Petróleo sobe e pode causar novo reajuste de combustíveis no Brasil
Tensão no mercado internacional com risco de queda na oferta de petróleo eleva cotação e pode causar novos reajustes da Petrobras
20/01/2022Ataques de combatentes da etnia Houthi, do Iêmen, a tanques de combustíveis nos Emirados Árabes fizeram o preço de petróleo subir. Uma explosão no principal oleoduto que liga Iraque e Turquia aumentou os temores de problemas de oferta, o que tem impacto nos preços.
Fluxo de transportes de petróleo já foi restabelecido, mas o preço do Brent segue em um patamar alto. Preço dos combustíveis no Brasil poderiam ser reajustados novamente, segundo avaliação do Banco Safra enviada aos clientes.
O mercado também enfrenta tensões envolvendo outros produtores, como a Rússia, que ameaça invadir a Ucrânia. Pelo lado da demanda, a Agência Internacional de Energia (AIE) previu que a busca pela commodity irá superar níveis pré-pandemia neste ano. A queda do dólar ante outras moedas deu ainda mais impulso ao petróleo, cotado na moeda americana.
A alta na cotação reflete o temor de investidores de problemas na oferta da commodity, no momento em que o mercado ainda enfrenta problemas decorrentes da onda da variante ômicron de covid-19.
Os houthis derrubaram o governo do Iêmen no final de 2014, levando a coalizão árabe a intervir. O grypo assumiu o ataque e disse ter lançado cinco mísseis balísticos e “um grande número” de drones contra os aeroportos de Dubai e Abu Dhabi e contra locais “sensíveis” dos Emirados, incluindo a refinaria de Musaffah.
Contratos futuros de petróleo renovam máxima em sete anos
Na quarta-feira os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, renovando máximas em sete anos, em mais uma sessão marcada por intensas preocupações com a oferta.
O oleoduto tacado transporta até 450 mil barris por dia dos campos de petróleo no norte do Iraque para o porto mediterrâneo de Ceyhan, na Turquia.
A Rystad Energy atribui o avanço recente da commodity aos desequilíbrios entre oferta e demanda, com inesperados cortes de produção em países como Líbia, Equador e Casaquistão. “O impasse geopolítico entre os EUA e a Rússia corre o risco de provocar uma guerra de gás e estimularia a demanda incremental por petróleo”, explica a consultoria, que cita ainda as dificuldades nas negociações sobre o acordo nuclear com o Irã.
O relatório mensal da Agência Internacional de Emergia (AIE) elevou a previsão de alta para o consumo mundial de petróleo em 2022 em 200 mil barris por dia (bpd), a 3,3 milhões e bpd.
O mercado mais apertado levou a Capital Economics a elevar suas expectativas para o Brent ao final do ano, que agora deve terminar em US$ 70 o barril e não mais US$ 60, como na projeção anterior. (Com AE)