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Petróleo em alta por causa da guerra favorece Petrobras e Bolsa sobe 0,86%

Risco de guerra prolongada na Faixa de Gaza pressiona a cotação do petróleo e eleva preço das ações do setor; dólar cai 0,62% a R$ 5,13%

Petrobras petróleo guerra

Conflito no Oriente Médio pressiona cotação do petróleo e favorece o Ibovespa | Foto: Getty Images

A mudança de sinal em Nova York à tarde, do negativo ao positivo, e a acentuação de ganhos em Petrobras (ON +4,10%, PN +4,30%), que chegou em certos momentos a passar à frente da própria alta do Brent na sessão, levaram o Ibovespa aos 115.218,65 pontos na máxima do dia (+0,92%), e a fechamento nesta segunda-feira ainda em alta de 0,86%, a 115.156,07. Trata-se do maior nível deste mês de outubro, após ter encerrado setembro aos 116,5 mil. O giro na Bolsa ficou em R$ 19,0 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa cede 1,21%, limitando o avanço do ano a 4,94%.

À exceção de Petrobras e das ações de serviços essenciais como Eletrobras (ON +1,87%, PNB +2,32%), a sessão foi majoritariamente negativa para as ações na B3, refletindo a aversão a risco com a guerra no Oriente Médio deflagrada após o ataque terrorista do grupo palestino Hamas a Israel.

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A possibilidade de prolongamento dos combates na Faixa de Gaza colocou desde cedo pressão especialmente nas cotações do petróleo, tendo em vista também a rivalidade entre Israel e Irã, importante produtor da commodity e considerado um dos principais apoiadores do grupo extremista palestino.

Petróleo sobe com tensão causada pela guerra e favorece Petrobras e Ibovespa

O Ibovespa chegou a subir quase 1% no melhor momento da tarde, em paralelo à recuperação vista em Nova York, com relato, da agência Reuters, de que o Hamas estaria disposto a discutir logo uma trégua com Israel, em meio ao bombardeio noturno da Faixa de Gaza. Também contribuiu para a melhora o comentário do vice-presidente do BC americano, Philip Jefferson, sobre a orientação da política monetária nos Estados Unidos, recebido de forma favorável pelo mercado.

Com a retomada dos negócios na China após o longo feriado da Semana Dourada, as ações do setor metálico voltaram a contar nesta segunda-feira com a referência de preços de Dalian, onde o minério de ferro fechou a sessão em baixa de 2,76%, a US$ 113,39, no contrato mais negociado, para janeiro de 2024. Na B3, Vale ON encerrou a sessão em baixa de 0,72%, na máxima do dia, e as perdas entre as siderúrgicas chegaram a 1,11% (Usiminas PNA), também relativamente moderadas no fechamento.

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Grupo Casas Bahia (-4,92%), Azul (-2,97%) e Alpargatas (-2,61%). No lado oposto, Prio (+8,78%), PetroReconcavo (+8,70%) e 3R Petroleum (+6,01%), à frente de Petrobras e de Magazine Luiza (+4,49%).

Dólar fecha o dia em queda cotado a R$ 5,13

Após operar entre leve alta e estabilidade no período da manhã, o dólar à vista perdeu força ao longo da tarde e encerrou a sessão desta segunda-feira, 9, cotado a R$ 5,1300, em baixa de 0,62%, com mínima a R$ 5,1220. A virada no mercado de câmbio doméstico se deu diante da retomada do apetite ao risco no exterior, com alta firme das bolsas em Nova York, na esteira de fala de dirigente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sugerindo menos espaço para nova alta dos juros.

Foi ventilada também a informação de que o grupo palestino Hamas estaria disposto a negociar uma trégua com Israel. Em pronunciamento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que vai atacar o Hamas com “forças nunca vistas antes”.

Nos primeiros minutos do pregão, o dólar chegou até a ensaiar uma alta firme, com máxima a R$ 5,1824, em meio a temores geopolíticos. Israel responde a ataque do Hamas ao seu território com bombardeio aéreo e bloqueio terrestre à Faixa de Gaza, controlada pelo grupo palestino. Operadores observam que a ausência dos negócios com Treasuries, em razão do feriado do Dia de Colombo nos EUA, diminuiu a liquidez e deixou a formação da taxa de câmbio mais sujeita ao impacto de operações pontuais.

As cotações do petróleo, que amargaram forte queda na semana passada, subiram mais de 4% diante de preocupações com a oferta, mas respeitaram o teto de US$ 90 o barril. O contrato do Brent para dezembro fechou em alta de 4,22%, a US$ 88,15.

Parte relevante do alívio do mercado à tarde veio de sinais mais amenos em relação à a política monetária norte-americana. Com voto nas decisões do Fed, o vice-presidente do BC americano, Philip Jefferson, disse nesta segunda-feira que pode ser cedo para garantir que o aperto já realizado vai levar a inflação à meta de 2% ao ano, mas ressaltou que levará em conta indicadores econômicos e também o nível das taxas dos Treasuries em suas próximas decisões.

Segundo Jefferson, a inflação, embora ainda “muito elevada”, traz sinais “encorajadores”. Ele afirmou também que atuará com cautela ao avaliar a necessidade de mais alta de juros. “Olhando para frente, continuarei consciente do aperto das condições financeiras por meio de juros mais altos em títulos de dívida e vou manter isso em mente ao avaliar a trajetória futura das taxas”, disse o vice-presidente do Fed. (AE)

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