalização dos negócios e com a expansão de produtos e mercados; (ii) Randon explicou como o desempenho superior da Frasle, impulsionado por sua estratégia de M&A, tem compensado o desempenho mais fraco de suas verticais de negócios de reboques e autopeças devido à queda nas vendas de caminhões no Brasil neste ano; (iii) Tupy destacou a dinâmica de margem mista, com os ganhos de sinergia da adquirida Teksid compensando os custos mais elevados em sua operação mexicana e menores volumes na MWM; (iv) a GPS detalhou os ganhos de sinergias auferidos com as empresas recentemente adquiridas, reforçando sua estratégia de crescimento por meio de M&A; e (v) a Embraer demonstrou um otimismo moderado ao mostrar as diversas tendências de crescimento que apoiariam o seu desempenho futuro de crescimento nos principais mercados em que opera.

Varejo e Farma: Feedback da J. Safra Brazil Conference 2023

Nos dias 26 e 27 de setembro realizamos a J. Safra Brazil Conference 2023, com painéis temáticos e encontros entre investidores e empresas. A alta administração de 16 empresas Varejistas e Farmacêuticas (Vivara, Lojas Renner, Arezzo, Guararapes, C&A, Grupo SBF, Smart Fit, Espaço Laser, Assaí, Carrefour Brasil, Magazine Luiza, Casas Bahia, Hypera, Raia Drogasil, Pague Menos, e CIMED) discutiu as perspectivas e oportunidades dos setores. Em 2023, houve volatilidade significativa nas ações devido a discussões exógenas e endógenas relacionadas a questões como a tributação (juros sobre capital próprio e subsídios de incentivos fiscais), as curvas de juros, o cenário macroeconômico e os objetivos de curto prazo específicos das empresas que foram os principais temas discutidos entre investidores e gestores. O sentimento geral foi predominantemente negativo, uma vez que se espera que a maioria das empresas apresente um desempenho de curto prazo pouco inspirador ou abaixo da média – com poucas exceções (SMFT, VIVA e ARZZ) que deverão continuar a apresentar uma dinâmica de lucros positiva em meio a uma situação macroeconómica difícil – sem mencionar fatores externos (ou seja, impostos e taxas de juro). Assim, na nossa opinião, a volatilidade deverá persistir e estamos privilegiando nomes com dinâmica de resultados positiva: ARZZ, VIVA, SMFT e MELI (que não participaram na nossa conferência, mas para os quais continuamos a esperar resultados positivos nos próximos trimestres).

Destaques positivos:

(i) Vivara: Esperamos dinâmica positiva de resultados no 3T23 impulsionada pelo segmento Life e projetamos que 2024 continue positivo em termos de vendas (expansão da Life). Também esperamos melhores margens devido ao impacto total da nova fábrica.
(ii) Smart Fit: A forte expansão da presença de lojas, combinada com resultados positivos de lojas mais novas e unidades maduras, deverá levar a uma rentabilidade acima dos níveis históricos.
(iii) Arezzo&Co: A tendência positiva em termos de vendas no 2S23 provavelmente permanecerá – uma tendência que esperamos que continue em 2024 – e a expansão da margem devido ao foco da empresa na eficiência de SG&A.

Destaques negativos:

(iv) Grupo SBF: Os elevados níveis de estoques deverão continuar pressionando os resultados no futuro próximo, tanto em termos de vendas quanto de margens devido a reduções de preços. Por outro lado, ao longo do 2S23 esperamos melhoria do capital de giro à medida que os estoques diminuem.
(v) Lojas Renner: Não esperamos melhora na tendência de resultados, uma vez que tanto o varejo quanto os serviços financeiros continuam pressionados pelo difícil cenário macro e por um cenário competitivo acirrado.
(vi) Carrefour Brasil: A desaceleração do Grupo BIG e da inflação alimentar deverá continuar a afetar as margens e o crescimento, respetivamente.
(vii) Hypera: Inverno mais quente do que o normal e comparações difíceis provavelmente pressionarão o faturamento do 3T23, em nossa opinião. No entanto, a administração está trabalhando para melhorar as despesas gerais e administrativas para compensar esta pressão.

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