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Petróleo despenca quase 10% e fica perto de US$ 100 o barril

Com a expectativa de desaceleração da economia dos EUA e Europa, a tendência é de que a demanda caia equilibrando a oferta apertada

Petróleo

Para o City, os preços do Brent podem chegar ao final do ano a US$ 65 e ir para US$ 45 até o final de 2023 | Foto: Getty Images

O temor generalizado de recessão global tem derrubado os preços do petróleo. Com os dados ruins da Europa e a expectativa de desaceleração da economia americana a tendência é de que a demanda pelo óleo tenha uma arrefecida o que poderia equilibrar a oferta apertada.

Um relatório do City, divulgado nesta terça-feira, 5, aponta que os preços do barril do Brent, o petróleo referência mundial, podem chegar ao final do ano a US$ 65 e ir para US$ 45 até o final de 2023 se ocorrer uma recessão que prejudique a demanda.

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Na véspera, o JP Morgan foi para uma linha de alta “extrema” e afirmava que a commodity pode chegar a US$ 380, caso a Rússia diminuísse a produção como retaliação às sanções econômicas.

Para o City, esta queda poderá ocorrer se não acontecer nenhuma intervenção dos produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep +) para melhorar a oferta e um declínio nos investimentos em petróleo.

Na quinta-feira, os membros da Opep+ decidiram manter o plano de aumentar a produção da commodity em 648 mil barris por dia (bpd) em agosto.

A decisão confirmou cronograma acertado em junho, quando o cartel acelerou o crescimento da oferta em relação ao ajuste mensal de 432 mil bpd que vigorava anteriormente.

Nesta sessão, o brent despencou 9,45% e foi negociado a US$ 102,77 o barril.

Para Marcelo de Assis, da Wood Mackenzie, a queda de hoje do barril do Brent está relacionada com as condições econômicas ruins da Europa, que puxaram as bolsas e o euro nesta terça-feira. “Se realmente ocorrer uma recessão mundial, os preços tendem a cair e podem ficar abaixo de US$ 100 o barril”, disse Assis.

Na semana passada, A inflação da zona do euro atingiu mais um recorde em junho, alcançando 8,6% em 12 meses, superando o recorde anterior de 8,1% observado em maio.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Reino Unido teve inesperada alta em junho, de acordo com a S&P Global. O mesmo indicador, no entanto, caiu na Alemanha e na zona do euro.

Para a Capital Economics, o resultado sugere contínuas pressões inflacionárias e redução do crescimento econômico. “Os PMIs compostos finais de junho confirmaram a mensagem do comunicado de que a atividade está diminuindo e que as empresas esperam condições mais fracas à frente”, avalia.

Em relatório sobre condições financeiras, o Banco da Inglaterra (BCE) afirmou que as perspectivas se “deterioraram materialmente” no mundo, após a guerra entre Rússia e Ucrânia alimentar pressões inflacionárias.

Para o BC britânico, os desequilíbrios podem enfraquecer ainda mais o crescimento e provocar estresse nos mercados.

O bloco está particularmente exposto a dúvidas sobre a política energética em meio a turbulências no fornecimento de gás natural e petróleo.

Na esteira do tombo do petróleo, a Petrobras despenca mais de 5% nesta sessão. O PETR4 recua 5,01% e a PETR3 5,71%. As outras petroleiras negociadas na Bolsa brasileira também operam em baixa: PetroRio se desvaloriza 7,15% e a 3R Petroleum, 6,48%. (Com AE)

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