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Bolsa recua puxada por Petrobras e cenário externo adverso

O índice fechou em queda de 0,32%, aos 98.294 pontos, depois de oscilar entre 96.499 e 98.607 pontos; o volume financeiro girou em R$ 22,81 bilhões

mercado financeiro

Na volta do feriado nos Estados Unidos, os índices americanos fecharam sem direção definida com temor generalizado de recessão | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira,fechou em queda nesta terça-feira. As ações ligadas às commodities ficaram em baixa em toda a sessão e pesaram no índice. Além disso, o temor generalizado de uma recessão global fez a Bolsa ficar no vermelho.

O índice recuou 0,32%, aos 98.294 pontos, depois de oscilar entre 96.499 e 98.607 pontos. O volume financeiro girou em R$ 22,81 bilhões.

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A Petrobras recuou forte nesta sessão puxada pela queda livre o barril de petróleo. O PETR4 caiu 3,74% e o PETR3, 3,96%. As outras petroleiras também recuaram forte neste pregão, a PetroRio caiu 7,20% e a 3RPetroleum, 7,44%. O barril do petróleo tipo Brent, o referência mundial, despencou 9,45%, sendo negociado a US$ 102,77.

Na volta do feriado nos Estados Unidos, os índices americanos fecharam sem direção definida. Dow Jones recuou 0,42%, S&P 500 subiu 0,16% e Nasdaq se valorizou 1,75%.

“Índices futuros nos EUA e bolsas na Europa caem com a possibilidade de recessão, o que ofuscou o otimismo com as negociações entre EUA e China visando reduções de tarifas de importação”, disse o Banco Safra em relatório.

“O Ibovespa caiu puxado pela queda da Petrobras e em contexto de risco de recessão em que estamos, temos o mercado com medo de queda da atividade global”, disse Leandro Petrokas, Diretor de Research e sócio da Quantzed. “Nesse cenário, setores de mineração e siderurgia também sofreram hoje.”  

Apesar do minério de ferro ter fechado em alta nesta segunda-feira, o mercado ainda está receoso se a demanda, observada no mês passado, crescerá durante o ano, sustentando os preços da commodity em níveis mais altos.

Segundo agentes do mercado, os preços do minério de ferro também terão que enfrentar restrições à produção de aço ainda este ano, devido à política de reduzir a produção de aço em 2022.

No mercado à vista, o preço da principal matéria-prima do aço subiu 2,81% e foi negociado a US$ 112,98 a tonelada no porto chinês de Qingdao.

O contrato futuro de minério de ferro mais negociado na bolsa de commodities de Dalian fechou em alta de 1,4%, a 742,5 yuans (US4 110,87) a tonelada. Na Bolsa de Cingapura, o contrato para o próximo mês subiu 3,1%, para US$ 112,05 a tonelada.

Os papéis das empresas ligadas às commodities metálicas estão em queda nesta terça-feira. Vale recuou 0,50%, CSN caiu 1,81% e CSN Mineração, 2,16%.

No cenário interno, a perspectiva de aumento do endividamento no país com a aprovação Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos combustíveis na Câmara, afeta o mercado. A medida já passou pelo Senado Federal e agora tramita na Câmara dos Deputados.

Com mais um novo benefício, um auxílio-gasolina para taxistas, o custo do pacote que vai ficar fora do teto de gastos chega a R$ 41,2 bilhões. Segundo o governo, as medidas têm como objetivo reduzir o impacto da disparada dos combustíveis.

Segundo o Banco Safra, os gastos além do teto podem ser superiores aos R$ 41,2 bilhões, com o aumento do valor do Auxílio Brasil, Vale gás e a inclusão do auxílio para motoristas de app.

Na cena externa, os investidores ainda estão em buscas de pistas sobre a condução da política monetária nos Estados Unidos. Amanhã o Federal Reserve (Fed, banco central americano) vai divulgar a ata da última reunião o que deve dar um direcionamento para o mercado. Se o Fed será mais contracionista, com uma elevação da taxa em 0.75 pontos percentuais ou terá uma postura mais moderada, com uma alta de 0.50 p.p.

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