Brasileiras quebram recordes dentro e fora das competições

Atletas fazem história em Tóquio, com recordes em suas modalidades, apesar da desvantagem de treinamentos limitados pela pandemia no Brasil

05/08/2021 Ana Weiss

A ginasta Rebeca Andrade será porta-bandeira da equipe brasileira na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio | Foto: COB

As atletas brasileiras têm sido um dos grandes destaques dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

A ginasta Rebeca Andrade é uma das estrelas do grupo. Escolhida como porta-bandeira do comitê do país na cerimônia de encerramento das Olimpíadas, que ocorre neste domingo, 8, às 20h de Brasília, ela é a primeira mulher brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição dos jogos.

Rebeca conquistou medalha de ouro no salto e prata no individual geral, alcançando o feito de levar as duas primeiras medalhas da história na ginástica artística feminina do Brasil em Jogos Olímpicos.

Mulheres chegam ao final das Olimpíadas com 3 das 4 medalhas de ouro do Brasil

Das quatro medalhas de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, três foram conquistadas por mulheres, até esta quinta-feira, 5. A mais recente delas, por Ana Marcela Cunha nos 10km na prova de maratona aquática, vitória desta quarta-feira, 4, na marina de Odaiba.

“A mulher pode ser o que ela quiser, onde quiser, na hora que quiser. A medalha, como material, representa muito, mas a conquista e a glória de ser campeã olímpica ficam para sempre. Na história da maratona aquática e na história do Brasil”, disse a nadadora baiana ao receber o ouro.

Além de Ana Marcela e Rebeca Andrade, a dupla de velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze também subiu ao pódio mais alto em sua modalidade.

As disputas com as outras campeãs mundiais foram acirradas e as brasileiras tiveram de superar a desvantagem, em quase todas as modalidades, de chegar às competições com o treinamento limitado pelas restrições por causa da pandemia de covid-19 no Brasil.

Bicampeãs olímpicas esperam que medalha em Tóquio inspire novas gerações — As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze: medalhas de ouro

Das 16 medalhas (ouro, prata e bronze) conquistadas até esta quinta-feira, 5, sete foram conquistadas por mulheres. E mais uma já está garantida por Beatriz Ferreira na disputa do boxe do próximo domingo, último dia dos jogos.

Na madrugada desta quinta-feira, 5, Beatriz “Bia” Ferreira venceu a russa Mira Potkonen nas semifinais da categoria até 60 kg das Olimpíadas, por unanimidade. No domingo, 8, a baiana deixa o ringue com ouro ou prata.

“Estar no pódio é o objetivo final, mas separamos (os objetivos) por metas. É degrau por degrau. Fui alimentando isso, estudando as adversárias e hoje estou feliz aqui, mas ainda não acabou”, disse Bia ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

“Queria muito essa luta. Participamos de alguns campeonatos, mas infelizmente não chegamos a lutar. Vou lutar com uma campeã mundial e estou bem ansiosa para esse espetáculo. Espero sair com a vitória e mandar essa medalha para o meu pai.” Em sua carreira, Bia acumula 31 pódios em 32 competições disputadas.

Prata no skate mostra força jovem do Brasil

A maranhense Rayssa Leal, de 13 anos, se tornou a atleta mais jovem do Brasil a subir em um pódio olímpico, nos jogos de estreia do skate na competição.

Segunda melhor na modalidade street, a “Fadinha” deu show sobre a pista de concreto, no pódio e segue dando exemplo nas redes sociais, onde acumula mais de seis milhões de seguidores: “Fadas também estudam! Eu estava morrendo de saudade da minha escola, dos meus professores e dos meus amigos”, postou ela depois de voltar ao Brasil com a primeira medalha olímpica do país da edição do evento no Japão.

As brasileiras estrearam nos jogos olímpicos em 1932, com a nadadora Maria Lenk.

As primeiras medalhas, porém, foram conquistadas nos jogos de Atlanta, em 1996: no vôlei de praia, com Jacqueline Silva e Sandra Pires, Adriana Samuel e Mônica Rodrigues, uma no vôlei de quadra e mais uma no basquete. Desde então, atletas brasileiras não pararam de trazer vitórias para o País.