Pesquisadores criam bateria dobrável e que funciona mesmo molhada
Teste para verificar resistência do produto à água envolveu 39 ciclos de lavagem em uma máquina de lavar roupas. Veja como funciona
15/12/2021Cientistas da Universidade de British Columbia, do Canadá, inventaram uma bateria que funciona mesmo se for dobrada, torcida e até molhada.
De acordo com Ngoc Tan Nguyen, pós-doutorando em ciências aplicadas da instituição, explica que a principal evolução está na resistência à água, uma vez que aparelhos eletrônicos como relógios e pulseiras inteligentes já utilizam baterias mais flexíveis.
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“Os eletrônicos vestíveis são um grande mercado e as baterias extensíveis são essenciais para o seu desenvolvimento”, diz Nguyen. “No entanto, até agora, as baterias extensíveis não eram laváveis. Este é um avanço crítico se eles pretendem suportar as demandas do uso diário”.
Liderados por Nguyen, os pesquisadores tiveram grandes avanços no que se refere à engenharia dos materiais utilizados.
Em baterias normais, as camadas internas são compostas de materiais rígidos revestidos por um exterior igualmente duro.
A equipe da universidade canadense triturou os materiais – neste caso, zinco e dióxido de manganês – em pequenos pedaços e, em seguida, os incorporou em um plástico emborrachado.
A bateria compreende várias camadas ultrafinas desse plástico envoltas em um invólucro do mesmo polímero.
Conforme os cientistas, essa construção cria uma vedação hermética e à prova d’água que garante a integridade da bateria.
Os detalhes técnicos foram publicados na revista científica Advanced Energy Materials (íntegra em inglês).
Teste da bateria molhada
Para testar a resistência à água, a estudante de doutorado Bahar Iranpour propôs que o produto fosse jogado dentro de uma máquina de lavar.
O resultado: molhada e contorcida, a bateria sobreviveu a 39 ciclos de lavagem.
Segundo a equipe de pesquisa, o desempenho pode ser ainda melhor, à medida em que a tecnologia for aprimorada.
Embora ainda esteja em fase de pesquisa, o sucesso do equipamento já atraiu interessados do ponto vista comercial, informa a Universidade de British Columbia.
Sendo assim, os pesquisadores acreditam que, quando a nova bateria estiver pronta para o consumidor, ela poderá custar o mesmo que uma bateria recarregável comum.
“Os materiais usados são incrivelmente baratos, então, se for feito em grande quantidade, será barato”, diz o professor de engenharia elétrica e da computação John Madden, que também é diretor do Laboratório de Engenharia de Processos e Materiais Avançados da instituição.
Por fim, a previsão dos especialistas é que a nova bateria que pode ser torcida e molhada seja incorporada a roupas.
“Dispositivos vestíveis precisam de energia. Ao criar uma célula que é macia, extensível e lavável, estamos tornando a energia vestível confortável e conveniente”, afirma Madden.