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Pacote contra a inflação reanima fundos verdes e cria empregos nos EUA

Investimento de US$ 369 bilhões em segurança energética e combate às mudanças climáticas nos Estados Unidos favorecem os fundos verdes

energia limpa

Investimentos em segurança energética favorecem o setor de energia limpa em detrimento do petróleo | Foto: Getty Images

O pacote contra a subida dos preços nos Estados Unidos (Inflation Reduction Act), já transformado em lei, começa a atrair recursos para o setor de energia limpa, garantindo investimentos na agenda climática. No mercado financeiro, fundos de investimento dedicados a energias limpas que perdiam depósitos voltaram a atrair investidores depois da aprovação do projeto. Na área corporativa, espera-se investimentos de novas empresas e criação de centenas de milhares empregos na esteira dos US$ 369 bilhões que serão investidos em segurança energética e combate às mudanças climáticas na maior economia do mundo.

Os investidores já começam a olhar com mais atenção para a agenda verde. Nas duas semanas anteriores ao anúncio do pacote, no dia 27 de julho, os fundos de energia limpa nos EUA estimaram saídas líquidas de US$ 223 milhões, de acordo com a casa de análise norte-americana Morningstar. Do dia seguinte até 10 de agosto, porém, o fluxo se inverteu e os 23 fundos de energia limpa no país atraíram entradas líquidas estimadas em US$ 433,6 milhões.

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“Desde que o acordo climático foi anunciado, os investidores correram para esse grupo de fundos”, diz o diretor de investimentos sustentáveis da Morningstar, Jon Hale.

O mercado de ações também indica benefícios para empresas ligadas à economia verde. O iShares Global Clean Energy ETF ICLN, que compreende investimentos globais em energia limpa, passou de uma saída estimada de US$ 17,6 milhões para uma entrada de US$ 22,3 milhões no período.

Por sua vez, o iShares Global Energy ETF IXC, portfólio de ações tradicionais de energia baseadas em combustíveis fósseis, fez o movimento contrário, revertendo entradas estimadas em US$ 9,6 milhões para uma saída de US$ 75,9 milhões.

Há previsão de que setores como os de cuidado à saúde, tecnologia da informação e petróleo e gás tendem a ser impactados negativamente pelo aumento de impostos.

Medidas contra a inflação impulsionam fundos verdes nos EUA

“O anúncio também impulsionou o desempenho dos fundos de energia renovável”, afirma Hale, da Morningstar. Nas duas semanas anteriores, os fundos de energia limpa já estavam em alta, acompanhando o desempenho do mercado de ações em julho, com um retorno médio de 5,4%. Desde o anúncio do pacote, entre 28 de julho e 10 de agosto, porém, a rentabilidade média avançou para 13,7%.

No front corporativo, o investimento bilionário em energia limpa deve impulsionar o número de empresas e de contratações no setor. Estimativas iniciais apontam para a possibilidade de criação de 300 a mil novas companhias voltadas ao segmento nos Estados Unidos.

Estados investem em energia limpa

“Após meses de negociação, o Inflation Reduction Act agora é lei, e os EUA estão no caminho de se tornar o líder mundial inequívoco em energia limpa”, diz a presidente da Associação das Indústrias de Energia Solar (SEIA, na sigla em inglês) do país, Abigail Ross Hopper.

De acordo com ela, a lei representa um impulso para investimentos de longo prazo em energia limpa e armazenamento de energia, e ainda a contratação de centenas de milhares de novos trabalhadores.

Para o sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes Hubbard & Reed LLP, Carlos Lobo, o pacote será um impulsionador para os negócios de energia renovável, com a atração de recursos para o segmento e ainda um motor de fusões e aquisições. (AE)

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