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Parte da população deve receber dose de reforço, diz Ministério da Saúde

De acordo com secretária, decisões de gestão para a etapa já estão em curso no Brasil; Rio deve começar a aplicação do reforço ainda este mês

Ilha de Paquetá

Segundo a Secretaria de Saúde do Rio, a Ilha de Paquetá deve vacinar população idosa com dose de reforço até o final do mês | Foto: Agência Brasil

Parte da população brasileira deve receber a dose de reforço da vacinação contra a covid-19, disse nesta segunda-feira, 16, a secretária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Melo.

Em reunião da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, a secretária avaliou que a experiência norte-americana de mais uma dose, deverá ser acompanhada pelo Brasil. A ideia da pasta é aplicar a dose de reforço (a terceira ou segunda, no caso da vacina de dose única) em pessoas com sistema imunológico debilitado como transplantados, portadores do vírus HIV e de pacientes com câncer.

“Temos alguns estudos preliminares, que não foram publicados. Porém, já estamos tomando decisões de gestão, o que fazer, o que planejar e quantificar esses grupos, a exemplo do que aconteceu na semana passada nos Estados Unidos”, disse Rosana Melo.

Estudo de Fase 4 deve começar em Paquetá, no Rio

O bairro de Paquetá, no Rio, deverá ser o primeiro local do Brasil a aplicar a dose de reforço. Segundo o secretário municipal de saúde Daniel Soranz, até o final deste mês, a população idosa da ilha, que recebeu as duas doses, deve ser vacinada com a dose de reforço como parte de um estudo de Fase 4, que é o teste real na população, com acompanhamento de casos e internações. O estudo é realizado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Paquetá, que realizou ontem a vacinação em massa da segunda dose em toda a população eletiva, foi escolhida por ser uma ilha, com uma única entrada e saída. Além disso, o bairro tem apenas uma unidade de saúde, que concentra cadastro de saúde da família bem consolidado com capacidade de monitorar a evolução dos casos. 

O infectologista Cerbino Neto, da Fiocruz, disse que o estudo em Paquetá tem características diferentes dos que foram realizados em populações maiores, como nas cidades de Serrana e Botucatu. Segundo o infectologista, com um grupo populacional menor em observação, é possível, por exemplo, analisar o deslocamento dos voluntários para fora da ilha e possíveis impactos que isso possa ter na efetividade da vacina.

Os dados e as informações médicas dos moradores serão mantidos em sigilo.

“A gente vai poder avaliar questões de segurança da vacina, eventos adversos em uma escala maior e com controle mais fino. Poderemos ver a resposta da vacina para as diferentes variantes. Todos os casos de covid-19 que eventualmente apareçam a gente vai genotipar para saber que variante é aquela. São respostas muito importantes nesse momento”, explicou Cerbino Neto. 

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