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Como o metaverso inova o atendimento na saúde

Aplicações do conceito, como as realidades aumentada e virtual, já são usadas em hospitais e devem crescer com a chegada do 5G

Tablet em primeiro plano mostrando imagens que a criança, em segundo plano, deitada na maca com óculos de realidade aumentada está vendo, alusivo ao metaverso

Unidas, as realidades aumentada e virtual formam a base do conceito de Metaverso, em que é possibilitada a interação entre pessoas e objetos em diferentes ambientes | Foto: Divulgação/HCFMB

Apresentado por Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta (dona do Facebook), o metaverso já é realidade no setor de saúde no Brasil.

Hospitais do Estado de São Paulo têm utilizado as aplicações do conceito em procedimentos que vão desde um exame de sangue até uma cirurgia.

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Nestes casos, são usadas tecnologias como as realidades aumentada e virtual.

Unidas, elas formam a base do conceito de Metaverso, em que é possibilitada a interação entre pessoas e objetos em diferentes ambientes.

Isso acontece por meio do uso de aparelhos como óculos especiais, que mostram hologramas ao usuário e permite que ele interaja com o mundo virtual.

“O metaverso deve ganhar força, porque várias empresas de tecnologia estão lançando equipamentos e infraestrutura para profissionais da área médica”, diz Guilherme Hummel, coordenador científico da Hospitalar Hub, plataforma que conecta instituições de saúde do País.

Projeto Treina Dragão, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, que utiliza a realidade virtual para acalmar crianças | Foto: Divugação/HCFMB
Projeto Treina Dragão, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, que utiliza a realidade virtual para acalmar crianças | Foto: Divugação/HCFMB

Um bom exemplo dessas novas tecnologias está no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), no interior de São Paulo.

Por lá, foi iniciado neste ano o Projeto Treina Dragão, que utiliza óculos de realidade virtual para tranquilizar crianças que entram no centro cirúrgico.

Assim que começam os procedimentos, as crianças recebem o equipamento. A partir daí um dragão animado aparece e conta uma história que envolve desafios e percorre todos os passos do procedimento médico. Dessa forma, as crianças interagem sensorialmente com o personagem.

Entretidos os pequenos permitem que ações como a inserção do oxímetro ou o acesso à veia, por exemplo, sejam feitas com mais facilidade pelos profissionais da saúde.

“A criança sempre entra muito assustada e sempre tentávamos várias medidas para diminuir esse estresse. O resultado do uso da realidade virtual é surpreendente: desde que começamos, não tivemos mais problemas com choros, e sim, sorrisos destas crianças ao acordarem”, disse Erika Ortolan, cirurgiã pediátrica e diretora de assistência do HCFMB, ao portal do governo paulista.

Metaverso no planejamento cirúrgico

Outro exemplo de como as aplicações do metaverso têm funcionado na saúde é o do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.

Em novembro, a instituição passou a utilizar um software para unificar o uso das realidades aumentada e virtual, para uso no planejamento pré-operatório, intra e pós-operatório.

No caso da realidade aumentada, a equipe médica tem acesso a exames de imagem dentro da sala de cirurgia, com hologramas sobrepostos ao ambiente.

De acordo com o hospital, a tecnologia é “hands free” (sem uso de controles), sendo comandada por voz e gestos de mãos.

Adicionalmente, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz informou que está implantando a inteligência artificial e o processamento em nuvem, que possibilitam análise em tempo real e maior qualidade nas imagens visualizadas pelos cirurgiões.

Segundo a instituição, as tecnologias podem ser utilizadas em diversas especialidades, como cardiologia, oncologia, trauma e ortopedia.

“A adoção da realidade mista possibilita, ainda, um melhor desfecho clínico, reduzindo as chances de complicações intra e pós-operatórias, além de diminuir, em média, 30% do tempo de internação hospitalar”, afirma Rafael Otto Schneidewind, cirurgião cardiovascular do Oswaldo Cruz.

Impulso da tecnologia 5G

Para a Hospitalar Hub, a chegada da internet 5G ao Brasil deve impulsionar a aplicação do metaverso, principalmente na telemedicina.

Com a consolidação esperada após o leilão promovido pelo governo federal em novembro, a rede 5G deve ampliar a chamada internet das coisas (IoT).

Nesse sentido, o recurso deve disseminar o uso de sensores inteligentes no ramo da saúde, inclusive na coleta de sinais vitais enviados ao médico via internet.

Hummel projeta ainda que em até três anos centros de excelência ou operadoras de planos de saúde no Brasil irão enviar óculos tecnológicos para facilitar a teleconsulta de seus beneficiários.

Sendo assim, em um exame ocular o médico e o paciente usarão esses aparelhos e ferramentas de metaverso para facilitar o diagnóstico, que será feito por uma visão tridimensional dos olhos, por exemplo.

“Nos próximos anos, as tecnologias metaversas estarão chegando nos principais hospitais do País, criando redes de atendimento virtual que poderão ser acessadas por toda a cadeia de saúde”, afirma Hummel.

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