Minério já bate US$ 150 em meio a perspectiva de alta na demanda na China

Os preços do minério de ferro dispararam nesta quinta-feira, 3, na China e ultrapassam US$ 150 a tonelada. O minério com 62% de teor de ferro, o referência mundial, subiu 5,76% no porto chinês de Qingdao, chegando a US$ 153,33 a tonelada. Na quarta-feira, 2, a principal matéria-prima do aço subiu 0,55%, para US$ 144,98.

Segundo a publicação especializada Fastmarkets MB, a alta desta quinta-feira no mercado à vista seguiu o comportamento do mercado futuro. Pelo quarto dia seguido, os contratos futuros para entrega em maio, o mais negociado, na bolsa Dalian Commodity Exchange (DCE), também na China, encerrou o dia com alta de 5,6%, para 755 yuans (US$ 119).

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Os contratos de swaps na SGX, em Cingapura, subiram na quinta-feira. O mais negociado, para entrega em abril, apresentou alta de US$ 8,90 por tonelada em comparação com o preço de ajuste da quarta-feira, para US$ 149,10 por tonelada.

Segundo a Fastmarkets, o aumento nos futuros chineses no DCE deveu-se principalmente ao sentimento de alta em relação aos preços das commodities no exterior em meio ao conflito Ucrânia-Rússia em andamento.

Para analistas do Banco Safra, esse aumento do preço da principal matéria-prima do aço pode ser explicada, também, pela estimativa de retomada da produção siderúrgica na China, não necessariamente para suprir a oferta deixada pela Rússia no mercado mundial, mas para suportar o crescimento interno.  

Segundo o banco, os preços à vista do minério de ferro já vinham no movimento de alta desde o início deste ano. O preço médio no bimestre, por exemplo, chegou a cerca de US$ 135 a tonelada. “Essa puxada no início de 2022 talvez tenha sido exagerada, mas está se mostrando mais persistente do que se imaginava.”

De acordo com analistas do Safra, ao longo deste ano poderá haver uma acomodação do preço do minério de ferro, pois não há grandes movimentos de oferta da commodity no mundo. O banco trabalha com um preço médio para este ano de US$ 85 a tonelada.

Já Rafael Foscarin, da Belo Investment Research, disse que essa alta nos preços à vista no minério de ferro foi em razão da perspectiva de alta de produção siderúrgica na China, que deve ocorrer em meio a restrição de oferta com a guerra na Ucrânia, principalmente da Rússia.

“Além das sanções econômicas impostas ao país pelo Ocidente, há agora as sanções financeiras, com o rebaixamento da nota de risco pelas agências internacionais”, disse Foscarin. “Esse movimento, pode ser benéfico para o Brasil, pois, os fundos de investimento devem buscar ativos que sejam mais seguros, além da bolsa brasileira estar mais descontada em relação às de países emergentes.”