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OCDE mantém projeção de 3,7% de alta do PIB brasileiro

Em relatório, a OCDE manteve previsão feita em março, porém, revisou em dois pontos percentuais para baixo a projeção de 2022

Estrada no Brasil, representando atividade econômica, medida pelo PIB, que está na projeção da OCDE

Segundo a OCDE, avanços no PIB brasileiro serão impulsionados pela recuperação do consumo das famílias e de investimentos | Foto: Getty Images

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) manteve a projeção de crescimento de 3,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano.

Além da manutenção, a entidade revisou para baixo a previsão de avanço para o próximo ano, de 2,7% para e 2,5%.

Os dados sobre o PIB foram divulgados em relatório de perspectivas econômicas da OCDE. O documento anterior foi publicado em março.

Segundo a organização, ambos avanços serão impulsionados pela recuperação do consumo das famílias e de investimentos.

Além do PIB, a OCDE também prevê que a inflação ao consumidor avançará a 6,2% este ano, antes de desacelerar a 4% no próximo.

Para o PIB global, a entidade enxerga crescimento de 5,8% em 2021 e 4,4% em 2022. Antes, a expectativa era de avanço de 5,6% e 4%, respectivamente.

Pandemia afeta diretamente o PIB

Segundo a análise, o agravamento da pandemia de covid-19 nos últimos meses complicou os prospectos para as políticas fiscal e monetária.

O documento cita a falta de coordenação na resposta à doença, que tem feito a crise sanitária piorar, em meio a um processo lento de distribuição de vacinas.

De qualquer forma, “dados recentes apontam para efeito mais fraco da pandemia sobre a atividade econômica em comparação com um ano atrás”, destaca.

A OCDE acredita que a atividade ficará “deprimida” no primeiro semestre, mas deve registrar forte retomada a partir da segunda metade do ano.

Para a Organização, o volume considerável de poupança das famílias ajudará a limitar o impacto do desemprego alto na renda.

Na seara comercial, as exportações se beneficiarão do ambiente global favorável à demanda por alimentos e minerais, diz a OCDE. Já as importações dependerão da melhora na demanda doméstica.

Reformas na visão da OCDE

A OCDE também avalia que o Brasil deve implementar reformas nos gastos obrigatórios e nas regras de indexação para criar espaço fiscal, com objetivo de financiar políticas que acelerem o crescimento econômico de longo prazo.

No relatório, a Organização afirma que o País pode estender os gastos sociais por meio do redirecionamento das despesas atuais, entre elas subsídios a crédito e desoneração da folha de pagamentos para alguns setores.

Para a entidade, as medidas sociais devem ser prolongadas até que a pandemia esteja sob controle.

“Encontrar o equilíbrio certo entre proteger os pobres e garantir finanças públicas sustentáveis será o principal desafio político em 2021”, considera.

A OCDE acrescenta que a melhora das regulações internas e uma maior integração com as cadeias globais de valores teriam potencial para otimizar a competição e reduzir os custos com bens intermediários e de capitais.

Ressalta ainda que, para melhorar o desempenho do mercado de trabalho, é importante expandir acesso à educação infantil e aumentar recursos para cursos de treinamento.

“Em relação ao apoio às empresas, o crédito bancário vem aumentando devido aos baixos níveis de taxas de juros e medidas emergenciais que mitigaram os efeitos da crise da covid-19”, destaca.

O documento pontua que o endividamento das empresas e famílias seguem moderadas e que os níveis de capitalização dos bancos estão adequados.

“No entanto, dada a provável crise prolongada, pode ser necessário prolongar as medidas de apoio financeiro às empresas e aumentar ou manter o relaxamento”, aponta.

Teto fiscal e combate à pandemia

A OCDE destaca também que a exclusão das medidas relacionadas à covid-19 da regra do teto fiscal deve ser usada com cautela no Brasil, porque pode elevar a volatilidade nos mercados financeiros e as incertezas políticas.

O governo, portanto, deve tornar a flexibilização temporária e estritamente relacionada às despesas da covid-19, na visão da entidade.

“A credibilidade das políticas públicas será importante para continuar atraindo investimentos estrangeiros e limitar a depreciação da taxa de câmbio”, destaca.

Segundo a Organização, a situação social no País é “frágil”, em meio ao agravamento da crise sanitária. “No lado positivo, uma rápida implementação do pacote infraestrutura e de estímulos fiscais no Estados Unidos vão impulsionar as exportações brasileiras e acelera a recuperação”, prevê. (AE)

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